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Jane Petter

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Jane Petter

Horas se passam, e o desespero continua a me consumir implacavelmente. A perda de Steve, o amor da minha vida, é uma realidade difícil de aceitar. Cada célula do meu ser dói com a lembrança dos seus olhos carregando dor e tristeza na última vez que o vi. A imagem dele assombra minha mente, intensificando a angústia que me envolve.

Busco refúgio no caminhão dos bombeiros, cujas luzes intermitentes iluminam a cena do acidente e os esforços incansáveis para controlar o incêndio que consome o carro destroçado. O cheiro pungente de fumaça paira no ar, tornando o ambiente ainda mais asfixiante, como se estivesse em uma fornalha de desespero.

Meu telefone toca insistentemente no meu bolso, e meu corpo estremece ao ver que é uma ligação do meu irmão. O nó em minha garganta aumenta, pois sei que terei que dar a notícia devastadora para ele e para o resto da família.

Com mãos trêmulas, atendo a ligação.

— Oi? — Cumprimento, mas a dor em minhas palavras é inegável.

— O que aconteceu? — Pergunta ele, a preocupação em sua voz ecoando minha própria angústia.

— Preciso que venham para o Alasca. — Imploro, sentindo-me vulnerável e desamparada diante dessa tragédia.

— Certo, estamos indo. — Ele promete, e a emoção em sua voz transparece a proximidade da nossa dor compartilhada.

— E Anastácia? — indago com apreensão, lembrando-me da gravidez de risco de minha cunhada.

— O médico a liberou, ela não corre mais riscos. — Ele me tranquiliza, mas a dor ainda é palpável em sua voz. — E o Steve? — Pergunta, mas é como se sua voz não quisesse pronunciar o nome dele.

— Morto. — Respondo com um soluço sufocado, o peso da realidade me esmagando.

Um silêncio pesado se estabelece do outro lado da linha, e a dor compartilhada nos conecta ainda mais. Sei que ele está tentando conter suas próprias emoções, assim como eu.

— Fique tranquila. Estamos a caminho. — Ele promete, e sua voz sofre junto com a minha.

Desligo o telefone com mãos trêmulas. Meus olhos se voltam novamente para o local onde o carro de Steve se transformou em um monte de destroços incendiados. Tudo ainda está envolto em densa fumaça, como um véu lúgubre que cobre toda a cena do acidente. Os homens vestidos de bombeiros continuam suas frenéticas ações, mas me sinto impotente diante do caos e da destruição.

Cada parte do meu corpo dói, assim como a lacuna em meu peito, uma dor que parece não ter fim. A aflição é avassaladora, e sinto que não tenho controle sobre minhas ações. Tudo ao meu redor parece turvo, e meu coração está como um pássaro enjaulado, batendo freneticamente, tentando escapar desse pesadelo sem fim.

Enquanto fito a cena trágica diante de mim, uma profunda sensação de solidão se apodera do meu ser. A saudade de Steve é quase tangível, e sinto que uma parte de mim se foi com ele.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora