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Steve Moretti

A viagem do aeroporto até a majestosa mansão dos Yang parecia uma eternidade, sendo o trajeto mais longo e angustiante que já percorri. Era imperativo chegar o mais breve possível até minha amada, pois uma sensação avassaladora de que cada segundo perdido poderia ser tarde demais se apossava de mim. 

O taxista, atento à minha urgência, tomou algumas liberdades no trânsito, cometendo pequenas infrações para nos levar velozmente ao endereço que lhe transmiti. Quando finalmente avistei a imponente mansão à minha frente, não hesitei em saltar do veículo ainda em movimento. 

De forma apressada, abri a porta do casa e irrompi naquele lugar, como se minha vida dependesse disso, procurando freneticamente por Jane. Minha agonia era palpável, percorrendo cada cômodo da mansão com olhos aflitos.

— Steve, está tudo bem? — questionou Donato, visivelmente alarmado com meu estado.

— Onde está Jane? — perguntei desesperado, enquanto caminhava de um lado para o outro, sentindo minhas pernas enfraquecerem sob a pressão emocional avassaladora.

— Ela está no quarto lá em cima — respondeu Nathaniel, apontando para as escadas. 

Suas sobrancelhas se curvaram em suspeita diante do meu comportamento anormal, mas eu não dei atenção às suas preocupações e subi as escadas em disparada, com meus primos me seguindo de perto.

— Qual quarto? — implorei, quase sem forças para pronunciar as palavras, já no limite da exaustão emocional.

Compreendendo a intensidade do meu desespero, Nathaniel apontou para a porta ao final do corredor. Eu corri até ela, não hesitando em chutá-la com toda a minha força, arrombando-a sem pensar nas consequências. 

Entrei no quarto como um furacão.

Ajoelhei-me no chão, deixando que toda a angústia acumulada se esvaísse ao avistar Jane, que estava secando os cabelos em frente ao espelho. Seus olhos brilharam intensamente, e um sorriso luminoso se formou em seu rosto ao me ver. 

Porém, seu sorriso logo se desfez em uma expressão séria ao notar a presença dos meus primos que me acompanharam.

— Está tudo bem, Steve? — perguntou ela, visivelmente assustada com a minha invasão repentina em seu quarto.

— Eu... senti tanto a sua falta! — gaguejei envergonhado, preferindo omitir o fato de que minha aflição me levou a atravessar o país após ler sua mensagem, temendo que ela tivesse cometido algum ato extremo.

— Eu também senti muito a sua falta! — respondeu ela, revelando a sensibilidade em seu rosto.

— Desculpe pela forma como cheguei, foi uma viagem longa e exaustiva — expliquei, levantando-me e me aproximando lentamente de Jane, que deixou o secador cair em segundo plano, abraçando o próprio corpo com timidez.

— Tudo bem, vamos dar privacidade a eles — disse Anastácia, empurrando seu marido para fora do quarto. 

Megan e Donato a seguiram logo atrás.

Ficamos nos encarando por um momento, o silêncio carregado de emoções densas. Percebi algumas mudanças sutis em Jane. A escuridão que costumava pairar em seu olhar parecia ter se dissipado. 

Ela parecia visivelmente exausta, com os olhos inchados devido ao choro, porém seu sorriso era autêntico, e seus olhos brilhavam com uma intensidade renovada.

— Jane... meu coração está despedaçado... — confessei, deixando que meu desespero transparecesse em minhas palavras.

— Você me salvou! — declarou ela, enxugando delicadamente as lágrimas que escorriam por seu rosto.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora