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Megan Willlians

Após uma breve viagem, finalmente chego ao nosso ponto de encontro. O local é um antigo armazém abandonado, com paredes descascadas e um ambiente decadente. No entanto, é afastado o suficiente para ficarmos longe do radar do FBI, oferecendo-nos uma vantagem estratégica ao proporcionar uma ampla visão de quem se aproxima de nós. 

A Jane se posiciona em um canto isolado, segurando sua arma com firmeza, pronta para agir a qualquer momento. Sua destreza como atiradora é incomparável, o que me transmite um senso de segurança inigualável. Por sua vez, Anastácia examina minuciosamente o local, procurando por possíveis armadilhas ou ameaças.

Enquanto elas realizam suas tarefas, minha atenção se volta para a montagem da sala onde receberei Donato Moretti. Coloco duas poltronas pretas em frente a uma mesa com um computador, onde executarei o trabalho que ele precisa. Ao lado, coloco uma garrafa do whisky preferido de Moretti. 

Essa garrafa foi obtida por Anastácia durante uma audaciosa operação de infiltração na mansão dos Ristrettos pela manhã, sem deixar nenhum vestígio. Essa proeza é uma prova inegável de nossa habilidade excepcional e da fragilidade da segurança deles sem nossa intervenção.

Sendo cuidadosa o suficiente para não deixar nada fora de controle, tenho plena consciência de que Donato Moretti é um possível criminoso perigoso e que qualquer falha de minha parte poderia resultar em minha própria morte.

O tempo passa, e o silêncio tenso preenche o ambiente. Com ansiedade, fico atenta ao som do carro se aproximando. Anastácia, em seu papel de vigia, confirma através do walkie-talkie que um homem chegou sozinho. Respiro fundo, preparando-me para o espetáculo que está prestes a começar.

E então, após uma espera agonizante, ele adentra o local. Donato Moretti, o homem da boate, o Don. Meu coração dispara ao vê-lo, lembrando-me daqueles olhos azuis penetrantes que tanto mexeram comigo naquela noite. Com uma postura impecável, ele veste um elegante terno preto que realça sua presença marcante. Apesar dos óculos escuros que cobrem seus olhos, consigo sentir seu olhar fixo em mim. Existe um leve ar de encantamento em seu rosto, uma faísca que ele rapidamente dissimula. Tenho a nítida impressão de que ele se lembrou de mim, mas está tentando disfarçar.

Donato caminha em minha direção, exalando uma confiança impressionante em cada passo que dá. Meu corpo fica tenso e minha mente acelerada enquanto tento manter a compostura diante daquele homem intrigante. Ele possui uma aura magnética que é difícil de ignorar, e sinto um turbilhão de emoções conflitantes dentro de mim.

Engulo em seco, tentando controlar as batidas frenéticas do meu coração. Minhas mãos, involuntariamente, apertam com força o objeto que tenho em mãos, buscando um ponto de apoio em meio à avalanche de sensações que Donato desperta em mim.

— Boa tarde, Senhor Donato Moretti — digo com uma voz suave e confiante, reunindo coragem para encará-lo de frente. — Por favor, entregue sua arma aqui. — Estendo um saco preto, aguardando que ele deposite sua pistola.

Com um gesto preciso, ele afasta o tecido de seu terno e retira uma pistola calibre .45, uma Beretta M9A3, reconhecida por sua confiabilidade e precisão. A arma é emoldurada em um acabamento preto fosco, conferindo-lhe um aspecto intimidante. Seu punho é envolto por uma empunhadura de polímero texturizado, oferecendo um melhor controle durante os disparos.

Observo o brilho em seus olhos quando ele retira os óculos escuros, revelando um olhar ainda mais penetrante. Um arrepio percorre minha espinha ao notar o magnetismo que emana daquele olhar, sabendo que aquele homem está acostumado a lidar com situações perigosas e que sua arma é uma extensão de seu poder e habilidade.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora