OS RISTRETTOS

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Donato Moratti

Estou completamente exausto. Hoje foi um dia intenso e cansativo. Meu irmão está fora da cidade, então precisei assumir suas responsabilidades na máfia. Coordenar os soldados, fazer pagamentos, participar de reuniões e visitar nossas boates não é algo que eu goste de fazer, mas é uma obrigação que tenho como segundo no comando dos Ristrettos.

Eu sou o CEO de várias organizações da família Moretti e um dos homens mais poderosos e ricos de Nova Iorque. No entanto, ser rico e poderoso não significa que eu goste do trabalho sujo da máfia. Infelizmente, é algo que preciso fazer para manter a posição que tenho na hierarquia da família.

A vida criminosa me revolta. Nunca foi o estilo de vida que eu escolhi, mas é a família em que nasci. Aceitei essa posição porque meu irmão insiste que é nossa obrigação proteger o legado de nosso pai. Eu sou jovem, tenho apenas 24 anos, mas já tenho o respeito de toda a cidade. As pessoas podem não conhecer meu rosto, mas certamente conhecem e temem meu nome.

À medida que adentro a sala de estar, vejo o branco imaculado das paredes refletindo suavemente a luz que penetra pelas cortinas discretas. O ambiente transmite uma sensação de serenidade, como se cada detalhe fosse cuidadosamente pensado para criar um refúgio de paz.

No centro da sala, encontro um sofá preto posicionado com elegância, sua presença imponente contrasta com a suavidade das cores ao seu redor, criando um equilíbrio harmonioso.

Enquanto caminho pela sala, meus olhos são atraídos para o teto, onde lustres brilhantes derramam sua luz suave sobre o ambiente. Sua presença discreta, mas elegante, adiciona um toque de sofisticação ao espaço, enquanto pequenos detalhes decorativos refletem a luminosidade, criando um jogo de brilho e sombras.

Chegando ao bar, sirvo-me de um copo de whisky, apreciando a sensação suave e reconfortante do líquido. Em seguida, meu olhar é direcionado ao meu fiel companheiro de trabalho, o laptop, posicionado estrategicamente em um canto aconchegante da sala. Sento-me no sofá, apreciando o contraste entre o preto do estofamento e o branco ao seu redor, enquanto mergulho nas mensagens da minha caixa de entrada.

Entre as diversas correspondências, uma mensagem específica chama minha atenção. Com um remetente desconhecido e um assunto intrigante, sinto a curiosidade aguçada. Clico para abrir o e-mail, ansioso para descobrir o que se esconde por trás das palavras cuidadosamente escolhidas.

Após ler a mensagem ameaçadora em meu email, uma onda de frustração e raiva toma conta de mim. Como pode alguém se atrever a hackear minha conta? 

Respiro fundo, tentando manter a calma e, como bom administrador que sou, começo a traçar um plano para desbloquear a conta. Mas, por mais que tente, a senha continua inválida. É nesse momento que percebo que preciso de ajuda profissional.

Com a situação em mãos, sinto a necessidade de agir rapidamente. Pego meu celular e disquei o número de meu primo Nathaniel Moretti, o segundo subchefe da Máfia, meu advogado de confiança, sabendo que ele possui uma vasta rede de contatos valiosos. Ao atender, despejo minhas palavras com urgência, revelando a angústia e a afetação que a ação dessa hacker desconhecida causou em mim.

— Alô, Nath, preciso de ajuda urgente, fui hackeado. — minha voz sai trêmula, carregada de irritação e indignação. — Não faço ideia de quem tenha tido a audácia de realizar tal ato, mas posso garantir que não estará viva para contar essa história. — minha voz trêmula revela a intensidade das emoções que estou experimentando.

Do outro lado da linha, percebo a agitação na voz de Nathaniel, um indício de que talvez eu o tenha interrompido em algum momento crucial.

— Calma, Don, vou me liberar aqui e estarei a caminho em breve. — sua voz soa apressada, denotando a importância que ele atribui à minha situação e sua prontidão para ajudar.