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Megan Willians

Acordo com uma ressaca infernal, gradualmente abro meus olhos e deixo a claridade entrar. Por incrível que pareça, minhas amigas ainda estão dormindo, e a dor latejante em minha cabeça me faz levantar com cuidado para não fazer barulho. Arrasto-me até o banheiro, o chão frio sob meus pés, e tiro minhas roupas. A água fresca da torneira alivia um pouco a sensação de peso em minha cabeça enquanto escovo os dentes e tomo um delicioso banho revigorante.

Assim que saio do banheiro, sinto um arrepio percorrer minha pele úmida. Vestindo uma roupa confortável, percorro o corredor silenciosamente. Meu objetivo é encontrar algum remédio para aliviar a dor de cabeça que me consome. 

Chego até a cozinha, onde a mesa para o café da manhã já está posta, e os empregados da casa se movimentam com destreza, envolvidos em suas tarefas.

Vislumbro um homem loiro, com ombros largos, cobertos de tatuagens, encostado na janela. Ele segura uma xícara de café em suas mãos e sua expressão é séria, quase pensativa. É Nathaniel, mas algo parece diferente nele hoje.

— Bom dia, Nath. Parece que somos só nós! — minha voz transmite simpatia enquanto me aproximo dele, que se vira para me encarar.

Um sorriso lindo se abre em seus lábios quando seus olhos encontram os meus. Seus dentes perfeitamente alinhados iluminam seu rosto, destacando seu queixo simetricamente perfeito. Nathaniel Moretti é o tipo de homem que você quer ter sempre ao seu lado. É engraçado, gentil e seu sorriso parece iluminar qualquer ambiente. Estar com ele em qualquer momento do dia é reconfortante.

— Sinto muito, ruiva, te considero uma irmãzinha. Não posso ficar com você — ele diz com deboche, umedecendo os lábios. 

Começo a rir, adoro quando ele faz piadas.

— Droga, estava contando com a possibilidade de te pegar em cima dessa mesa, mas já que não vai rolar, o que acha de me conseguir um remédio para dor de cabeça? — respondo ironicamente, sorrio sugestivamente. 

Observo-o largar a xícara de café na mesa e dirigir-se à sala de estar. Ele abre um armário e pega uma caixinha que contém vários remédios. Retira uma cartela e me entrega.

— Para a outra ressacada, que está descendo as escadas! — exclama, entregando-me dois comprimidos.

— Não aceite nada desse Pennywise desgraçado, pode ser veneno — Anastácia grita das escadas, e Nathaniel revira os olhos. 

Coloco uma das pastilhas na boca e engulo.

— Ainda estou viva! Talvez ele não seja tão mal — digo, piscando um olho para Nathaniel.

— Deixa-a morrendo de dor de cabeça, ela merece, Megan — ele fala chateado.

Observo Anastácia passar por nós sem dar muita atenção e seguir até a cozinha. Ela pega a xícara que está na mesa, cheia de café, e começa a tomá-lo, fazendo uma expressão de aprovação.

— Ei, esse café é meu! — Nathaniel repreende.

— Ninguém perguntou! — Anastácia responde bruscamente.

— Ela fica meio mal-humorada sem café, acredite em mim... Melhor deixar ela tomar. — aviso, consciente do efeito do café em Jane.

Vejo Nathaniel sentar-se calmamente à mesa e começar a passar geleia de uva no pão. Antes que ele possa dar uma mordida, Jane chega e rouba o pão de sua mão.

— Obrigada, estava faminta. — Ela diz com um sorriso vitorioso nos lábios. 

Nathaniel apenas balança a cabeça e começa a preparar outro pão.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora