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Steve Moretti

Sinto meu rosto doer pelos socos que levei de Nathaniel, mas estou sorrindo feito um idiota, ainda não estou namorando a Jane de verdade, mas durante está encenação poderei me aproximar dela e afastar qualquer engraçadinho que tentar se aproveitar da minha garota.

Não revidei os golpes que meu primo desferiu em mim, pois sei que merecia cada um deles. 

Não vou ser hipócrita e negar que tenho pensamentos indecentes em relação à irmãzinha dele, então, se as coisas fossem inversas, eu também o teria socado.

— Podemos conversar? — Jane pergunta me encarando de forma estranha.

Levanto-me da poltrona onde estou sentado e me aproximo dela, buscando transmitir confiança.

— Claro! — Respondo, segurando sua mão suavemente para confortá-la.

— Está farsa irá me beneficiar, pois conseguirei me manter em Nova Iorque... Mas e você? — Me pergunta com um olhar amedrontado, tenho medo de que se expor meus reais sentimentos a afaste.

— Irá espantar a Alicia de vez. — Minto, enquanto acaricio os nós de seus dedos.

Percebo que Jane me avalia cuidadosamente e, em seguida, dá um lindo sorriso. 

Meu corpo deseja ela com toda intensidade, mas meu coração almeja proporcionar a ela a mais profunda felicidade. Confesso que faria qualquer coisa por uma migalha de esperança, por um dia em que essa garota incrível me pertencesse.

Pode parecer fantasia da minha cabeça, mas às vezes reparo que ela sente algo por mim. Agora, por exemplo, ela encara meus lábios e dá uma leve mordida no lábio inferior, um gesto tentador que desperta uma intensa vontade de beijá-la. 

No entanto, também reconheço o risco de levar outro soco no rosto, e dessa vez seria da própria Jane.

— Como faremos isso? — Ela pergunta curiosa, seus olhos fixos em nossas mãos entrelaçadas.

— Da forma mais autêntica possível. Sairemos em encontros, demonstraremos afeto em público e seremos exclusivos um do outro. — Falo apreensivo, esperando por qualquer reação negativa que possa surgir.

— Certo, parece justo para mim. — Ela responde, seu olhar voltado para o meu rosto.

Percebo que ela não parece repelir meu toque, o que me enche de alívio e esperança. Aproveito a oportunidade e deslizo meus lábios suavemente em sua bochecha, sentindo a maciez de sua pele.

— Percebi que não tem aversão ao meu toque, então, está parte será fácil... 

— A premissa é inegavelmente verdadeira. — Ela murmura com uma voz suave.

Nossos rostos estão tão próximos, minha vontade de beijá-la se intensifica. 

Sua pele parece reluzir sob a luz solar que invade o quarto, e seus lábios estão ainda mais carnudos e vermelhos. Observo que ela fecha os olhos, pronta para o beijo que está prestes a acontecer, quando, de repente, a porta é bruscamente aberta.

— Ora! Ora, se não é o casalzinho mais fofo de Nova Iorque. — Alicia irrompe no quarto, fazendo o maior barulho e chamando nossa atenção. 

Seus cabelos pretos estão presos em um rabo de cavalo alto, enquanto ela veste um macacão neon rosa exagerado, que parece quase brilhar sob a luz do ambiente hospitalar. Seus pés estão calçados com botas verdes, complementando o visual ousado.

Reviro os olhos, pensando no que eu tinha na cabeça para me envolver com uma mulher tão desequilibrada como ela.

— O que faz aqui sem ser convidada? — Jane pergunta bastante contrariada ao encarar a morena.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora