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⚠️ Contém conteúdo sensível a claustrofóbicos ⚠️

Megan Willians


Aguardo ansiosamente o retorno de Donato com a água, mas o tempo parece se arrastar agonizantemente. Incapaz de suportar a espera, visto uma camisa de Donato às pressas e saio em busca dele, caminhando vagarosamente enquanto absorvo cada detalhe ao meu redor. Cada passo que dou é pesado, carregado com uma sensação opressiva de antecipação.

Finalmente, chego à cozinha e me deparo com uma cena aterradora: Donato está caído no chão, completamente inconsciente. Meu coração dispara em meu peito, e o medo se apodera de mim instantaneamente. Corro em sua direção desesperadamente, me ajoelhando ao seu lado para tentar ajudá-lo. Mas, antes que eu possa fazer qualquer coisa, uma dor aguda atinge minha cabeça, como se tivesse sido atingida por um objeto contundente. Um odor estranho invade minhas narinas, sufocando-me, enquanto meu corpo se tenciona e um pânico avassalador me cega.

A fraqueza se espalha por todo o meu corpo, minhas pernas tremem e minha visão se turva. Sinto minha consciência desvanecendo aos poucos, até que finalmente desmaio, entregando-me ao abismo negro que me aguarda.


                                               *** Algumas horas depois ***

Recupero a consciência em meio a ruídos estranhos, imersa na escuridão opressiva. Engulo em seco, tentando aliviar a terrível ardência que consome minha garganta. Uma sensação incômoda de enjoo me domina quando percebo um leve balanço, como se estivesse em um navio em alto mar.

Desesperadamente, tento mover meus braços e pernas, mas descubro que estou completamente imobilizada. Cada tentativa de me libertar das amarras resulta em uma agonia insuportável. A pele dos meus pulsos se rasga sob a pressão das cordas, mas a esperança e a determinação me impulsionam a continuar tentando, mesmo que pareça que horas se passaram nessa árdua luta.

As cordas em meus pulsos e pernas estão cruelmente apertadas, cortando a circulação e infligindo uma dor lancinante. A cada movimento, meu corpo é invadido por uma agonia excruciante, mas mesmo assim, não desisto. As lágrimas escorrem pelo meu rosto, mesclando-se à mistura de suor e medo que permeia meu ser.

A dor insuportável e a intensa náusea finalmente começam a dominar meus sentidos. Uma tontura avassaladora se apodera de mim, enquanto meu corpo se torna fraco e inerte, cessando qualquer resposta aos meus comandos. Sinto-me afundar na inconsciência, enquanto meu último suspiro de consciência se esvai no ar sufocante que me envolve.


Donato Moretti

Acordo sentindo uma dor terrível em minha cabeça, como se mil agulhas estivessem perfurando meu crânio. Meus olhos se abrem lentamente, e a visão embaçada revela que estou caído no chão frio da cozinha. Instintivamente, me levanto, ignorando a tontura que ameaça me derrubar novamente, e começo a procurar freneticamente por Megan.

— Megan! Megan! Onde você está, meu amor? — Meu grito ecoa pelos cômodos vazios da casa, enquanto a angústia aperta meu peito. 

Um calafrio percorre minha espinha, e uma sensação sinistra toma conta do ambiente.

Decido sair para o lado de fora, ignorando a escuridão que envolve a propriedade. O bosque sombrio estende-se à minha frente, repleto de sombras que parecem dançar entre as árvores retorcidas. Corro desesperado, meus pés afundando na terra úmida, meu coração batendo descompassado no peito.

— Megan! — Meu grito rasga o silêncio da noite, ecoando pelos confins do bosque. 

A sensação de que estou sendo observado aumenta a cada passo. Cada sombra, cada movimento furtivo no canto dos meus olhos, alimenta meu medo e minha determinação em encontrar minha amada.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora