OS RISTRETTOS

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Anastácia Taylor

Já amanheceu e continuamos dançando, embalados pelo pôr do sol que se transforma em uma aurora dourada. A exaustão começa a se fazer presente, mas a única coisa que ocupa minha mente é o homem incrível que me guia pela pista de dança. 

Seus dedos deslizam suavemente pelas minhas costas nuas, e seu sorriso encantador revela o carinho que sente por mim. Apesar de tudo o que enfrentamos, a única coisa que me assusta é a possibilidade de sua reação ao descobrir a verdade sobre meu passado e minhas origens. No entanto, isso não tira o sorriso bobo do meu rosto, pois estou apaixonada e feliz.

— Vamos para casa? — Nathaniel quebra o ritmo da dança, um sorriso de canto se forma em seus lábios.

— Não temos mais uma casa. — Revelo, deixando um mistério no ar. — Mas você pode ficar comigo no meu apartamento... Só que agora tenho uma colega de quarto. — Digo, com um toque de sarcasmo.

Ele arqueia as sobrancelhas, confuso com a revelação, mas mantém a compostura.

— Legal, Anastácia... — Ele responde, surpreso.

Reviro os olhos, acostumada com sua reação.

— Não é tão legal quanto parece. Ela é bem insuportável. — Revelo, soltando uma risada.

— Não pode ser tão ruim assim. — Ele comenta, tentando amenizar.

— Ah, ela tem uma paixonite pelo seu primo. — Conto, sabendo que essa informação o surpreenderá.

Nathaniel solta uma risada.

— Então é por isso que ele estava só de toalha em seu apartamento. Tudo faz sentido agora. — Ele diz, e isso só aumenta a nossa diversão.

Rio junto com Nathaniel, sem dar muitos detalhes, e decidimos nos juntar aos nossos amigos para nos despedirmos e finalmente levar Nath para um lugar mais reservado, onde possamos conversar tranquilamente. Todos estão sentados, claramente exaustos. Nos aproximamos do grupo, que nos recebe com sorrisos cansados, mas cheios de afeto.

Nesse ponto da festa, imaginei que Donato e Megan já teriam partido para a sua tão esperada viagem de lua de mel.

— Olá pessoal! — me aproximo e abraço Megan de lado, cumprimentando o grupo.

Megan arqueia as sobrancelhas, surpresa com a minha energia.

— Mesmo sem café, ela está de bom humor... — ela observa, divertida. — Esse é o efeito que Nathaniel tem sobre nossa Barbie! — ela brinca, provocando risos.

Donato parece um pouco acanhado e tímido diante da situação.

— Falando nisso, me desculpem pelo mal-entendido. — Donato diz, visivelmente constrangido.

— Qual mal-entendido? — Jane pergunta curiosa.

— Melhor nem comentarmos sobre isso. — Nathaniel fala, evitando detalhes.

Observo o rosto corado de Steve e percebo que ele desvia o olhar, evitando meu olhar. Finalmente, a ficha cai e compreendo o que Alicia tentava me dizer. 

Droga! Fui uma idiota por não perceber antes. 

Agora consigo enxergar com clareza os sentimentos que Steve nutre por mim. Talvez eu tenha inadvertidamente alimentado esses sentimentos ao deixá-lo permanecer em minha casa sem estabelecer limites claros. 

Sinto um aperto no peito ao perceber que fui irresponsável emocionalmente com ele. Steve é uma pessoa boa e não merece ser magoado pela minha falta de clareza e reciprocidade.