OS RISTRETTOS

⚫ 08 ⚫

Megan Willians

Eu acordo com os primeiros raios de sol invadindo meu rosto, aquecendo minha pele suavemente. Olho para o relógio no meu celular e vejo que são 7 horas, o que me faz pular da cama com uma mistura de energia e apreensão. 

Começo minha rotina matinal, tentando aproveitar cada momento ao máximo, mas uma sensação inquietante começa a se formar dentro de mim, fazendo meu coração palpitar acelerado. Sei que algo está errado, algo ameaçador se aproxima, mas mesmo assim tento manter a calma e seguir em frente.

Faço meu caminho em direção à cozinha, na esperança de encontrar algo para comer e acalmar meus nervos. Porém, ao abrir a porta, sou surpreendida por uma visão inesperada. A mesa está magnificamente decorada, repleta de uma variedade de alimentos deliciosos. Bolos com coberturas tentadoras, sanduíches apetitosos, panquecas douradas e suculentas frutas frescas estão dispostos de maneira convidativa. 

O aroma envolvente do café recém-preparado paira no ar, despertando meus sentidos. Mas toda essa exuberância é ofuscada pela agitação frenética de Anastácia, que perambula de um lado para o outro com um olhar preocupado estampado em seu rosto.

— Ei, Barbie, você está bem? — pergunto, minha voz denunciando a tremulação causada pela ansiedade que me consome.

Ela expressa um misto de preocupação e pressa enquanto espreme algumas laranjas para fazer suco, e de repente me encara com seus olhos verdes arregalados.

— Será que o Donato Moretti respondeu? — questiona, enquanto dou de ombros, tentando transmitir um gesto de tranquilidade.

Me aproximo dela, encarando-a intensamente, e faço um sinal para que respire profundamente, buscando acalmar seu turbilhão de pensamentos.

— Preparei tudo isso porque não consegui dormir essa noite. — ela confessa, sua voz rápida e trêmula. — Preciso desesperadamente de notícias, Meg.

Com o coração apertado, deposito um beijo rápido em sua bochecha, envolvendo-a em um abraço reconfortante, transmitindo coragem e apoio diante da incerteza que nos rodeia.

Meus próprios sentimentos de insegurança e ansiedade se misturam aos dela, enquanto faço uma promessa silenciosa de que farei tudo o que estiver ao meu alcance para protegê-la.

— Relaxa, Barbie. Eu estou aqui com você. — Minhas palavras são suaves e carinhosas, enquanto acaricio seus cabelos em um gesto reconfortante. — Eu jamais te decepcionei, né? — pergunto, buscando fortalecer nosso vínculo de confiança. — Eu amo você, amiga.

Juntas, sentamos à mesa e tomamos café, desfrutando de uma variedade de alimentos deliciosos, como panquecas, bolo e duas xícaras fumegantes de café. No entanto, mesmo com o sabor reconfortante da comida, havia uma certa tensão no ar devido à ausência de Jane.

— Viu a Jane? — perguntei, sentindo uma pontada de curiosidade e preocupação.

Anastácia soltou um suspiro pesado e desviou o olhar antes de responder:

— Ela está dormindo... mas não parece estar bem depois de tudo que nos contou sobre sua infância perturbadora. — Anastácia parecia chateada, e o peso das preocupações se refletia em suas palavras.

Percebendo a angústia estampada em seu rosto, decidi compartilhar minhas próprias inquietações com ela.

— Ela realmente parece abalada, é bom que esteja distraída por enquanto... — comentei, preocupada. — Sabe, Anastácia... — comecei, com a voz trêmula. — Algo não faz sentido nisso tudo. Será que aquele homem da boate, o Don, sabia quem realmente éramos? Sua abordagem parecia tão comum...