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Anastácia Taylor

Após uma longa jornada ao lado de Steve, finalmente chegamos a Pequim, a majestosa capital chinesa. O voo transcorreu de forma tranquila, embora uma inquietação persista dentro de mim. 

A mensagem que recebi de Jane, me deixou à beira de um colapso nervoso, e intensificou minha preocupação com a segurança dela. Desde então, não tive qualquer sinal de minha amiga, e seu telefone permanece inativo. Temo que algo terrível possa ter ocorrido, e estou decidida a buscar incansavelmente pistas sobre seu paradeiro.

Sinto-me presa em um ciclo interminável de angústia, enquanto vejo tudo aquilo que amo escapar gradativamente de minhas mãos. Neste momento, é como se eu estivesse perdida em um labirinto, sem saber aonde meus passos me conduzem.

Diante de um trauma tão devastador, é surpreendente como encontramos forças em lugares que jamais imaginaríamos. Posso afirmar com convicção que me tornei uma pessoa mais resiliente, enfrentando de frente tudo aquilo que antes evitava.

Felizmente, ainda consigo manter a racionalidade em meio a essa tormenta. Por isso, pedi a Megan que hackeasse meu telefone e, com suas habilidades, ela conseguiu rastrear a origem da mensagem que recebemos, a qual suspeitamos ser de Jane, mas não temos certeza.

De acordo com minhas investigações, esse rastro nos leva a um pitoresco chalé próximo ao Pico da Caneta Imperial. É por isso que eu e Steve nos dirigimos diretamente ao endereço indicado, na esperança de encontrar nossa amiga perdida.

***

Ao chegarmos no local, fico surpresa com a reclusão e isolamento da região em que o chalé está situado. As paisagens ao redor são dominadas por uma serenidade quase surreal, com montanhas majestosas e uma vegetação exuberante que abraça o lugar. O chalé em si é uma construção rústica e encantadora, feita de madeira envelhecida pelo tempo. Suas paredes apresentam sinais de desgaste, como rachaduras e lascas.

À medida que nos aproximamos, o silêncio absoluto envolve o ar, como se o próprio ambiente estivesse segurando a respiração. Não há nenhum sinal de vida ao redor, nenhum movimento ou som que perturbe a tranquilidade do local. Conscientes de que estamos adentrando um território desconhecido e potencialmente perigoso, decidimos prosseguir com extrema cautela.

Chegamos à porta de entrada e Steve tenta abri-la.

— Está trancada. — constata ele, frustrado.

— Droga, será que temos alguma coisa no carro que possa abrir? — pergunto, procurando soluções.

Vejo um sorriso sarcástico surgir no rosto dele, enquanto joga seu corpo contra a porta com força, numa tentativa de arrombá-la.

— Ou isso. — digo, com um toque de deboche na minha voz.

Com o impacto, a porta cede e nos permite entrar. Ao adentrar o chalé, somos recebidos por uma sensação avassaladora de abandono e desolação. Camadas espessas de poeira cobrem os móveis e objetos, conferindo-lhes uma aparência negligenciada e desgastada. Teias de aranha se estendem pelos cantos, testemunhando a ausência de visitantes por um longo período de tempo.

Enquanto exploramos o ambiente, abrindo gavetas e levantando tapetes com cuidado, não encontramos sinais evidentes de presença recente. Nada parece ter sido movido ou alterado por mãos humanas há muito tempo. 

Apesar de nossa busca minuciosa, não encontramos pistas que provem a passagem de Jane por ali. A decepção paira no ar, mesclada com uma crescente sensação de desespero.

— Anastácia, não há ninguém aqui! — exclama Steve, saindo de um dos quartos, sua voz ecoando pelos corredores vazios.

— Não estou pronta para desistir ainda, Steve — disse, determinada.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora