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Jane Petter

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Jane Petter

Após estacionar o carro na garagem, dirijo-me ao elevador e subo até a cobertura. Cada passo é acompanhado por uma dolorosa pulsação na minha perna, indicando a profundidade dos cortes. A urgência de cuidar das feridas me leva ao escritório de Steve, onde sei que posso encontrar uma caixa de primeiros socorros.

Apesar da dificuldade em caminhar, persevero até chegar lá.

Adentro o escritório, observo o ambiente ao meu redor, com suas paredes revestidas de madeira escura e estantes repletas de livros encadernados. 

A luz natural da cidade entra pelas grandes janelas, destacando a elegância dos móveis e a serenidade do espaço. Não demora, encontro a caixa de primeiros socorros em uma prateleira próxima à escrivaninha. 

Com cuidado, removo o cilício da minha perna esquerda, sentindo uma pontada aguda de dor. Sento-me na poltrona macia e confortável que fica ao lado da escrivaninha, apreciando o toque suave do tecido enquanto me preparo para cuidar das feridas.

Limpo as feridas meticulosamente, utilizando a solução antisséptica que encontro na caixa de primeiros socorros. A sensação de frescor e formigamento invade a minha pele, enquanto aplico o líquido para prevenir qualquer infecção. 

Aos poucos, a dor começa a diminuir, substituída por um alívio reconfortante.

Cobro as feridas com gaze seca, fixando-as cuidadosamente com esparadrapo. Cada movimento é realizado com delicadeza, garantindo a proteção adequada para promover a cicatrização. 

Enquanto me ocupo com os cuidados físicos, as lembranças de James, meu padrasto, começam a invadir minha mente. Recordo-me das noites em que ele chegava em casa embriagado e invadia meu quarto. O medo paralisante e o pânico silenciavam qualquer grito de socorro, deixando-me indefesa. Essas memórias sombrias persistem, assombrando-me até os dias de hoje.

Sozinha no escritório, um sentimento de desespero e desamparo começa a tomar conta de mim. A tentação de pegar uma das armas de Steve e acabar com minha própria vida surge como uma voz sinistra em minha mente. 

No entanto, nesse exato momento, meu telefone toca, interrompendo meus pensamentos sombrios. Observo o identificador de chamadas e sinto meu coração acelerar, enquanto uma onda de alívio e paz percorre meu corpo.

— Olá, gambazinho! — Alegre, a voz do outro lado da linha saúda-me. 

É meu irmão, aquele que tem o poder de me resgatar dos abismos mais profundos e iluminar meu caminho. A descoberta de que eu tinha um irmão gêmeo e a oportunidade de conhecê-lo foram presentes incríveis da vida. Ele se tornou alguém muito especial para mim, capaz de trazer luz aos momentos mais sombrios.

— Olá, Nath! Senti tanto a sua falta. — Minha voz irrompe com uma mistura de saudade e emoção, revelando a intensidade dos meus sentimentos.

— Vem me ver então, eu e Anastácia estamos proibidos de viajar por um tempo... — Seu tom de voz carrega um misto de tristeza e resignação, despertando minha curiosidade e preocupação.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora