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Jane Petter

Estamos há horas na estrada, e Steve dirige em alta velocidade, demonstrando uma habilidade impressionante ao volante. Seus olhos permanecem concentrados na estrada, e o silêncio que paira dentro do carro é carregado de tensão. 

Observo ele de soslaio e noto que aas mangas da camisa que veste está levemente erguida, revelando uma série de cicatrizes em seus pulsos. Sinto um aperto no peito, imaginando pelas torturas pelas quais ele pode ter passado nas mãos de Candice. Cada marca em sua pele é um lembrete brutal de seu sofrimento, e minha mente se enche de indignação por tudo o que ele teve que enfrentar.

Ressentimento cresce dentro de mim, e meus olhos começam a marejar. Sem pensar, minha mão busca seu conforto e pousa em sua perna, buscando transmitir solidariedade e apoio. Em resposta, vejo Steve sorrir de canto, como se a presença de minha mão ali o acalmasse de alguma forma. 

Seu olhar se encontra com o meu, e por um breve momento, parece haver uma troca de emoções e entendimento mútuo.

— O que foi? — pergunto, encarando-o com uma mistura de preocupação e ternura, e esboço um sorriso tímido.

— Você é louca por mim. — ele fala com convicção, os olhos brilhando em meio às sombras do que passou recentemente. 

Ele pisca na minha direção, como se me desafiasse a discordar.

— Não exagere. — repreendo suavemente, retirando minha mão de sua perna por um instante, apenas para ceder à sensação reconfortante de tê-lo perto e colocá-la de volta em seu lugar.

— Você é maluquinha por mim, Jane. — ele exclama com um tom brincalhão, mas há um calor genuíno em suas palavras. 

Ele segura minha mão com suavidade, como se quisesse sentir minha presença ao seu lado.

— Eu só estava com as mãos frias. — minto levemente, mordendo o lábio para segurar o riso. 

— Quer que eu aumente o ar? — ele pergunta preocupado, demonstrando uma atenção genuína ao meu bem-estar e acreditando em minha falsa explicação.

— Não precisa. — respondo com um sorriso sincero, fazendo carícias suaves em sua coxa como um gesto de gratidão por sua preocupação.

— Então, só queria ficar com as mãos em mim? — ele pergunta com um sorriso travesso, o que me desarma completamente. 

— Você começou com isso há um tempo atrás. — Falo, lembrando da primeira vez que Steve juntou nossas mãos. 

Estávamos a caminho da boate, e recordo-me de acariciá-lo, sentindo sua pele arrepiar com o contato.

— É verdade. — Concorda, tirando-me de meus devaneios.

— Sempre me perguntei qual era a sua intenção durante esses momentos. — Comento, lembrando das vezes em que ele me abraçou e tocou.

— Às vezes as palavras não são suficientes, eu queria que sentisse... Que eu estaria sempre ali! — Conta com sinceridade, parecendo reflexivo.

A verdade é que, depois que nos conhecemos, Steve sempre esteve presente. A primeira vez que o vi, lembro de pensar que era um homem lindo, porém, parecia arrogante e convencido. Mas, com o tempo, percebi que Steve era muito mais do que uma aparência atraente. 

Ele sempre apoiou todas as pessoas ao seu redor, sendo amigo, família e um porto seguro para todos nós. Recordo-me de pensar que uma pessoa como ele merecia ser feliz e que deveria ter apenas coisas boas em sua vida. 

E foi assim, que sem perceber, acabei viajando para a China para tentar acabar com seu noivado. Eu acreditava que Steve merecia uma vida linda e cheia de amor. 

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora