Jane Petter
Estamos todos sentados na sala de estar, em meio a uma atmosfera tensa. Nathaniel segura o filho no colo, enquanto Anastácia amamenta a filha ao seu lado. Megan anda de um lado para o outro, inquieta, com os olhos fixos no telefone, que teima em não tocar.
A ansiedade é quase palpável no ar, e cada segundo que passa parece uma eternidade. Meu pai olha para o celular a cada dois minutos, suas sobrancelhas franzidas, e eu posso sentir a tensão em seus ombros. Os olhares trocados entre nós revelam o medo do que pode estar acontecendo entre Candice e o irmão.
Finalmente, após uma espera agonizante, meu telefone toca, e eu praticamente salto para atendê-lo. É Fiódor do outro lado da linha, e sua voz soa séria e contida.
— Oi. — Ele diz, mas a tensão em sua voz é evidente.
— Fiódor, seja breve, por favor... — Peço, mal conseguindo controlar minha ansiedade.
— Desculpe a demora. Falei com Candice assim que ela chegou no presídio... — Ele sussurra, como se temesse ser ouvido.
Minha ansiedade aumenta ainda mais, e minha imaginação já começa a criar cenários terríveis.
— Estou tendo um ataque aqui. — Revelo, sentindo a angústia se apoderar de mim.
Ele suspira, e consigo quase sentir sua compaixão através do telefone.
— Ela queria te trair. — Fiódor confessa, e o peso das palavras me atinge como um soco.
Minhas mãos tremem, e minha raiva se mistura com o medo. Candice é imprevisível e perigosa, e suas ameaças são reais.
— Droga, eu vou matar aquela maldita. — Minha voz se enche de raiva, enquanto imagens de vingança passam pela minha mente.
Fiódor parece entender minha fúria, mas ele também sabe que não podemos agir impulsivamente.
— Eu disse a ela que te entregaria o comando de toda a nossa organização, a menos que ela desligasse o telefone e consertasse a bagunça que fez. — Ele continua, tentando acalmar a situação.
Enquanto falamos, o telefone de Benjamin começa a tocar, e ele sai da sala em direção à cozinha para atender, seus passos apressados mostrando sua preocupação.
— Espero que dê certo, Fiódor. — Expresso minha apreensão, sabendo que não podemos baixar a guarda.
— Eu preciso desligar. — Fiódor diz, e a ligação cai.
Fico ali, segurando o telefone, respirando fundo para tentar acalmar os nervos. Essa situação é delicada e perigosa, e eu sei que qualquer deslize pode ser fatal.
Benjamin retorna à sala, seu rosto revelando que a ligação que recebeu também não trouxe boas notícias. Seus olhos estão sérios, e suas mãos apertam o celular com firmeza, denunciando sua agitação interior.
— Ben... — Chamo, minha voz trêmula de preocupação, e ele se aproxima imediatamente, me abraçando com força.
— Jane, não é culpa sua. — Ele fala, tentando me acalmar. — Era uma emboscada. Não podíamos ter previsto isso.
Meu coração dispara e a angústia toma conta de mim. Preciso saber o que aconteceu, mas a voz parece falhar em minha garganta.
— O que houve? — Pergunto, mal conseguindo formar as palavras.
Benjamin suspira, buscando a melhor forma de me contar o que aconteceu. Uma onda de pânico se abate sobre mim, e minha visão começa a ficar turva. O medo de perder alguém que amo é esmagador.
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OS RISTRETTOS
RomanceEm "Os Ristrettos", Anastácia Taylor, Jane Petter e Megan Willians são amigas inseparáveis com um sonho em comum. Se tornarem agentes da CIA. Mas suas vidas sofrem uma reviravolta surpreendente quando elas se deparam com a sinistra máfia que governa...