OS RISTRETTOS

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Anastácia Taylor

Estamos abraçados no divã, em uma posição de conchinha, enquanto encaro a parede à minha frente. Nath acaricia meu cabelo com ternura, seus dedos deslizando suavemente pelos fios sedosos e loiros. A proximidade física entre nós é reconfortante, mas ainda sinto uma barreira emocional que paira entre nós, como se houvesse assuntos pendentes que precisam ser resolvidos.

— Nath! — chamo seu nome suavemente, desejando dissipar essa tensão que paira no ar.

Sinto um sorriso se formar em seus lábios, próximo à minha nuca, e seu toque se torna mais carinhoso.

— Anastácia! — ele responde com ternura em sua voz, fazendo meu coração acelerar.

Percebendo minha inquietação, expresso o que está em meu coração, deixando minhas palavras fluírem com sinceridade.

— Sinto que temos muito a resolver! — afirmo, expressando minha inquietação e o desejo de enfrentar as dificuldades juntos.

— Uhum! — ele responde meio relutante, denotando certa timidez, mas sua expressão demonstra que ele também sente a necessidade de resolver os problemas que nos afligem.

— Então me conta o que está passando pela sua cabeça? — pergunto, buscando uma conexão emocional mais profunda.

Ele solta um longo suspiro antes de responder, como se lutasse consigo mesmo para encontrar as palavras certas.

— Rolou alguma coisa entre você e Steve? — ele pergunta, visivelmente acanhado, revelando suas inseguranças.

Começo a rir suavemente, achando adorável que ele tenha considerado a possibilidade de me perder para outro homem. Minha risada faz com que ele erga uma sobrancelha, intrigado. 

Com um sorriso brincalhão nos lábios, viro-me para encará-lo, perdida em seus olhos profundos e intensos. Seu rosto está sério, indicando que não se trata de uma brincadeira. Ele realmente desconfia que algo possa ter acontecido durante sua ausência. Compreendo, então, que seu surto de insegurança, o afastamento e o ciúme foram provocados por essa preocupação.

— Anastácia... — ele fala, repreendendo-me suavemente, mas seu tom de voz é repleto de amor e cuidado.

— O Steve e eu nos aproximamos bastante... — revelo, permitindo que ele entre em meu mundo emocional. — Mas somos apenas bons amigos. Nunca passaria disso. Não sei se você percebeu, mas sou completamente apaixonada por você... — digo, roubando-lhe um beijo ao acariciar seu lábio inferior com delicadeza. Um sorriso brinca em seus lábios.

— Usando minhas próprias táticas, Anastácia? — ele brinca, seu olhar agora mais leve e cheio de afeto.

Sorrio timidamente, apreciando o momento compartilhado, a ternura que envolve nosso reencontro.

— Sou tão louca por você que, mesmo após seis meses pensando que você havia falecido, continuei usando a aliança. — revelo, abrindo meu coração e mostrando a profundidade dos meus sentimentos.

— Desculpa, eu fui um idiota... — ele diz, afagando meus cabelos com gentileza. — É que você se afastou e disse que precisávamos conversar. Criei mil teorias e acabei imaginando coisas em minha mente. — ele desabafa, demonstrando sua vulnerabilidade e o medo de me perder.

Enquanto ele fala, meus olhos não desviam dos seus. 

Será que ele não percebe o quanto o amo? Que o sentimento que nutro por ele é a única coisa que dá sentido à minha alma? 

Não me apaixonei por Nath porque estava sozinha, vazia ou quebrada, nem porque precisava desesperadamente que alguém me amasse. Me apaixonei por ele porque, quando estamos juntos, o mundo se desvanece, todos os problemas se dissipam, e não consigo evitar imaginar um futuro ao seu lado.