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Jane Petter

Acordo com dificuldade, sentindo minha garganta seca e todo o meu corpo dolorido. Cada movimento é um esforço árduo, como se cada músculo protestasse contra qualquer tentativa de movimentação. 

Sinto uma leve tontura ao tentar abrir os olhos, e a visão embaçada dificulta a percepção do ambiente ao meu redor. No entanto, uma mão suave e reconfortante toca meu ombro, imediatamente me impedindo de fazer qualquer movimento brusco.

Um leve tremor percorre meu corpo ao sentir o calor da mão que me toca, transmitindo uma sensação de segurança. Minha mente começa a se acalmar, e minha visão vai gradualmente se ajustando à luz difusa que banha o quarto. Observo a luminosidade através das cortinas entreabertas, percebendo que ainda é dia lá fora.

O ambiente ao meu redor revela-se um quarto de hospital, com paredes pintadas em tons suaves de branco e móveis funcionais. A cama em que estou deitada possui travesseiros macios e lençóis impecavelmente limpos. A atmosfera tranquila é interrompida apenas pelos murmúrios abafados dos corredores e o som monótono dos equipamentos médicos.

Enquanto tento me orientar no espaço desconhecido, a mão que repousa no meu ombro delicadamente me empurra suavemente de volta ao travesseiro, indicando que não devo me esforçar.

— Olá, meu amor... Seja bem-vinda de volta. — Uma voz familiar ressoa ao meu lado, preenchendo o ambiente com doçura e alívio.

Dirijo meu olhar em direção à voz e meus olhos se enchem de lágrimas ao reconhecê-lo. 

Ele acaricia meu rosto com o polegar, seu toque transmitindo conforto. Seguro sua mão com ternura, trazendo-a até meus lábios e depositando um beijo suave, como se quisesse confirmar a realidade da situação.

— Você... Você está vivo, Steve? — Gaguejo entre lágrimas e soluços, minha voz trêmula de emoção. 

Meu coração bate acelerado, esperando ansiosamente por sua resposta. Desejo com todas as minhas forças que suas palavras confirmem que não se tratava de uma ilusão, que ele esta aqui de fato.

Steve, com um olhar repleto de amor e saudade, inclinou-se em minha direção. Cada movimento dele é como um raio de esperança atravessando o nevoeiro da incerteza. E então, com ternura, ele depositou um suave selinho em meus lábios.

— Suponho que por pouco, mas estou. — Responde, com um sorriso gentil.

Meus olhos traem minhas emoções, derramando lágrimas incontroláveis que não cessam. Sinto uma mistura de alívio, felicidade e uma pitada de incredulidade por tê-lo de volta. 

Desejo intensamente tê-lo próximo a mim, compartilhando cada instante. Por isso, abro espaço na cama, convidando-o a se deitar ao meu lado com tapinhas suaves no colchão, relembrando o gesto carinhoso que ele fez em nossa primeira noite dormindo juntos. 

Steve abre um enorme sorriso, seus olhos azuis brilham como o céu. Ele prontamente atende ao convite, retirando a jaqueta de couro que está usando e ficando apenas com uma camiseta branca, revelando sua figura adoravelmente atraente. 

Ele se acomoda ao meu lado, passando o braço ao redor da minha cintura e puxando-me para perto, transmitindo de forma clara o quão profundamente sentiu minha falta e o quanto ele ansiava por esse momento de proximidade.

— Como isso é possível? — Pergunto, buscando compreender o que aconteceu, ansiando por entender cada detalhe do que nos trouxe de volta um ao outro. 

— Quando cheguei aqui, estava clinicamente morto... — Ele compartilha, seus dedos acariciando gentilmente meu cabelo. — Nathaniel, com sua insistência incansável, fez um verdadeiro escândalo e convenceu um médico a me atender... — Suas palavras ecoam no ar, carregadas de emoção e significado. — Foi uma verdadeira batalha... varias transfusões de sangue foram necessárias, e por sorte havia dois doadores compatíveis disponíveis. Foi um milagre, Jane... 

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora