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Donato Moretti

Cheguei na Paradise acompanhado de meu primo e meu irmão, tomado pela tensão da cena que testemunhei entre Megan e aquele desprezível Apolo Brown na garagem da empresa. A lembrança da maneira como ele destruía as garotas durante a faculdade ecoava em minha mente. No entanto, depois de conversar com meu irmão, chegamos à conclusão de que Megan é uma mulher forte e decidida, capaz de se cuidar sozinha, e não se deixará levar pelas artimanhas do primeiro cafajeste que cruzar seu caminho.

Adentramos na boate e subimos até a área VIP, onde fomos recebidos por garçonetes elegantes que nos serviram uísque. Do local em que estávamos, tínhamos uma vista privilegiada da pista, permitindo-nos contemplar as belas garotas dançando. No entanto, por mais encantadoras que fossem, nenhuma delas conseguiu despertar meu interesse.

Com o quarto copo de uísque em mãos, avistei um borrão vermelho movendo-se de maneira sensual no centro da pista. A curiosidade me invadiu, levando-me a levantar para obter uma visão melhor. Comecei a encará-la intensamente, e de alguma forma ela parecia captar minha presença, fazendo com que sua dança se tornasse ainda mais sedutora. Estava quase descendo as escadas para me aproximar daquela mulher que mexia comigo de uma forma inexplicável, quando finalmente percebi que era Megan.

— Droga, Megan! — Vociferei, minha irritação transbordando enquanto permanecia paralisado, encarando aquela mulher que mexia comigo de maneiras que eu jamais conseguiria compreender totalmente. 

Não há palavras para descrever, apenas sei que é assim.

Continuei observando-a dançar, sentindo uma vontade incontrolável de descer até lá e envolvê-la em meus braços. Naquela manhã, quando conversamos, achei que seria fácil protegê-la e amá-la à distância, mas esse era apenas o primeiro dia e eu já estava completamente perdido em minhas emoções.

No entanto, meu sangue começou a ferver quando vi aquele verme do Apolo se aproximar dela, colocando suas mãos em sua cintura como se tivesse algum direito sobre ela. Esperei que Megan o afastasse, mas para minha surpresa, ela se virou e sorriu genuinamente para ele. Foi como se uma faca tivesse perfurado meu coração, fazendo meu estômago revirar.

Fechei os olhos, buscando aliviar a sensação de náusea que tomou conta de mim. Ao abri-los novamente, presenciei Apolo sussurrando algo em seu ouvido. Foi o suficiente para que eu perdesse o controle que restava e, sem pensar, arremessei o copo que segurava ao chão com força.

— Aquele cretino não vai ousar tocá-la. — Vociferei, determinado, caminhando rapidamente em direção à pista de dança.

No entanto, antes que eu pudesse chegar até Megan, sou abruptamente bloqueado por Nathaniel, que me encara com um sorriso debochado nos lábios e um olhar desafiador. Seu corpo tenso revela sua própria impaciência, mas isso não me importa. Meus olhos estão focados em Megan, minha mente dominada pela raiva e pelo ciúme.

— Onde diabos você pensa que vai, Donato? — Ele pergunta com sarcasmo, os dentes cerrados.

Sem responder, meu olhar fixo em Megan e Apolo, meu rival indesejado, tomo uma decisão impulsiva. Com um rugido de frustração, viro-me para Nathaniel e grito:

— Socar a cara daquele maldito que está agarrando Megan! — Minha voz ecoa pelo ambiente, impregnada de raiva e possessividade. 

Nathaniel levanta uma sobrancelha, aparentemente surpreso pela minha explosão de emoções. Sua expressão de desafio suaviza-se um pouco, substituída por um misto de preocupação e compreensão.

— Com que direito? — Ele pergunta, adotando um tom mais sério. — Já pensou no que Megan vai pensar disso tudo? Será que ela vai aceitar bem essa demonstração de ciúmes?

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora