Embate

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• Após Henrique conseguir levar o celular para Rafa, a loira pediu alguns minutos sozinha, dando a entender que faria uma ligação um tanto quanto sigilosa, o amigo até tentou se opor, mas Marcella comunicou que não haveriam problemas, afinal a outra aparentava estar bem e os exames feitos verificaram os sinais vitais estaveis. No outro lado da cidade, mais precisamente no morro e no endereço onde João havia lhe passado, estava Maraisa.





Pov's Maraisa
"Aqui estou eu, pronta pra subir e encontrar pela ultima vez essa facção, eu sei que eles podem estar armando algo, mas dessa vez não vou deixar acabar facil, não tenho mais nada a perder, vai ser eu ou ela..."




João: E não é que você veio mesmo kkk não sei se isso tudo é coragem ou burrice!

Maraisa: Eu com certeza diria ser ousadia, não fujo da raia igual vcs não, to aqui pra bater de frente e sair por cima!

João: Não teria tanta certeza não...sabe Maraisa, nada disso precisava estar acontecendo, eu te dei chances, te deixei escolher, você poderia estar do meu lado hoje e estariamos longe disso tudo...

Maraisa: Você é um desgrado! Cala essa boca e me leva pra tua chefinha, que eu sei que ela ta aqui pronta pra acabar com esse circo todo igual eu!

João: Não ache que vai ser facil, já disse, você entrou no nosso jogo agora, foi dada a largada, se você chegar viva até lá terá o que esta procurando...(sem deixar a morena responder ele simplesmente desaparece entre os becos, deixando ela sozinha e atenta a cada movimento)

Maraisa: Vai Maraisa, vc consegue...vai vai conseguir!(rapidamente ela se poe contra um murro de concreto e tira sua arma do coldre)



• Como já era esperado, a subida até o topo do morro não foi fácil, todos ali já esperavam a chegada da comandante, e a cada passo que ela dava mais olhares caiam sobre si, e nenhum deles era amigável. Assim que pisou no já conhecido galpão, sentiu um frio diferente atravessar seu corpo, a sensação esquisita só trazia mais certeza para o embate que tinha dentro de si, aquilo iria acabar, era a última vez que iria enfrentar a irmã. O silêncio do lugar era aterrorizante para qualquer um, o único som presente era do coturno lustroso colidindo contra o chão a cada passo calculado que a morena dava. Analisou o vasto local e não encontrou nada estranho, até um voz conhecida lhe tirar atenção.


Maiara: Sabe irmãzinha, achei que fosse demorar mais...(parecendo totalmente distraída ela observava a irmã do mezanino que havia ali, sem aguardar respostas ela virou-se e prosseguiu para dentro da sala, o som dos saltos finos ecoaram pelo galpão e atraíram a mira da comandante)

Maraisa: Estava ansiosa pela minha chegada? Pois bem, estou aqui!

Maiara: João me disse que vc seria burra o suficiente pra se entregar assim, mas não achei que fosse tanto! Tem noção de que não vai sair daqui? Pelo menos não viva! Vc tentou tanto que conseguiu Maraisa, mas se acha que vai me derrubar de vez tá bem enganada!

Maraisa: Aí que vc se engana Maiara, eu já te derrubei...só vim fazer o favor de te tirar de circulação pra fechar o pacote!(com cautela ela sobe os degraus da escada que levavam até o mezanino e obviamente até a sala onde a irmã estava)

Maiara: Não se acanhe, pode entrar, e baixe essa arma por favor, não quero me estressar contigo logo no início do nosso papo!(a ruiva estava sentada em uma cadeira de couro, um sorriso psicopata enfeitava seus lábios)

Maraisa: Chega Maiara, vamos acabar com isso logo...

Maiara: Mas já? Nem começamos nossa historinha triste de despedida! Prometo que dessa vez eu deixo vc se despedir, porém não vou errar o tiro como da última vez!

Maraisa: Onde vc se perdeu Maiara?

Maiara: Eu nunca me perdi querida, já você parece que nunca se encontrou não é?

Maraisa: Chega! Acabou Maiara, eu destruí o que vc construiu, era esse o seu medo? Eu ser a melhor sempre? Pois bem, estou aqui na sua frente te mostrando de novo quem é a melhor!

Maiara: Até parece que vc vai conseguir me enrolar com esse papinho...

Maraisa: Vc tá sozinha Maiara, desiste e da o braço a torcer, nem dessa vez vc conseguiu ganhar! Eu não sei como nunca percebi quem vc realmente era, como eu nunca abri os olhos pra ver o quão podre vc era...

Maiara: Vc é fraca irmã, esse é o motivo...(sorri demostrando não estar abalada com a frieza da morena à sua frente)

Maraisa: Não me chama assim...vc não tem esse direito!(rosna se aproximando mais da ruiva)

Maiara: Para de bancar a durona aqui...abaixa essa posse de comandante que pra mim você não passa de um reflexo de frustrações...(grita irritada, afinal estavam ali a algum tempo e nenhuma das palavras que trocaram iria amenizar o que quer que tiveram até agora)

Maraisa: Vc é baixa Maiara...chega...(se afasta, caminha lentamente para longe, se ouvia apenas as respirações pesadas e o ruído dos seus coturnos pelo chão de madeira do mezanino)

Maiara: Vc teve chances Maraisa, eu te dei varias delas...eu te deixei varios avisos...vc esta onde está pq vc mesma se deixou chegar aí, se afundar nesse lamaçal...

Maraisa: Cala a merda dessa boca!(se enfurece, logo está próxima novamente, em suas mãos agora a pistola 9mm engatilhada chama à atenção da ruiva)

Maiara: Espertinha...quer atirar? Atira! Atira Maraisa! Vc não tem coragem não é? Fraca! Atira? Não é isso que vc quer? Vingar a morte daqueles que te deixaram?(ri sarcástica e acaba por desestabilizar emocionalmente a policial)

Maraisa: Não fala deles, vc não tem moral pra falar isso...vc...vc vai pagar caro por isso Maiara!(recua brevemente, suas mãos fraquejam, uma lágrima teimosa desce por sua face e ela logo balança a cabeça rapidamente a fim de acabar com aquilo)

Maiara: Então atira...tá vendo como vc não consegue? Vc não é igual à mim Maraisa! Vc jamais será igual à mim! Eu tenho tudo o que eu quero, tenho o poder que eu sempre quis...e vc? Nada! Vc perdeu tudo! Perdeu o irmãozinho querido e agora perdeu a Lauana! Supera isso, vc nunca vai sair desse poço...

Maraisa: Vc tá certa Maiara, eu jamais vou ser igual vc...eu jamais serei fria e calculista nesse nível...vc mata a sangue frio! A Lauana te amava tbm...(sua fala é cortada pelas lágrimas que já à sufocavam, lembrar daquela perda era algo doloroso demais, era uma ferida que jamais seria curada)

Maiara: Eu sei de tudo isso...todo esse bla bla bla...quer escutar de novo a historinha? De como eu ouvi ela gritar pela vida? De como eu vi o fogo varrer aquele porão e de não sobrar nada, nenhum rastro a não ser os corpos carbonizados lá?

Maraisa: Para...para...(leva as mãos à cabeça, aquele assunto era algo delicado, e sem saber a ruiva achou novamente seu ponto fraco)






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Falaaaa galeuraaaaaa!
E veio o encontro kkkk
Quem será que vai sair bem desse embate?

Seria você a última peça?!Onde histórias criam vida. Descubra agora