10

16.2K 1.5K 486
                                    

Kristhen Zillord

De um lado para o outro, Elaine anda um pouco desesperada.

- E agora? Sem pista nenhuma!

- Senhora, já tentou conversar com os verdadeiros donos da moto?

- Não temos a placa, impossível achar os verdadeiros donos - ela começa a roer suas unhas - Só se...

Ergo minhas sobrancelhas, não sei qual a ideia que ela teve, mas parece ser boa só pela expressão do seu rosto.

- Vamos fotografar as motos e divulgar, assim acharemos os donos.

Não é uma má ideia, mas as pessoas podem mentir apenas para fazer uma graça. Tem tanta gente idiota pelo mundo.

- Tudo que a senhora for fazer, estarei te apoiando.

- Ótimo! - ela se senta - Como foi na festa?

- Reed fez alguns amigos. E também... ele irá sair no sábado com a garota que gosta-

- SÉRIO? - ela se levanta com um grande sorriso - Isso é perfeito!

- Sim! Eles vão em um shopping e depois em um parque aquático.

- Meu menino está evoluindo tão rápido... - ela mantém um sorriso no rosto - Onde ele está?

Droga... Será que ela vai ficar brava porque ele voltou bêbado?

- Ele está nas escadas... bêbado.

O sorriso dela some, e seus olhos piscam várias vezes.

- O-... O quê?

Puta merda! Seu semblante mudou, ela ficou brava.

- Desculpe por isso, senhora! Ele acabou indo na onda dos amigos e be-

A batida na mesa me fez ficar em silêncio. Droga! Sabia que daria merda.

- Não irei dizer nada porque é a primeira festa dele, mas na próxima vez, você irá arcar com as consequências. Fui clara?

- Sim, senhora!

- Ótimo! - ela joga seus cabelos castanhos para trás - Leve ele para o quarto, o ajude com um banho e o coloque na cama, cuide dele, caso contrário, ficará de guarda lá fora sem poder dormir, comer, usar o banheiro, beber água, ou descansar, ok?

- Sim! Já estou saindo. - me curvo em forma de respeito

Saio do seu escritório e volto para o corredor principal. Reed murmura algumas coisas enquanto mexe em uma pedra. Ele bêbado é um filho da puta.

Acaba falando a verdade na cara, e ainda fica rindo. Durante o caminho de volta, tive que ouvir ele reclamando que sou... feia.

Sério! Nunca fui tão diminuída, como fui pelo Reed bêbado.

- Olha! - ele levanta a pedra e cai para trás, batendo as costas nas escadas - Uma tartaruga.

- É uma pedra.

- É uma tartaruga! - ele fecha seu rosto, mostrando bastante irritação - Garota feia não tem opinião aqui.

Só não soco sua cara porque a minha função é te proteger, não agredir.

- Vamos subir. Você tem que banhar, escovar os dentes e dormir, amanhã tem aula. - seguro seu braço, mas com força ele puxa para si

- Eu consigo sozinho! Não preciso da sua ajuda.

Espero que você caia e bata a cabeça.

Com dificuldade, Reed sobe as escadas até o terceiro andar. No último degrau, ele tropeça e cai. Acabei não conseguindo ficar séria e soltei uma leve risada, o que acabou chamando sua atenção.

- Além de feia, fica rindo dos outros caindo - ele mostra seu dedo do meio, e segura no corrimão, se levantando de novo - Onde foi que minha mãe arranjou você?

Que vontade de descer o tapa nessa cabeça. Deus... me socorre.

Ele começa a murmurar, até subir o último degrau. Sigo Reed pelo corredor, ele fica cambaleando de um lado para o outro, esbarrando nos objetos e derrubando alguns quadros.

No caminho eu vou colocando tudo em seu devido lugar, apenas observando ele gritar pelo corredor e fazer eco.

- Reed! Para de gritar! - sussurro para ele

Desnorteado, ele se vira para mim, com aquela cara de desânimo, mas logo cai na gargalhada e mostra seu dedo do meio. Essa já é a décima terceira vez que ele mostra o dedo do meio pra mim.

Continuo o seguindo pelo corredor, até ele ficar confuso e não saber onde é o próprio quarto.

- Por que essa casa tem que ser tão grande? - diz, olhando de um corredor pro outro

- Vamos escolher um quarto qualquer - seguro em seu braço, mas o mesmo puxa com força, tropeçando sozinho e batendo contra a parede - Meu... Deus...

- Ai! - ele bagunça os cabelos, provavelmente esfregando onde está doendo - Não preciso da sua ajuda, sei onde fica o quarto.

Ele volta pelo caminho que viemos. Suspiro, já não aguento mais andar. E foi assim durante muitos minutos, até uma empregada aparecer e nos guiar até o quarto dele.

Reed abre a porta e simples cai no chão. Suspiro cansada, será uma noite em tanto.

Agradeço a empregada e digo que daqui em diante eu tomo conta. Com dificuldade, ele se levanta, passando os olhos pelo quarto. Não nego que fiz o mesmo, isso daqui é um exagero só pra uma pessoa dormir.

- Minha cama! - Walsh caminha até ela e cai sobre o colchão

- Você precisa banhar primeiro. - me aproximo, seguro seus tênis e os tiro. Com dificuldade eu viro seu corpo, ele é bem pesado - Vamos!

- Sai fora! Eu não quero!

- Anda logo, Reed! - puxo seu braço com força, ele se levanta, mas colocando todo seu peso em cima de mim. Faço força para não cair no chão - Céus, que garoto pesado.

Tento levá-lo até o banheiro, mas de repente ele se afasta para encarar meu rosto.

- Por que você quis ser minha segurança? - pergunta, com aquele olhar de chapado

- Porque eu quero terminar o que meu pai começou.

- Seu pai? Ele era um ótimo homem... Eu sinto muito por ele ter morrido envenenado.

O quê? Como ele sabe? Como...? Era... impossível ele saber.

Continua...

NOTAS DA AUTORA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

NOTAS DA AUTORA

Ele bêbado parece revelar quem realmente é...

Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar, me ajuda muito. Beijos, vejo vocês por aí ❤️

KristhenOnde histórias criam vida. Descubra agora