Kristhen Zillord
- Uma arma? - olho para ele, tentando não socar seu rosto - Por que está com uma arma? Com silenciador ainda!
- Minha mãe pediu para te dar, apenas isso. - ele ri nervoso - Eu esqueci... eu juro...
Empurro seu corpo e pego a arma. Olho o pente, está com as dezessete balas, não foi ele.
Passo meu olhar sobre o estacionamento enorme e vazio.
- Entra no carro - ordeno
Reed faz o que mando. Ele se aproxima do carro, um vento passa pelo meu corpo, trazendo uma sensação ruim.
- Reed! Espera!
Ele para no mesmo lugar, o garoto do meu tamanho se vira pra mim. Antes que eu pudesse dar outra ordem, em um piscar de olhos, o carro explode na minha frente, mandando eu e ele pra longe.
Essa explosão foi tão alta, que minha cabeça tem vários zumbidos. Tampo meus ouvidos, espremendo meus olhos com força, a dor é enorme.
Minha visão está turva, e meu corpo dói pra caralho. Sinto algo queimar em minhas pernas, mas não posso ficar preocupada comigo agora. Colocando o resto da força que ainda tenho, pego a arma e fico de pé, me equilibrando para não cair.
Tento ajustar minha visão, o fogo no carro é enorme. Procuro por Reed com os olhos, ele voou mais longe do que pensei, sem falar que estava mais perto do carro.
Ando com dificuldade até ele, seu corpo está muito machucado, com leves ferimentos de queimadura e cortes pelo corpo. Não sei dizer se esses cortes são profundos.
Me abaixo um pouco e coloco os dedos de frente ao seu nariz, ele está respirando, mas é fraco.
Procuro pelo celular no bolso. O meu infelizmente virou pô com a minha bolsa e meus pertences. Acho seu celular, e por incrível que pareça, não é bloqueado.
Ligo pra uma ambulância e digo onde estamos. Na loja do BK as pessoas estão pelo lado de fora, elas cochicham e filmam ao invés de ajudar.
Droga! Esqueci como os humanos estão sendo ridículos hoje em dia.
Quem fez isso me fodeu de uma forma tão grande, que vai pagar por isso. Toco no rosto do Reed, ele está quente com o calor do fogo. Alguém deve ter acionado o bombeiro, pelo menos espero que tenham feito isso.
***
De um lado para o outro, Elaine grita comigo dentro do hospital. Ela diz várias coisas em como sou inútil e imprestável. Joga na minha cara muitas coisas.
Eu sabia que daria nisso, arrisquei a vida do Reed o levando para comer, deveria ter o levado para casa. A culpa agora me atormenta, ele está internado em estado grave por bater a cabeça com tudo no chão.
Ainda não tratei dos meus feridos, na verdade, nem sinto eles, apenas a raiva da Elaine comigo. Ela me xinga em várias formas.
Já faz um tempo que não estou a ouvindo, só quero saber como o Reed está. Arrisquei sua vida, papai não faria isso. Papai o protegeria...
Eu falhei... Estou apenas falhando...
- VOCÊ ENTENDEU?
- Sim, senhora. - digo baixo, sem olhá-la
- Merda... - ela suspira tão alto que ecoa pelo hospital em silêncio - Amanhã tenho uma reunião importantíssima, e terei que deixar O MEU FILHO, COM UMA MULHER QUE NÃO SABE FAZER SEU TRABALHO!
- Eu juro que não irei cometer esse erro novamente, senhora
- Você sempre fala isso! SEMPRE! Já é a segunda vez, senhora Zillord! Onde vai parar com isso? - novamente ela bufa de raiva
Permaneço em silêncio, não tenho como me defender. Pensei que seria fácil. A vida toda vi meu pai trabalhando nisso, ele me contava histórias lindas de como era ser segurança, acabei me iludindo pra caramba.
Tenho muito no que melhorar ainda.
- Querida, temos que ir...
- Vamos mesmo deixar o meu bebê com ela? - Elaine pergunta ríspida
- Não temos escolha. Podemos pensar melhor quando voltarmos, você sabe como é importam essa reunião.
Elaine novamente puxa bastante ar, me fazendo erguer meu olhar.
- Vamos ficar dois meses fora... Se eu voltar e meu bebê não estiver melhor, você morre... Irá encontrar seu pai mais cedo, entendeu?
Sua velha desgraçada!
- Sim, senhora...
- Ótimo. - ela pega a sua bolsa com o segurança - Tem tudo que precisar na casa, não precisa sair. Só estão liberados para sair da casa quando eu voltar, contrate um tutor para ele, assim não precisa ir pro colégio. Espero que tenha entendido.
Os acompanho com os olhos, como ela briga com o Phillip pelo que aconteceu. Respiro fundo, preciso cuidar de mim. Tenho um corte na bochecha, como também no resto do meu corpo.
Preciso tirar a bala que ainda está no meu ombro. Droga! Terei que me dedicar mais do que o normal agora, preciso cumprir com o legado da minha família.
- Senhora, vamos fazer o tratamento em seu corpo e um checape, por favor, me acompanhe - o médico da família Walsh se vira após me dizer isso
Acompanho ele, com um andar manco, estou realmente acabada.
Eu sinto muito pai... por ser uma decepção.
Continua...
NOTAS DA AUTORA
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Kristhen
RomanceSendo tímido e sozinho, Reed Walsh não consegue se aproximar de ninguém, ou fazer amizade. Filho de um empresário mais rico dos Estados Unidos, ele tem tudo que quer, e na hora que quer. Porém, sua timidez o impede de fazer muita coisa. Quando seu...