Reed Walsh
Apago a luz da cozinha após limpar tudo. Esse dia foi bem divertido, conversei com ela sobre algumas coisas, mas Kristhen não disse nada sobre sua vida.
Mas... foi divertido.
Entro no corredor com bastante dificuldade, não estou vendo nada praticamente. Ando por ele, até ver a luz do quarto de Kristhen acesa.
Talvez ela esteja dormido, acho que ela não vai se incomodar se eu apagar.
Abro a porta do seu quarto. Ao invés de a ver deitada, ela está sentada em uma cadeira limpando armas.
- Pensei que estava dormindo.
- É, mas não consegui - ela diz, colocando uma parte da arma na mesa - Estou limpando minhas armas para não travar caso eu esteja em um tiroteio.
- Tiroteio? Acha que terá um tiroteio?
- Provavelmente. - ela diz com tanta tranquilidade, que não consigo acreditar - Pode deixar que eu apago a luz
Seu cabelo é jogado para trás quando a mesma me olha. Olho ao redor do seu quarto, está mais decorado que o meu. Por curiosidade, eu entro mais ainda no quarto, andando por algumas partes dele.
- O que está fazendo?
- Seu quarto é bem decorado - digo, pegando um vaso que parece caro - Mais do que o meu.
- É um quarto que ficarei por alguns dias, não é meu.
Me viro para vê-la, ela parece concentrada no que faz. Me aproximo um pouco, apenas para poder ver melhor como se limpa uma arma. Kristhen enfia com um pano, um ferro dentro do bico da arma, para poder limpar.
Logo ela tira e deixa uma parte de lado, porém, a mesma para pra poder me observar.
- Não vai pro seu quarto?
- Eu só...
- Veio me dar boa noite? - seu corpo se vira pra mim - Ou está com medo do escuro?
- O quê? Eu não tenho medo do escuro.
- Então vai pro seu quarto. Tenho mais algumas armas para limpar.
- Por que você tem tanta arma? - olho para as que estão na mesa
- Porque eu gosto, sempre gostei de armas.
É melhor deixar ela sozinha, vai que ela se estressa e queira testar uma dessas armas em mim. Apenas lhe dou boa noite e saio do quarto, indo direto pro meu.
Um barulho de luz se apagando de uma vez, ecoa pelos corredores. Olho para trás, tudo está escuro.
- Kristhen?
- Calma, bebezão. - uma lanterna é acesa e a mesma sai do quarto - Acho que houve um apagão. Onde fica o disjuntor da casa?
- No porão.
- Aqui?
- No porão! Aqui é apenas um lugar de refúgio. O porão fica do outro lado da casa. - falo, escutando um suspiro alto seu
- Consegue ficar sozinho por alguns minutos?
- O quê? Você vai sair?
- Tenho que religar a energia, não podemos ficar no escuro, a comida da geladeira vai perder. Se eu não fizer isso, ninguém fará.
- Kristhen, é perigoso ir lá fora
- Reed, eu já disse o motivo, apenas fica no seu quarto, eu não vou demorar.
- É lógico que vai! Você nem sabe onde fica o porão.
O silêncio fica, ela apenas me observa na distância. Kristhen suspira um pouco alto e volta para dentro do quarto.
- Você vem comigo.
Caminho até onde ela está, a vejo montar sua pistola de volta e segurar firme com a lanterna.
- Nada vai acontecer com você se seguir as minhas regras - ela se aproxima
- Por quê? Acha que tem algo perigoso lá em cima?
- Acha que uma casa grande dessa não teria um gerador? Ele não iria ligar automaticamente quando a energia acabasse? Acha que pode haver um fusível queimado? Logo em uma mansão?
Incrível como ela é paga para me fazer sentir seguro, mas está me deixando em pânico.
- Você sabe se defender - ela ativa a arma - Usa a sua luta para isso.
A mesma passa por mim. Decido segui-la, não acredito que vamos sair daqui com um furacão de nível quatro lá fora. Sigo Kristhen para fora do abrigo, andamos pelo corredor que nos leva até as escadas para voltarmos pra mansão.
Subo elas atrás da garota, ela ergue a arma e pede para que eu fique em silêncio. Kristhen abre a porta, olha tudo e manda eu sair. A casa está um gelo, e tudo está apagado.
A levo para o corredor onde o porão está. Kristhen pede para que eu ande mais devagar, para ficar perto dela. A mesma agora fica na frente, com a arma erguida, olhando cada lugar.
Pensei em pedir para que apagasse a luz, mas ficará tudo escuro e não iremos enxergar nada. Estamos quase lá. O corredor que chega até a porta do porão está logo à frente.
Nos aproximamos mais. A mão da garota é erguida, me fazendo ficar no lugar. Kristhen se aproxima do corredor com a arma estendida, ela se vira para olhar, e rapidamente uma mão agarra ela.
- Kristhen!
Tento me aproximar, mas tiros ecoa pela casa.
- Saia daqui, Reed! - é tudo que ela ordena antes de ser calada com um soco
- Mas-...
- Só vai, porra!
Me afasto daquele corredor e viro para poder voltar pro refúgio. Ando com pressa, com esse escuro quase fica impossível de enxergar. Tiros ainda ecoam pela casa, mas o que me faz parar agora, é uma pessoa parada logo à frente.
Entro em outro corredor e começo a correr, escutando alguém vir atrás de mim. Chego em uma região um pouco iluminada, consigo enxergar melhor aqui. Empurro a porta para entrar em outro corredor.
Morar em uma mansão quase antiga, te dá o privilégio de fechar as portas para enrolar mais quem te persegue.
Correndo nesse corredor, penso para onde vou, como irei ajudar a Kristhen nessa.
Obviamente quem está na casa usa uma arma. E eu nunca lutei de verdade com alguém que está atrás de mim com uma.
Continua...
NOTAS DA AUTORA
Eita que a coisa vai ser feia
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Kristhen
RomanceSendo tímido e sozinho, Reed Walsh não consegue se aproximar de ninguém, ou fazer amizade. Filho de um empresário mais rico dos Estados Unidos, ele tem tudo que quer, e na hora que quer. Porém, sua timidez o impede de fazer muita coisa. Quando seu...