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Kristhen Zillord

Tiro o cinto, e me viro para ele.

- Eu gostei de ficar com você durante esse tempo. - falo, observando o mesmo ficar envergonhado - Acho que deveríamos fazer isso mais vezes.

- Sim, com certeza. - sua mão fica sobre minha perna, e ele mantém seu sorriso

- Queria te falar sobre o assunto da pedra. Poderia fazer um esforço para lembrar?

- Bem... Posso sim. - ele acaricia minha coxa, me olhando fixamente - Acha que estamos perto?

- Mais perto do que nunca. Talvez se você explorar um pouco seu quarto ou sua casa, você pode se lembrar de onde ela está. Assim... podemos voltar para a França.

Ele sorri, o sorriso mais animado e divertido que eu já vi.

- Vou fazer isso quando chegar em casa. Me promete que... vai ficar tudo bem quando pegarmos a pedra?

Merda... É óbvio que não vai ficar nada bem, ele sente isso, mas está negando para si.

- Prometo... - coloco a minha mão sobre a sua - Finalmente você vai poder voltar para casa e lembrar com mais calma da sua verdadeira vida. Você passou por mal bocados, assim será melhor.

- Vai permanecer comigo enquanto me lembro de tudo?

- Vou... - sussurro, me sentindo um lixo por mentir para ele tanto assim - Eu preciso entrar, te mando uma mensagem mais tarde.

Pierre apenas balança a cabeça, e se aproxima de mim, deixando um leve beijo sobre meus lábios.

- Se cuida, tá?

- Volta em segurança. - deixo mais um beijo, só que dessa vez, mais demorado

Me afasto dele e abro a porta, saindo em seguida. Observo o carro ser ligado, e o mesmo se afastar de mim. Encaro até não poder ver o carro preto na minha rua. Caminho até a casa, e abro a porta, dando de cara com Kefhera que espera na porta.

- Tem certeza que era a pedra?

- Tenho. Pierre vai se esforçar para se lembrar de onde está a pedra, e provavelmente do código. Vamos ter ela até antes dessa semana chegar ao fim.

- Isso é ótimo... - ela começa a roer sua unha - Podemos finalmente voltar para a França. - seu sorriso cresce

- Sim...

Mas não estou feliz com isso, estou acabada pelo que vai acontecer com o Pierre, pelo que ele vai sentir. Isso é tão ruim...

Talvez seja o preço que estou pagando por fazer tanta merda na vida? Não... Sinto que as coisas ainda vão piorar...

***

Pierre Vinceti

Tenho um sentimento tão ruim em meu peito... Estou tentando ignorar, mas meu coração aperta, me deixando sufocado. Não sei o que está acontecendo, mas sinto que algo ruim vai acontecer em breve.

Isso me faz ter tantos pensamentos...

Tento afastá-los, e olho para a estrada, preciso focar para onde estou indo e quem está na minha frente. O trânsito logo à frente me faz virar uma rua para um pequeno atalho. Passo por ela, onde quase não tem nenhum carro ou pessoas.

Acelero um pouco, mas freio de uma vez quando um carro simplesmente sai de uma rua e para na minha frente, fechando minha passagem. Fico olhando para um vidro bem escuro, impossível ver quem está dentro.

Buzino, porém, o carro não sai ou a pessoa que está dentro não dá um gesto de que vai sair. Estremeço meu corpo quando sinto algo gelado em minha cabeça, e apenas olhando com o canto do olho, consigo ver um homem todo de preto, segurando uma arma.

- Sai! - ordena, afastando apenas um pouco a arma

Não acredito que estou sendo roubado... Porra! Ergo minhas mãos, e saio do carro após a porta ser aberta.

- Vai andando e entra naquele carro.

- O quê? - meu corpo já estremece

- ANDA!

Faço o que ele pede, acho que isso não é um roubo, e sim, um sequestro. O porta malas é aberto, pensei que iria ao banco de trás. Encaro aquela caixa escura, mas não entro.

Pensei em perguntar o que está acontecendo, mas minha cabeça é coberta por algo preto, e sou puxado para trás com força. Tento me debater, mas não funciona, tem mais de um me segurando.

Sou levado para dentro de algum automóvel. Escuto a porta ser puxada, provavelmente é uma van pelo espaço que é. Afasto o mais longe que consigo, até bater minhas costas em algo. Tiro o pano preto.

Em minha frente, não muito distante, tem uma mulher sentada de pernas cruzadas. Ao seu lado, o cara que me apontou uma arma, e do meu lado, outro homem. Estou encostando nas pernas do banco, sem saber o que está acontecendo.

- Quem são vocês? - pergunto, encarando aquela mulher que parece... encantada olhando para mim

- Finalmente... - ela sussurra - Pierre...

- O quê? Como sabe meu nome? Porra! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

- Se acalma. - ela sorri - Não vamos te machucar

- Jura? O cara do seu lado me apontou uma arma, então eu espero de tudo. - debocho

- Era o único jeito de fazer você sair do carro. Vamos lá... Eu sou Neyla Vinceti, estou aqui pro... seu resgate.

- O quê? - ergo minhas sobrancelhas, aqui está abafado, não tem uma janela

- Eu sou sua mãe... Pierre. Sua verdadeira mãe.

- Do que você está falando?

- Não se lembra de mim? - ela sorri

E sim, eu me recordo dela, mas tudo está tão estranho, não consigo pensar direito, o medo toma conta do meu corpo agora. Estou em uma van preta, sendo levado para não sei onde.

- Bom... você vai se lembrar - seus cabelos pretos estão amarrados em um coque, ela não tem rugas no rosto, sua pele é lisa e bonita, bem cuidada - Só estou aqui para te contar toda a verdade e te salvar dessa bagunça toda.

- O quê?

- Kristhen não é o que você pensa... Ela é uma assassina, de sangue-frio, e não está aqui para te salvar, e sim, para te usar para ter o que ela quer... - seu rosto demonstra sinceridade - A pedra.

Mas que... porra está acontecendo?

Continua...

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