Pierre Vinceti
- Sair? Hm... já.
- Quanto você recebe? - pergunto
- Um salário mínimo por mês.
- Não recebe por hora? - ergo as sobrancelhas
- Infelizmente, não... Mas eu ganho o suficiente para sobreviver.
- Não parece. Sua geladeira está vazia, e a maioria dos seus aparelhos de cozinha estão quebrados.
- Você mexeu na minha cozinha? - ela ergue suas sobrancelhas
- Você estava demorando lá embaixo, eu só fiquei curioso... Enfim, o que acha de vir trabalhar no meu restaurante?
- Como assim?
- Trabalhar, garota. - a olho, sem entender o motivo dessa pergunta - Você vai receber por hora, vai ter seu jantar de graça, e também pode trabalhar apenas a noite.
- Quanto é o salário por hora?
- Mil e quietos por hora. Meu restaurante fica aberto até uma da manhã, você entra às oito e receberá nove mil euros por dia.
- O quê?! - Kristhen fica em choque - Apenas como garçonete?
- Isso...
Ela coloca a mão sobre a boca e parece fazer os cálculos quando usa seu dedo fazendo gestos de números no ar.
- Por semana eu ganho sessenta e três mil?
- Isso - rio da sua expressão, chega quase ser impossível não rir
- Fácil assim?
- Fácil? - começo a rir igual uma hiena - Boba, não é fácil, isso eu te garanto. O que me diz?
Ela morde seu lábio, encarando bem meus olhos em silêncio.
- Sinto que trabalhar com pessoas ricas é mais difícil...
- Não vou mentir, realmente é. Mas você não precisa falar, apenas tenha um sorriso no rosto que seu dia será calmo. Vou te explicar tudo se aceitar.
- Ok, é muito dinheiro e uma boa oportunidade... - ela parece dizer para si mesma - Eu acho que... eu posso tentar ter esse emprego.
- Ótimo! Você pede demissão amanhã do seu emprego, e começa a trabalhar na segunda. Vou te informar tudo certinho e como funciona trabalhar em meu restaurante depois da universidade
- Pode ser...
- Te empresto um dinheiro para comprar alguma comida amanhã.
- Não precisa! - ela nega rapidamente
- Tem certeza? Você não tem muito na geladeira. Você sabe que não me importo em te emprestar dinheiro. Pode fazer uma compra grande para durar até seu salário.
Ela não pode negar. Kristhen realmente está passando por necessidade, mas parece que não quer aceitar isso.
- Se eu negar você provavelmente vai comprar a comida - diz baixo, mas consigo escutar perfeitamente - Está bem...
Tiro a carteira do bolso e pego meu cartão.
- Seu cartão? - ela apenas ergue seu olhar - Pensei que seria o dinheiro
- É melhor o cartão. A senha é vinte e sete, zero, um.
Kristhen me olha por um tempo, acho que percebeu que a senha é a data do seu aniversário. Mas vai negar isso para si mesma.
- Está bem... - ela pega o cartão da minha mão
Fecho minha carteira e guardo de novo no bolso.
- Obrigada, pela ajuda.
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Kristhen
RomanceSendo tímido e sozinho, Reed Walsh não consegue se aproximar de ninguém, ou fazer amizade. Filho de um empresário mais rico dos Estados Unidos, ele tem tudo que quer, e na hora que quer. Porém, sua timidez o impede de fazer muita coisa. Quando seu...