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Kristhen Furquim

- É sério?

- Sim. A gente se conhece. Mas isso não vem ao caso. Poderiam me mandar o número do Matéo?

- Eu já mandei. Mas para quê? Você está com o gostoso do Pierre, não precisa do garoto.

- É outro assunto. Enfim, obrigada.

- Eu quero que você me conte tudo depois.

- Beijos, Alessia.

Desligo e caminho até o closet. Adiciono o número do meu irmão e digito para ele.

Kristhen
Oi, sou eu, a Kristhen! Eu perdi meu celular no incêndio que aconteceu no meu prédio. Mas sim, eu estarei na lanchonete amanhã.

Desligo o celular e puxo uma roupa que o Pierre comprou para mim. Um pijama bem confortável. Caminho até o banheiro, mas o mesmo entra na minha frente.

- Vai banhar?

- Sim. Preciso lavar minhas partes íntimas. Eu transei, esqueceu? - empurro seu corpo e entro no banheiro

Ligo a banheira e me viro, dando de cara com Pierre dentro do banheiro, tirando sua roupa.

- O que está fazendo?

- Vou tomar banho com você - ele sorri, indo até a banheira

Apenas reviro os olhos e tiro a toalha.

- Não revire seus olhos sem motivo. - diz, já dentro da banheira - Senão te darei um verdadeiro motivo para você os revirar.

Apenas entro, ignorando que ele está falando sobre sexo de novo.

***

Respiro o cheiro de café e panquecas desse lugar. Estou sentada esperando pelo Matéo. Ele me respondeu, disse que já estava vindo. Olho para a grande janela ao meu lado, Pierre está do outro lado da rua, encostado em sua moto olhando na minha direção, com seus braços cruzados.

- Oi.

Olho para frente, um garoto alto de cabelos pretos quase em um nível baixo, sorri para mim. Seus olhos são da mesma cor, ele possui algumas tatuagens em seus braços e pescoço. O sorriso é bonito.

- Sou Matéo. - ele estende sua mão com alguns anéis

- Kristhen! - aperto com firmeza sua mão, sorrindo de volta

Ele senta na minha frente, e cruza suas mãos em cima da mesa.

- Pensei que não fosse me responder desde aquele dia - ele mantém seu sorriso gentil

- Ah, o maldito acidente atrapalhou.

- Eu fiquei sabendo... Fico feliz que esteja bem.

Isso soa tão estranho, é como se ele estivesse interesse em mim. Um garçom chega com seu bloco de notas. Fazemos nosso pedido, e ele se afasta após anotar tudo.

- Olha só, eu quero te mostrar uma coisa - digo, chamando sua atenção

É melhor dizer logo antes que piore tudo.

- Claro

Coloco a pasta na sua frente, ele encara aquilo sem entender, mas logo a pega.

- Quero deixar tudo esclarecido... - falo baixo, e ele desviar a sua atenção de mim para a pasta

Apenas fico em silêncio enquanto ele observa tudo, passando cada página com seus olhos bem concentrados em cada uma. Matéo termina e deixa sobre a mesa, mas ele não ousa me olhar.

- Quer ouvir toda a história?

Ele ergue seu olhar quando escuta minha voz. Por um tempo Matéo me encarou.

- Prossiga.

***

Pierre Vinceti

Tudo parece tão calmo lá dentro. Ele está focado em Kristhen, mas com uma animação super diferente de quando chegou. O garoto está sério.

Tem algumas coisas que Kristhen não sabe. Desde que ela "morreu", com dezesseis anos, que eu achava ter quatorze, algumas coisas em minha vida mudou.

Eu me culpei muito pela morte dela. Entrei em estado de depressão, fazendo tratamento e tomando remédios, foi assim durante um ano até eu dar uma melhorada. Quando finalmente fiz quinze anos, eu encontrei com esse garoto.

Matéo Furquim. Era meu primeiro dia de aula, tinha me mudado porque não conseguia ficar no mesmo bairro e cidade que Kristhen ficou. Nunca parei para pensar que aquela garota era muito importante para mim. Porém, eu agia tão frio, porque sempre odiei suas mentiras, odiei o fato dela não confiar em mim como seu melhor amigo.

Mas era também tudo uma mentira. Enfim, novo colégio, e novas amizades. Só que esse Matéo, era famoso por lá, e também um valentão idiota. Ele mexia comigo, eu aguentei tudo em silêncio, até minha paciência esgotar. Foi aí que bati nele, nossos pais se conheceram, e não se deram nada bem. Por serem duas famílias famosas, eles davam algum jeito de se odiarem e bater boca nas escondidas.

Eu e o Matéo não nos davam bem, éramos rivais em tudo. Sempre competindo e brigando.

Enfim, depois de alguns meses eu fui sequestrado. Perdi minha irmã, e três anos da minha verdadeira vida. Reencontrei a Kristhen, ela mentiu novamente, várias e várias vezes... Mas, dessa vez, eu acabei me apaixonando, e foi aí, que fodi com minha vida.

Agora, reencontrei meu rival, fodo a irmã dele e também amo ela. É... Se ele souber disso - que um dia vai saber - vou apanhar feio. Sem falar que os Furquim e os Vinceti não se dão nadinha bem.

Respiro bem fundo, sentindo um alívio enorme em meu peito. Retiro o celular da jaqueta assim que ele começa a vibrar. É uma ligação do Jon.

- Fala, Jon.

- Eu não encontrei nada desse cara que atacou sua garota. Estou procurando já faz dois dias, e não tem nenhum vestígio dele, é como se... o cara fosse um fantasma.

- Acha que ele faz parte da organização dos La Mort? Um grupo de assassino?

- Aquele grupo de assassinos? Não sei, mas os exs membros são conhecidos como "a morte"... Vou pesquisar sobre. Espero achar alguma informação... de repente esse grupo foi dissolvido.

- Me liga se souber de algo.

Guardo o celular na jaqueta. Kristhen ainda conversa com o irmão, estou curioso, quero saber se ele acreditou ou não nessa história toda.

É uma grande loucura para se acreditar tão facilmente assim.

Continua...

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Será que os dois estão trocando de lado? 👀

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