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Kristhen Zillord

Encaro as costas dele, acabou recebendo um impacto de um copo. Por que ele fez isso?

- VOCÊ ESTÁ TRANSANDO COM A SEGURANÇA?

- E o que isso tem a ver? Não posso mais ficar com ninguém? - ele fica na minha frente, me tampando da visão de Elaine

- Ficar? Você é homem! Não um moleque! Eu não te criei para sair pegando um monte de garota. E a Samy, o que você acha que ela vai pensar disso?

- Que se foda a Samy! Que se foda o que os outros vão pensar! Eu nem gosto mais daquela ruiva, ela desejou a minha morte, e espero que o pior aconteça com ela.

- O-O quê?! - diz incrédula - E isso te dá o direito de transar com a segurança? Foi você quem fez isso com ele, não é, Kristhen?! Está transformando o meu filho em um garoto que trepa com todas! Sua vadia imunda!

- MÃE! Não a chame assim!

- Eu quero ela fora da minha casa! Essa garota só traz destruição e confusão. Não vou aceitar uma vadia que entrega a sua buceta para todos os homens do bairro. E não vou aceitar que meu filho se imunda com ela. OLHA PRA VOCÊ! - escuto seus passos se afastarem - Olha para o que se transformou! Nunca falou assim comigo, e agora está defendendo alguém que você nem conhece direito. Não acha que ela pode estar apenas te usando para o sexo, ou... para outra coisa?

- Mãe, para! Estou cansado de seguir essas regras que me impede de viver.

- TE IMPEDE? Quando foi que eu te proibi de fazer algo?

- Você acha que eu sempre fui tímido, e isso ficou em sua cabeça por anos, e toda vez que eu tentava ter algum amigo, você me impedia. Não venha me dizer que eu era tímido, porque isso é mentira, e você sabe disso. Cresci com medo de fazer amigos, nunca sei como chegar em uma pessoa e falar com ela normalmente, tudo isso graças a você!

- FOI PARA SEU BEM! As pessoas hoje em dia mentem muito, usam as outras, e vivem para isso. Eu não quero ver meu filho sendo machucado pelas outras pessoas, porque eu passei por isso, e posso te afirmar que é a pior coisa que existe. Se... sentir traído! Não desejo nada do que passei para ninguém.

- Mãe! Eu não sou mais criança. Não preciso que você me proteja. Deixa eu viver a minha vida, e não se intrometa mais.

- Você está cego... Não consegue ver que a Kristhen também está te usando para algo.

- Deixa a Kristhen em paz! Você acha que eu não sei que você a persegue em tudo que ela faz?

- Vai continuar defendendo ela, né?! - ela diz, e de relance consigo ver ela se afastar - Gosta dela?

Essa pergunta parece que pegou ele, não teve uma resposta.

- Nem sabe se gosta dela... Tudo bem, espero que quebre a cara com essa vadia.

- Já disse para não a chamar assim!

- Quando cair a ficha, lembre-se do que eu te disse. - ela caminha até a porta - Você vai se arrepender por não ter me ouvido

Ela sai do quarto, batendo a porta com força. Reed suspira na minha frente, e logo bagunça seus cabelos.

- Droga... - ele sussurra, e vai até as coisas no chão

- Eu pego! - digo, fazendo o mesmo parar onde estava - Continua fazendo suas tarefas.

Reed nem discute, apenas passa por mim e vai até sua cadeira. Vou até as coisas no chão, e começo a juntar tudo em apenas um lugar para poder pegar de novo.

***

Essa briga toda que aconteceu com Reed e Elaine, me fez lembrar do passado, de como eu sofria nas mãos dos outros alunos. Mesmo eu sabendo lutar, eu deixava eles fazerem aqui.

Mas era por um motivo, não queria que outras crianças da minha idade, se machucassem. Era meu pensamento na época, por isso que sofri tanto bullying, nunca dei uma iniciativa para fazer com que aquelas crianças parassem.

Eu sofri muito, durante toda a minha vida. Nasci, mas não queria ter nascido. Fui criada por um bando de assassinos, não conheço meus pais biológicos, sofri bullying por ser alta e magra, nunca tive amigos, não conheço o verdadeiro amor, não sei qual é os sentimentos de felicidade...

Sinto uma angústia em meu peito...

Reed me protegendo fez eu lembrar de tudo isso. Acho que... os únicos momentos que tive bom em minha vida, foi ao lado dele.

E foram poucos, porque cresci sendo uma criança diferente das outras, machucada por dentro de todas as formas. Eu estragava momentos bons por insegurança, dependência dele.

Eu o machucava tentando tirar a tristeza de mim, e não sabia. Agora, já com meus vinte anos, sei das coisas que fiz, e das decisões que tomei.

Todas elas, eu mudaria. Tive uma chance de fazer isso, mas infelizmente eu deixei ir, e não podemos retroceder, fazendo meu peito doer de arrependimento.

Se eu pudesse ter uma segunda chance... se eu pudesse mudar o meu passado, ser uma garota normal... talvez nada disso hoje estaria acontecendo.

Reed não teria sido sequestrado-... Quer dizer, Pierre, e talvez ainda pudéssemos ser amigos.

Imaginei tantas vezes se eu tivesse tomado essa decisão, uma vida de tranquilidade... Ai, ai... acho que só será na imaginação.

Saio dos meus pensamentos e abaixo meu olhar, quando sinto algo em minha barriga. A cabeça de Reed está encostada nela, e seu corpo está caído na minha direção.

- Estou cansado...

- Cansado? - toco em sua cabeça

- Sim... Eu não sei de quê... Minha cabeça ultimamente está tendo várias cenas de que não vivi, e isso está me cansando, estou ficando com dor de cabeça muito rápido.

Ah, merda... Isso não é bom, ele está voltando com suas memórias mais rápido do que pensei.

Preciso agilizar isso.

Continua...

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