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Kristhen Furquim

Após mandar uma mensagem para o Pierre, eu desligo o celular.

- É amigo do Pierre há muito tempo? - pergunta, com seus olhos na estrada

- Sim... Mas não nos vimos há cinco anos, nos reencontramos na universidade.

- Legal... - ele sorri de leve, mas volta a ficar sério

Coloco o cinto de segurança, ele anda bem rápido.

- Pierre falou muito de você durante esses anos - ele vira sua cabeça para poder ver se pode passar o sinal vermelho - Sempre me perguntei como é essa tal de Kristhen, se era realmente tudo que ele dizia.

- E o que ele dizia de mim? Espero que sejam coisas boas.

- Com certeza são. - ele para em outro sinal vermelho e vira seu rosto para mim - Diz que você é uma garota incrível, que é às vezes fria, mas tem sentimentos. Gosta de ser durona, mas tem um coração muito mole, é linda, tem olhos bonitos, uma voz bonita... um sorriso bonito, um corpo bonito, cabelos bonitos... uma obra-prima essas coisas de garoto bobo. - ele revira seus olhos pretos

- Ele disse isso tudo? - sorrio, chega a ser impossível não sorrir ouvindo isso

- Disse, e até mais. Porém, se eu começar a falar aqui, não vai acabar nunca. Mas vejo que ele disse a verdade. Começando pela sua beleza, você é mesmo muito linda.

- Ah... obrigada... - sorrio, um pouco... constrangida

- Não quero te deixar constrangida... Só quero tentar conhecer melhor a garota de que ele tanto fala. Pierre nunca falou de nenhuma outra garota, ou pelo menos deixar uma ficar ao seu lado, a não ser sua mãe e sua irmã. Mas quando ele começou a falar de você, achei que fosse até uma mentira.

- Há quanto tempo conhece ele?

- Cinco anos, quando ele se mudou. Minha família foi ver os Vinceti, e aí que o conheci. Desde então mantemos nossa amizade. Ele começou a falar de você dois anos depois que nos conhecemos. E durante este tempo, ele nunca tocou no assunto de nenhuma garota ou deixou ela ficar do lado. Pierre falava tanto de você que às vezes era chato ouvir sobre a "Kristhen"

Ele está exagerando? Pierre por acaso não tentou seguir em frente? Ele deveria ter... pelo menos tentado.

- Enfim, agora que sei quem é a Kristhen de que ele tanto fala, adoraria conhecer essa garota incrível, que ele diz ser.

O que se fala nessa situação? Não tenho uma resposta para isso, acaba sendo... estranho

Um forte soco no vidro do lado de Luca assusta eu e o garoto. Abaixo um pouco minha cabeça, o vidro é aberto, e uma mão se apoia na janela, e logo um rosto surge. Com o visor aberto vejo olhos irritados na minha direção, mas muda para Luca.

- Pensei que estava na casa da sua mãe, Luca. - Pierre diz, em um tom bem rude

- Ah... eu estava. É... eu vi a Kristhen e decidi dar uma carona.

- Estava? - ele pergunta em um tom rústico e debochado - Você me avisou que já estava na casa dela não tem três minutos, mas está aqui, a meia hora da casa da sua mãe, com a Kristhen no carro.

- Você estava indo para casa da sua mãe? - seguro no braço dele, o fazendo me olhar - Não precisava me dar uma carona.

- Ele estava na casa da mãe dele... - Pierre segura o braço de Luca e puxa com força, tirando minha mão, pela brutalidade que foi - Luca não estava indo. Suponho que ele mentiu para mim...

Olho para frente, o sinal já está aberto.

- Não podemos ficar aqui. Vocês conversam quando chegar. - digo

Pierre por um momento me encara, só consigo ver seus olhos irritados. Ele parece usar uma máscara para esconder seu nariz e boca. O capacete faz o mesmo. Seu corpo se afasta, mas ele dá uma última olhada no Luca.

Não demora até a moto sair igual um furacão na frente, deixando eu e o garoto, que parece assustado, para trás.

- O que deu nele? - sussurro, apenas para deixar o clima mais calmo

Luca sai do meio da pista, soltando sua respiração. Ele segue caminho em silêncio, e todo seu ânimo para me conhecer foi embora.

***

O carro para de frente a casa do Pierre. O garoto de cabelos curtos tira seu capacete e vem para o lado do carro. Ele abre a porta e segura meu pulso, me tirando do carro a força.

Irritada com seu ato, eu puxo meu braço assim que saio. Pierre se vira para mim, mostrando pouca irritação no rosto, mas pelo seu maxilar estar travado, ele parece muito irritado.

- Eu sei andar e abrir portas, tenho pernas e mãos, ok?

- Então entra. - diz rudemente - Agora!

- Não.

Pierre se aproxima de mim, ficando bem perto com seu rosto.

- Eu não estou pedindo, e sim, mandando. Ou você entra, ou faço você entrar a força. - ele mexe suas sobrancelhas, e passa por mim, usando seu ombro fortemente contra o meu - Luca, vem aqui!

Massageio o lugar onde ele empurrou, e viro para trás. O garoto de cabelos vermelhos o segue em silêncio. Pierre para, mas não fala com ele, parece que está esperando eu entrar.

Respirando bem fundo para não chegar na voadora no Pierre, eu começo subir as escadas até a porta da sua casa. Entro e bato ela com força. Vejo meu coelho e o pego nos braços.

- Ah, Kristhen! - Margaret sorri assim que sai da cozinha - Que bom que chegou! Não precisa se preocupar com seu garoto, já dei a comida, tudo certinho.

- Obrigada, Margaret! - devolvo o sorriso e começo a ir até as escadas - Pode chamar ele de bolinha. Sei que é um nome tosco, mas eu gosto.

- Bolinha é um nome fofo. Onde está o senhor Vinceti?

- Ah, ele ficou lá fora conversando com um amigo. Enfim, vou subir e me arrumar para universidade. Obrigada por alimentar ele.

- De nada, querida! - ela sorri bem gentil e entra de volta na cozinha

Me pergunto, se ela morasse na casa do Pierre e tivesse ouvido aquilo tudo que fizemos ontem no quintal? Céus, agora estou morrendo de vergonha.

Passo a mão no meu pescoço, na mesma hora lembrei das marcas que Pierre deixou em mim. Puta merda! Todo mundo viu... Como eu pude esquecer disso?

Inferno!

Continua...

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Ciúmes?

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