Kristhen

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Reed Walsh

Ela dorme tranquilamente ao meu lado. Hoje passamos a noite juntos, Kristhen foi mais aberta e riu comigo enquanto andávamos naquela praia. Foi bom, eu me diverti tanto...

A ver sorrindo tantas vezes fez meu coração bater com tanta força, que pensei estar... gostando dela.

Quase confundi felicidade com paixão...

Seu rosto está tão suave... Acariciar sua pele é tão bom, passaria a noite toda assim. Desço meu olhar até o colar das três estrelas que ela ainda usa. Fico feliz por não ter jogado fora.

Olho novamente para seu rosto, e dessa vez, encaro seus lábios. Passo meu polegar com delicadeza por cima, são tão hidratados e bem cuidados... Acho que hoje pode ser oficialmente o melhor dia.

Pela primeira vez eu lavei alguém, e gostei de fazer isso, de cuidar dela.

Seus olhos se abrem, e na mesma hora paro de alisar seus lábios. Kristhen me observa bem cansada, a mesma pisca algumas vezes até se mexer, espreguiçando na cama.

- Não consegue dormir? - pergunta, com seus olhos fechados

- Não.

Ela vira sua cabeça e me olha. Pensei que falaria algo, mas apenas se aproximou, e me fez deitar abraçado com ela. Encaro suas pernas, Kristhen apenas usa a blusa e sua calcinha.

Com um leve cafuné em minha cabeça, estou começando a me sentir nas nuvens.

Será que... ela ainda pensa que não sei diferenciar sonho da realidade? Eu disse a ela hoje cedo que estou tendo visões do passado, ela deveria se tocar que provavelmente consegui diferenciar realidade de sonho.

Faz quase três dias que memórias estão voltando na minha mente sem ser em sonhos.

No momento, a memória do tempo que eu e ela vivemos juntos é a única que aparece na minha cabeça, ainda não sei muito como a conheci, as lembranças estão vindo fora de ordem.

Quero tanto me lembrar de tudo, sei que perdi a memória, mas... como? Não quero falar com minha mãe, sinto que... não deveria.

Não vou me forçar a lembrar, não quero ter um problema de cabeça depois. Vou apenas continuar vivendo, ficar com a Kristhen está sendo a melhor coisa que me aconteceu durante muito tempo sozinho.

Ela me... completa.

***

Pego os livros que vou usar na aula hoje e guardo na mochila. Fecho meu armário, e me assusto com a Samy do lado, com os braços cruzados e uma cara nada boa.

- Que susto... - digo baixo - O que foi?

- Sua mãe... me ligou ontem e disse que você está transando com a Kristhen - ela diz alto, fazendo todos do corredor nos olhar

- E daí?

- E DAÍ? Pensei que gostasse de mim!

- Coitada... - solto uma leve risada - Comecei a te odiar no momento em que ouvi você falar que preferia eu morto, porque assim, eu te dava paz.

Sua expressão muda, ela descruza os braços e começa a ficar em choque.

- E-Eu nunca falei isso.

- Não? - ergo minhas sobrancelhas - Então deve ter sido outra Samy

As pessoas no corredor começam a cochichar com o nome dela.

- Então... Por que você me beijou?

- Ah, eu queria me vingar, mas aí vi que é inútil me rebaixar ao seu nível. - balanço meus ombros - No nível de perdedores

Ela ri incrédula, e faz sua bochecha ficar com volume devido à língua.

- Quer saber, eu estava apenas te usando para passar ciúmes no Jacs. - diz alto, mas não me choca

- Sério? - debocho - Acho que o Jacs não liga muito, além disso, ele corre atrás da Kristhen como um cachorrinho, e ignora que existe vadias como você.

Ela ergue sua mão para me bater, mas seguro seu pulso antes que a mesma pense em mexer na direção do meu rosto. Puxo Samy para perto de mim, apenas para ela ouvir.

- E é melhor dar um jeito de fazer aquele pedaço de merda correr atrás de uma garota do nível dele, que é você. Não quero ter que fazer alguém ficar com o rosto irreconhecível, eu fui claro?

Com seus olhos espantados, a empurro para trás. Arrumo a mochila em meu ombro, e passo por ela. Pedi a Kristhen para pegar um livro com a direção, acabei perdendo o outro.

Na distância, consigo a ver vindo com o livro até mim. Ela se aproxima, e o estende.

- Obrigado.

- Disponha. - ela sorri

Bagunço seus cabelos, e passo pela mesma, temos que ir para sala, ainda não revisei para ver se as tarefas estão certas.

Não sinto ninguém me seguindo, então paro, e olho para trás.

- Kristhen? - ela ainda está de costas, mas logo se vira para mim - Você vem?

- Ah, sim... - a mesma arruma a mochila em seu ombro, e me acompanha até a sala

Subimos as escadas conversando sobre como vai pedir sua demissão. Dei a ideia de fazer isso por mensagem, é mais fácil.

- Você pode ficar com sua mãe por três dias, e voltar depois que fecharmos um contrato.

- Tá! Acho uma boa ideia.

Abro a porta, e deixo ela entrar primeiro. Espero que minha mãe não surta mais ainda, e tente machucar a Kristhen de alguma forma.

Não acho que... aguentaria a ver triste ou machucada.

Continua...

NOTAS DA AUTORA

aiai, esse Reed 😂

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