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Pierre Vinceti

Passo a mão molhada pelo seu rosto. Kristhen termina de escovar seus dentes, e entrega o copo para mim. Pego e deixo no chão, terminando de lavar seu corpo.

- Ashley veio aqui, pela manhã. - digo, atraindo sua atenção - Ela disse que é grata por tudo que você fez, e que sabia da sua vitória. Disse que você é guerreira, e te ama por isso.

Ela sorriu

- E onde ela está agora?

- Voltou para os Estados Unidos. - falei, terminando de limpar seu rosto - Ela deseja te ver no futuro novamente.

- Podemos visitá-la depois. Quero saber o que aconteceu no passado dela.

- Por quê?

- Ela é neta da família Miller. - Kristhen sussurrou, fazendo eu parar de lavá-la e encarar surpreso seu rosto - Com certeza muita coisa aconteceu

- Miller? Aquela família mafiosa problemática?

- Essa mesma - ela riu, lavando seu corpo - Obrigada por cuidar de mim.

- Eu sempre vou cuidar de você. É minha mulher, e precisa ter cuidados - beijo sua bochecha, ganhando sua atenção.

- É a mesma distância da bochecha para os lábios

A beijei nos lábios. Kristhen deitou sobre meu ombro, deixando eu a beijar, matar a saudade da sensação que é ter sua boca na minha. Segurei seu rosto, curtindo esse momento com ela.

Foi bom para caralho passar minutos a beijando, dizendo coisas bobas e sentindo seu calor. Ela é perfeita para mim.

- Vai ficar comigo hoje?

- Claro que vou. Como o resto da semana - falei.

- E meus pais? Eles vinham me visitar?

- Todos os dias - me levantei, pegando uma toalha - Amanhã eles devem estar aí de novo.

Aproximo da banheira, vendo Kristhen com um sorriso. Ajudei-a ficar de pé e cobri seu corpo com a toalha.

- E a minha faculdade?

- Não se preocupa, vou dar um jeito. O enterro da Alessia aconteceu.

- Sério? - ela ergueu suas sobrancelhas - Queria ter ido...

- Podemos visitá-la depois - seco bem seu corpo, como também seus cabelos - Agora que tudo acabou, temos bastante tempo.

- Sim.

Fico surpreso por um abraço dela. Beijo sua testa, abraçando-a de volta.

- Sinto-me triste por não ter a salvado.

- Não podemos salvar todos, amor - sussurro - O que devemos fazer é visitá-la agora.

- Sim... - ela também sussurrou, mais de uma forma triste

- Vamos voltar. Você precisa comer e também tomar seus remédios.

- Eu te amo, Pierre - ela ergue sua cabeça até meus olhos, sorrindo com gentileza e demonstrando amor nos olhos

- Te amo, Kristhen.

***

A claridade do sol entra pela janela. Kristhen assiste televisão segurando minha mão. A porta do quarto é aberta, fico de pé quando vejo a mãe dela.

- Ah, meu amorzinho - ela se aproxima, tocando no rosto da filha - Como é bom te ver acordada.

- Oi, mãe! - Kris sorri para a mulher que parece querer chorar

No quarto também entra no irmão dela, e o pai com a filha nos braços. Parece que a pessoa mais animada em ver a Kris, é a mãe. Acho que não estão acostumados, a filha ficou anos desaparecida, foi até considerada morta.

Deve ser um pouco estranho e difícil.

Cruzo meus braços os vendo conversarem. Sou empurrada para trás pelo irmão dela. Apenas dou um sorriso, não posso surtar com esse garoto.

É o irmão dela, e ele parece bem... chato. Recebo um olhar torto seu sem motivo. Que porra...

Apenas me afasto, observando Kristhen dar vários sorrisos. Para alguém que mal sorria, não recebeu amor e muito menos sabia o que era isso, ver essa cena aquece meu coração.

Ela ganhou mais brilho ao conversar com sua família. Suas gargalhadas são altas. Nem sei se ela podia receber visita, mas estou amando a ver sorrir tanto.

Por acabar de acordar, precisa de mais repouso pelos cortes que estão em todo seu corpo. Mas quem se importa? Ela está feliz, e a felicidade dela, é a minha.

- E quem é você?

Ergo meu olhar para um homem de barba feita.

- Ah... sou o namorado da Kristhen.

- Entendo - ele me olha de cima a baixo - Querida, pensei que seu gosto para homem fosse diferente

Ai, ai... que bom ter a família dela aqui.

Fico de costas ao sentir meu celular tocar. Pego, vendo o número do Luca.

- Alô? - me afasto deles, indo até a janela - O que foi, Luca?

- Você assistiu à notícia, sobre o Shogo?

- Eu vi, porque fui eu que fiz aquilo.

- Sério?! Porra! Deveria ter pedido ajuda para matar aquele cara! Estava tão ansioso, queria ver o potencial dele.

- Foi a Kristhen que deu um fim nele - sussurro para que a família dela não escute - Eu apenas espalhei o corpo dele por Roma

- Caralho! CARALHO! Por que não me chamou mesmo assim?

- Porque não, porra! Mantém isso em segredo, sem falar para alguém. Caso ouvir isso se espalhando, eu caço você e te faço picadinho.

- Tá, cara! Relaxa... Enfim, onde está?

- A Kristhen está no hospital, estou aqui com ela

- SÉRIO?! Posso aí vê-la? Por favor!

- Não. - digo, me encostando na parede para poder encará-la melhor - Você fica longe dela.

- Como se eu pudesse roubar a sua mulher. Para de ser chato. Onde é?

- Na casa do caralho. Procura a gente lá.

- Filho da puta! Para de ser cuzão! Gosto da Kristhen, ela é uma garota forte, e me amarro nesse-

Desligo a ligação, guardando o celular no bolso. Não perderei minha paciência com ele. Cruzo meus braços, sorrindo em cada risada que Kristhen dá.

É bom a ver tão feliz... Sinto-me feliz em vê-la assim. Após uma vida tão traumática, ela merece ser feliz.

Continua...

NOTAS DA AUTORA

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NOTAS DA AUTORA

Penúltimo capítulo gente 😭

Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar, me ajuda muito. Beijo, vejo vocês depois ❤️

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