Kristhen Zillord
- Foi mal, hoje a noite não dá. - digo ao Barth
- Só por causa desse garoto? Não vamos demorar, deixa ele na recepção do prédio.
Barth deu a ideia de irmos em um hotel. Mas infelizmente não posso deixar o Reed sozinho, com certeza aqueles cinco estão por perto.
- Não dá. A minha função é protegê-lo, deixar ele na recepção durante alguns minutos é arriscado.
- Não vamos durar cinco minutos - ele insiste
Barth bufa de raiva e olha para o Reed. Acaba assustando o medroso, e Reed rapidamente desvia seu olhar.
- Se eu matar ele? Podemos dizer que aqueles cinco fizeram isso.
- Cala a boca! - bato no peito dele - Ele não sabe disso - sussurro
- Que garoto filho da puta! Olha essa cara de lesado... Vai se tratar, e vê se para com essa timidez ridícula, seu doente.
- Chega, Barth.
Com raiva, ele bagunça seus cabelos, bufando. Barth se afasta com passos rápidos.
- Eu te ligo mais tarde! - grito
Ele apenas ergue sua mão e acena, entrando em seu carro. Coço minha testa e olho para Reed que ainda está com o olhar baixo.
- Entra no carro. - digo
Dou a volta e entro primeiro. Com Reed já dentro, sigo o caminho, ele estragou uma bela noite, nem consegui comer, não vou negar que estava ansiosa por isso.
- Por que ele ficou tão irritado?
- Porque você impediu da gente transar. - encaro seu rosto de lado, ele parece meio constrangido - Está com fome? Porque eu estou. Atrapalhou até meu jantar.
- Desculpa...
Apenas o ignoro. Vou passar em um drive thru comprar na hora.
***
Começo a comer em silêncio, ignorando que o Reed está fazendo drama porque veio picles no dele, e o bonito não gosta. Ele deixa dentro da sacola e procura mais alguma coisa no hambúrguer.
- Se não for comer, me dá. - digo irritada - Que frescura.
- Eu só não gosto dos picles - ele diz baixo e começa a comer - Tem um gosto ruim.
- Você é fresco.
O silêncio novamente fica. Não acho constrangedor, mas Reed parece incomodado.
- O que foi? - pergunto - Parece incomodado com alguma coisa.
- Não-... Não é nada. - ele não me olha, apenas afasta o papel do seu hambúrguer e volta a comer
Deixo minha comida de lado, e tiro da sua mão o que ele estava comendo, atraindo sua atenção pra mim.
- Fala!
- Ah... - ele desvia o olhar - A Samy me mandou uma mensagem dizendo "obrigado" pelas coisas... Mas quando estava indo até você, a vi usando tudo que dei com o Jacs.
Me seguro para não rir, fiquei com pena agora, seu olhar triste amoleceu meu coração.
- Eu te disse, não foi? Ela não liga pra você.
- Então eu pensei, ela é solteira, pode ficar com quem quiser... Eu só tenho que conquistá-la - ele me olha, e um sorriso cresce em seus lábios
- Olha Reed... Conversa com sua mãe e pede a ela um psicólogo.
- Não preciso de psicólogo
- Todos nós precisamos, e você não é diferente. - entrego o hambúrguer a ele - Samy está apenas te usando, mas parece que você fechar os olhos pra isso.
- Ela não está me usando! - ele vira seu rosto irritado - Está apenas querendo passar ciúme.
Eu não falo mais nada, ele não vai me escutar, deixa que se foda sozinho. Vou só voltar a comer e fingir que essa conversa nunca aconteceu.
Em silêncio, nos longos minutos dentro desse carro, eu termino de comer. Pego o lixo e saio do carro, indo na lixeira mais próxima.
Me viro para voltar. Escuto por poucos segundo um barulho de tiro com silenciador, nem consegui processar direito, apenas recebi um impacto contra meu ombro me fazendo cair no chão com força.
Travo meus dentes para não gemer de dor, porra! Essa merda é horrível.
Abro meus olhos para ver quem atirou, mas não consigo ver ninguém, e no carro, Reed não está mais.
Acabei abaixando a guarda, tomei um tiro de burrice, e não pensei que poderiam usar um silenciador. Com dor no ombro, eu me coloco de pé, procurando pelo Walsh com os olhos.
Corro até o carro, mas não tem nada dele. Procuro por uma arma, mas não acho. Me afasto do automóvel e procuro por aquele grande estacionamento vazio, por alguém.
Tento ignorar a dor em meu ombro, em como o sangue quente escorre pela minha pele. Não acredito que deixei levarem o Reed.
- REED!
- Eu estou aqui.
Olho para trás, aqueles olhos pretos me observam sem entender, até ver meu ombro.
- O que aconteceu com você? - pergunta com uma voz assustada - V-Você tomou um tiro?
Porra... Onde ele estava?
- Onde você estava?
- No banheiro - ele tem seus olhos arregalados e se aproxima devagar - O-O quê aconteceu?
- Que banheiro você estava?
Ele aponta para trás de si. Não é tão longe do carro, mas também não é longe de onde ouvi o tiro.
Não-... Não vou suspeitar de alguém que está sendo a vítima aqui.
- Va-Vamos cuidar do seu ombro, você está sangrando muito... - ele diz bem assustado, uma pessoa que deu um tiro não faria isso - Você tomou um tiro?
- Você viu alguém?
Aquele olhar sobe até o meu.
- Não... Só está você e eu aqui.
- Então como tomei um tiro? - pergunto séria
- O-O quê? Você está suspeitando de mim? - ele gagueja e começa a se afastar
- Nunca disse isso, Reed! - fecho meu rosto por esse ato dele - Por que está nervoso?
- Você está me deixando nervoso... - ele se afasta
Seguro sua camisa para que ele fique perto de mim, mas a arma com silenciador cai do seu corpo.
Continua...
NOTAS DA AUTORA
Eita em galera...
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Kristhen
RomansaSendo tímido e sozinho, Reed Walsh não consegue se aproximar de ninguém, ou fazer amizade. Filho de um empresário mais rico dos Estados Unidos, ele tem tudo que quer, e na hora que quer. Porém, sua timidez o impede de fazer muita coisa. Quando seu...