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Kristhen Furquim

A garçonete novamente para ao nosso lado, mas dessa vez com um carrinho cheio de bandejas com comida.

- Ah... com licença, acho que errou de mesa - Alessia diz

- Não, aqui é a mesa vinte e quatro - ela coloca uma bandeja em nossa frente e tira a tampa, a carne suculenta e o cheiro faz meu corpo arrepiar

- Mas não pedimos isso - digo - Nada disso, o nosso pedido-

- Eu sei. - ela sorri gentilmente - Por conta do senhor Vinceti. Infelizmente ele não pôde fazer a comida hoje porque está avaliando os cozinheiros novos.

- Isso tudo...? - pergunto em choque

- Sim! Ele escolheu os pratos e pediu para trazer aqui.

- Mas por quê? - Alessia pergunta

- Pelo que ouvi, ele está fazendo isso porque achou essa moça muito linda - ela aponta para mim, me deixando perdida no mesmo segundo - Como gratidão por vir em seu restaurante, ele está pagando por tudo. Fiquem a vontade!

O que esse idiota acha que está fazendo?

- Amiga! - Alessia me olha com um sorriso tão grande, que chega a ser assustador - Isso-

- Não começa! - digo ríspida, e a mesma para - Não quero ouvir nada disso agora.

Alessia apenas ficando sorrindo, cheirando a comida de uma forma estranha e deselegante. O tanto de prato que fica na mesa me assustada, não sei se vou conseguir comer tudo.

- Bom apetite - a garçonete diz após colocar o último prato

Ela empurra o carrinho e se retira. Respiro fundo, mas só sinto cheiro de comida.

- Como sou sortuda de ser amiga de uma mulher linda.

- Para de me usar para comer - pego o garfo e vou pegando um pouco de cada

- Só estou sendo grata.

***

Me sinto cheia, e esse vestido apertado não está ajudando muito. Alessia comeu tudo sozinha, e como eu enchi rápido, sobrou muita coisa. Me pergunto há quanto tempo ela estava sem comer.

- Cara, isso estava muito bom - ela sorri, limpando seus lábios - Nunca pensei que iria comer tanta coisa assim, ainda mais nesse belo restaurante. Que agora é meu restaurante preferido

Limpo o canto dos meus lábios, e vejo o garçom recolher os pratos.

- Se ele te achou bonita, você deveria pegar o número dele. - Alessia sussurra

- Nem começa! - fecho meu rosto - Acabei de terminar, não vou pegar número de outro garoto. Já sou mal vista na família do Giovanni, imagina se eu aparecer com outro garoto? Vão me chamar de puta, interesseira e que eu estava o traindo primeiro.

- Vai perder essa chance?

- Vou. - dou de ombros

Se fosse pelo menos outro homem, mas é o Pierre! Estou fora!

- Já que estamos satisfeitas, vamos embora - pego meu sobretudo e fico de pé, me sentindo bem cheia

Alessia faz o mesmo.

- Com licença, senhoras!

A sua voz já me faz virar um pouco meu corpo para o lado oposto, e suspirar.

- Ah, Pierre! Obrigada por pagar nosso jantar.

- Disponha!

Fico na mesma posição, olhando para outro lugar.

- Então, me diz como estava.

- Hm... Acho que não posso te dizer algo negativo, porque eu realmente amei tudo.

- Oh, sério? - ele ri - Não teve nada de ruim?

- Não mesmo.

- Isso é bom. Estou avaliando novos cozinheiros, e preciso saber dos clientes o que eles acham da comida. E você? Gostou de tudo?

Desgraçado! Não vai mesmo me deixar em paz?

- Kris!

Olho de canto para Alessia, ela sorri e faz um aceno com a cabeça para Pierre. Encaro seu rosto, seus os olhos pretos estão em mim.

O perfume um pouco forte é da mesma forma que imaginei. Tem doce no meio, mas o cheiro acaba sendo maravilhoso.

- Bem, a carne não estava com tempero suficiente, e parecia meio crua. O macarrão estava bom, a salada não estava tão boa. Sem sal e sem azeite, estava apenas o tomate e a alface, poderia ter colocado algo a mais. O arroz estava um pouco queimado por baixo, mas a pizza estava uma delícia, e as bolinhas de queijo também, bem crocante. A lasanha também estava boa, bem suculenta. O ravioli estava bom, daria nota dez, e o risotto não estava bem cozido, senti um pouco duro... E também-... - paro de falar quando vejo seu rosto

Ele tem um leve sorriso, e seus olhos possuem brilhos enquanto me observa.

- É só isso. - desvio o olhar, fiquei com um pouco de vergonha - Você é o chefe, escolhe se está bom ou não.

- Claro que não! Os clientes são mais importantes, e ouvir suas opiniões ajuda muito. Obrigado por dizer o que pensa.

Coloco o sobretudo em meu corpo sem o responder.

- Vocês já podem ir! Obrigado novamente pelas opiniões, e são sempre bem-vindas aqui.

Pierre parece se distanciar, eu apenas me viro e caminho até a saída.

- Você percebeu tudo isso? - Alessia pergunta - Eu só comi.

- Meu paladar é um pouco chato com algumas coisas sem tempero e queimadas. Acaba que sinto nos mínimos detalhes

- Isso é incrível! - ela ri, cobrindo seu corpo com o sobretudo - Comemos tanta coisa de graça, e tudo por sua causa. Só acho que deveria ter pegado o número dele

Saio primeiro do restaurante, e o homem com as chaves do carro de Alessia, a estende para ela. O carro já está na porta, gosto quando tem isso nos restaurantes.

- Por quê? - digo, entrando no carro

Alessia dá a volta, e entra também.

- Você não percebeu como ele te olhava? - pergunta, fechando a porta - Se um homem me olhasse daquele jeito, eu já estava jogada em seus braços, dizendo "sou toda sua"

- Que exagero, ele me olhou normal.

- Para mim não foi normal - ela liga o carro quando termina de colocar o cinto de segurança - Espero que amanhã vocês deem uma oportunidade para se falarem

E eu espero que ele não vá. Alessia não sabe que já tivemos um caso. Na verdade, ela não sabe nada de mim, apenas que sou francesa.

Continua...

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NOTAS DA AUTORA

Também me jogaria nos braços desse homem

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