Sendo tímido e sozinho, Reed Walsh não consegue se aproximar de ninguém, ou fazer amizade. Filho de um empresário mais rico dos Estados Unidos, ele tem tudo que quer, e na hora que quer. Porém, sua timidez o impede de fazer muita coisa.
Quando seu...
Ela não pode estar irritada comigo por causa disso. Por que Kristhen se diminuiu tanto com um garoto? Ela merece coisa melhor e arranjou um pedaço de lixo como aquele? É impossível eu não ficar irritado com tudo isso.
Por ela não saber sobre a fama do Giovanni, provavelmente só foi três meses se conhecendo e logo namoraram. E é essa parte que mais me irrita. Ele conseguiu a manipular, a conquistar fácil.
Céus, Kristhen! Por que você se entregou tão fácil assim para ele?
- O quê!?
Sua voz que ecoa pelo lugar e me faz olhar na sua direção.
- Ainda não foi embora? - pergunta com as sobrancelhas em pé
- Eu pedi uma-...
Minha língua trava, não consigo dizer mais nada, apenas olhar pro seu corpo. A camisola é bem solta e um pouco curta. Curta o suficiente para ver suas coxas um pouco grossas. A camisola é branca... na verdade, um pouco transparente, o suficiente para ver tudo e saber que ela não está usando suas partes íntimas.
Passo a língua sobre minha bochecha interna e desvio o olhar, colocando meu lábio inferior para dentro da boca. Valeu a pena ter acontecido isso tudo...
No final pude relembrar um pouco de como é seu corpo.
Algo fortemente choca contra minha cabeça, e a dor me faz gemer.
- AI! EI! - olho para trás, eu levei um copada na lateral da cabeça - O quê-...
- É para não ficar olhando o que não deve. Meus olhos ficam aqui! - ela faz seus dois dedos ficarem na direção dos seus olhos - Idiota!
Kristhen fecha um sobretudo pelo seu corpo. Não lembro de a ver com um sobretudo... Acho que estava tão imerso por ver uma grande obra, que fiquei perdido alguns segundos em meu pensamento.
E também estou feliz por relembrar de como é vê-la com vergonha. Com seu rosto levemente vermelho.
Estou ganhando tanta coisa, e nem é meu aniversário.
- Tudo que tem atrás dessa camisola eu já vi mais de uma vez - vou até a cadeira e me sento - Eu pedi-
Seguro sua mão antes que ela pudesse me bater. Quando foi que chegou tão rápido em mim? Kristhen aproveitou e usou sua outra mão contra minha cabeça.
Parei ela, mas tomei vários tapas.
- O que deu em você? - encaro seu rosto todo vermelho, ela está bem brava
- Para de ficar falando disso. - ela puxa seus braços de volta, e fecha novamente seu roupão, cruzando os braços - É estranho escutar isso de alguém que não vejo há cinco anos e tento evitar ao máximo. De alguém que não é mais nada meu e tento esquecer tudo.
Massageio a região onde ela bateu e só fico calado. Kristhen vai até o sofá logo à frente e se senta, ligando sua televisão. Não entendo essa dela querer me evitar. Eu lembro só coisas ruins para ela?
Desde a primeira vez que esbarrei com ela no refeitório eu a reconheci, pensei que, tudo poderia ser diferente agora. Já nos entendemos melhor, que as coisas estão explicadas e cada um pensa diferente... Que sei o motivo dela ter feito tudo aquilo e pensei melhor sobre sua vida e o que passou ao longo dela.
Agora eu entendo, mas sinto que entendi tarde demais. Ela quer me evitar porque acha que eu lembro seu passado. Kristhen é uma nova pessoa, está mostrando sentimentos que nunca mostrou antes. Medo, paixão, felicidade, tristeza... Ela não tem mais aquele rosto frio... dá para perceber um brilho gigantesco em seu rosto.
Se foi cinco anos. Eu tentei ter seguido minha vida. Na época eu não queria entender o motivo da Kristhen ter feito o que fez, eu apenas queria esquecê-la. Tentei durante dois anos esse processo... Eu juro que tentei de todas as formas possíveis, até entrei em um relacionamento de alguns meses. Mudei totalmente durante esse processo.
Mas era sempre ela... Sempre ela que fez meu coração bater rápido. Só a Kristhen consegue fazer isso, me deixar bobo. E foi assim que eu me machuquei muito durante esses cinco anos.
É ridículo pra caralho ter passado cinco anos e eu ainda estar sentindo algo por ela, ser o único que sente por uma assassina. Uma assassina apaixonada por estrelas, ama coelhos e lobos... e trabalha em uma loja de doces.
É... Parece que me meti em uma furada há muito tempo. Se alguém souber que gosto de uma assassina sangue-frio - que não é mais sangue-frio - vão me chamar de louco e vão querer me internar.
Bom, se as estrelas conversaram com o universo foi porque não me aguentavam mais. Acabei pegando o costume de falar com as estrelas, igual a Kristhen faz. É bom, libertador. Então foi assim que o universo nos uniu novamente.
Não uniu totalmente, eu continuo me aproximando. Não quero a deixar constrangida e a fazer correr mais ainda de mim. Pode ser um processo lento, mas... vale a pena.
Levanto e vou até a sala, dando a volta no sofá e sentado ao seu lado.
- Vai dormir aqui?
- Eu pedi algo para comermos. Algo mais... nutritivo.
- Eu posso comer o que comprei.
- Melhor não. - olho para seu rosto, ela parece concentrada na televisão - Pode te fazer mal durante a madrugada.
- Vai se importar agora? - ela traz seus olhos pretos até os meus - Pensei que me queria morta.
- Morta? - ergo levemente as sobrancelhas - Eu nunca disse que queria te ver morta.
- Eu apenas imaginei isso por tudo que causei a você. Já se foi cinco anos, Pierre. Deveria estar com outra, com uma certa alegria em seu rosto. Mas está sendo tudo oposto disso.
- E isso é um problema pra você?
- Um grande problema. Não poderia facilitar a minha vida e simplesmente ir embora?
- Hm... - desvio o olhar e encaro a televisão - Não.
Apenas escuto seu suspiro baixo.
Foi mal por isso, mas essa história não pode terminar assim.
Continua...
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NOTAS DA AUTORA
Exato Pierre, se as coisas terminarem assim, eu sou enterrada viva pelos leitores
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