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Kristhen Zillord

Ontem eu olhei algumas fotos. Em uma semana, cinco motos diferentes passaram rodeando a casa e olhando cada espaço. Me perguntava se era a mesma pessoa, até ver um corpo feminino na terceira foto.

Suponho que estejam juntos, ou não. Além disso, sequestrar esse garoto e pedir uma grana absurda por ele, qualquer um obcecado por dinheiro tentaria.

Elaine disse que tentou achar as motos que estão na foto, porém, não conseguiu porque todas estavam sem placas. Eu acho que pode estar em um desmanche. Eles roubam aquelas motos, vão até a casa dos Walsh, olham o que quer, e depois levam para o desmanche de motos.

Achei um aqui perto, vou dar uma olhada após sair do colégio.

Caso não tenha nada no desmanche, vou dar uma olhada no ferro-velho, e também nos rios.

Reed inquieto me tira dos pensamentos, ele está tentando criar coragem para falar "bom dia" para uma ruiva.

- Não precisa olhar diretamente para ela, só passa e fala "bom dia".

- E se eu gaguejar?

- Você não vai gaguejar, não pense demais - cruzo meus braços, observando sua perna mexer sem parar - Você consegue!

Ele fica em silêncio, hesitando várias vezes, até se desencostar do armário. O acompanho com os olhos, ele caminha um pouco rápido. Fiquei em dúvida se ele falou ou não, mas quando a ruiva levantou a mão e deu um tchauzinho para ele, pude ver que conseguiu perfeitamente.

É um grande passo.

Desencosto dos armários e caminho até o Reed, ele não para de andar, onde será que está indo?

- Esse garoto é esquisito.

Paro e olho para uma loira.

- Ele não é esquisito, é fofo. - a ruiva responde em um tom animado

- Fofo? Amiga, ele fica te olhando sem parar. Tá mais para um pervertido! Céus, eu ficaria morrendo de medo.

- Que exagero! - a ruiva suspira - Talvez ele pode ser esquisitinho, mas confessa que é um gato.

- Ele deve ser um virgem idiota, isso sim. - dessa vez a de cabelos pretos se pronuncia - Deve nem saber beijar. Meu conselho amiga... Fique longe de homem assim. Não vai saber nunca te dar prazer na cama, tem que ir atrás dos experientes.

- Eu não vou trepar com ele gente! - a ruiva responde - Eu só acho ele bonitinho. Não daria uma chance nem em outra vida para esse garoto. Prefiro o Jacs, ele sim é um homem que eu sentaria várias vezes, a noite toda, a semana toda, e o mês todo. Se brincar, o ano todo também. - ela cai na gargalhada com suas amigas

Olho para o Reed que lá na frente tem um sorriso, grande, e apaixonado.

Parece que essa ruiva não é o que Reed pensa. Ou talvez ela esteja sendo influenciada pelas amizades. Quer se mostrar a fodona para as amigas.

Continuo andando, e por implicância, a empurro com força, apenas ouvindo um corpo se chocar com tudo contra os armários.

Escuto alguém me chamar, mas apenas me aproximo do Reed que não viu nada. Ele está com esse sorriso que a ruiva idiota não merece.

- Viu? Falei que você iria conseguir.

Reed ergue seu olhar e rapidamente some com o sorriso, acho que não tinha percebido minha presença.

- E agora?

- Agora faça isso amanhã. Como eu disse antes, comece aos poucos.

Desejo que você perca essa paixão por ela. Ser rejeitado é um sentimento horrível, e pela forma como ele está apaixonado, o impacto será maior.

- Onde é a nossa sala? - pergunto

- Você teria que passar na direção primeiro.

- Acho que não preciso.

Ele me olha e pisca algumas vezes. Reed se desencosta da parede e apenas me guia até as escadas.

***

Encaro seu caderno em branco, até agora ele não respondeu uma questão, enquanto eu já terminei. Ele está com dúvidas, mas não consegue perguntar.

- Levante a mão e pergunte. - sussurro

- Eles vão rir de mim.

- Não vão.

- Tem alguém que sempre ri - ele diz sem me olhar

- Vamos fazer assim, se alguém rir, eu arremesso essa borracha, ok?

Por fim, ele me olha. Reed cresce seus olhos, até os diminuir novamente. Ele pensa um pouco, e logo concorda com a cabeça.

Sua mão é erguida.

- Sim, Walsh?

- Poderia explicar novamente? Não consegui entender.

- Claro. - o professor se vira pro quadro e começa a falar

Escuto do meu lado direito uma risada masculina, olho na mesma hora, o garoto zomba do Reed com um olhar na nossa direção, e palavras maldosas.

Pego a borracha, encarando o professor. Espero ele virar para fazer o cálculo no quadro, e jogo com força a borracha na testa do garoto.

O grito de dor dele faz o professor se virar assustado.

- DE QUEM É ESSA BORRACHA? - ele se levanta furioso

- Ah, é minha. - ergo minha mão e fico de pé

- Foi você que jogou ela em mim? - diz com o maxilar travado

- Como assim? Minha borracha apenas caiu da mesa e foi parar em seu pé.

- Sua vadia mentirosa!

- JACS! Eu não aceito esse tipo de palavreado em minha sala de aula! - o professor bate na mesa, mas o garoto não desvia o olhar

Então esse é o famoso Jacs? Reed dá de dez a zero nele sem esforço.

- Confessa!

- Confessar o quê? Eu já disse a verdade - respondo

- Ela não está mentindo! Em momento algum a vi tirar os olhos do quadro, agora você Jacs... não parava de conversar. Vai para a diretoria, AGORA!

Esse tal de Jacs, não parece prestar atenção no que o professor disse.

- Gosta de ser sarcástica? - pergunta - Você vai ver o que é bom.

Ele fica na posição de atirar a borracha. Quando arremessa, eu saio do caminho, segurando a camisa do Reed e o puxando para trás comigo.

A borracha bate contra o vidro que estoura, fazendo o professor de matemática surtar.

Continua...

NOTAS DA AUTORA

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NOTAS DA AUTORA

Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar, me ajuda muito. Não postei ontem por estar meio ruinzinha da gripe que peguei. Enfim, beijos, vejo vocês depois ❤️

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