Kristhen

68

Kristhen Furquim

O sol raia pela cidade. Pierre me leva em seu carro em direção ao galpão onde Shogo pode estar. Um novo dia, e será hoje que ele morre. Já que os agentes não estão mais na minha cola, estou livre para dar um fim naquele filho da puta.

- Está preparada?

- Para matar aquele cara sempre estive preparada. - digo, arrumando a calça em meu corpo - Se o governo americano permitiu, então não tem motivo para me segurar mesmo

Uma mão fica em minhas pernas. Coloco a minha por cima. Pierre gira a sua e cruza nossos dedos. O caminho todo foi silencioso, estava pensando se realmente terei força para acabar com aquele louco.

Shogo é um psicopata de nível alto, ele com certeza deve esperar pelos meus movimentos. Preciso arranjar um plano para cortar sua cabeça. Ele morrerá em um piscar de olhos.

O caminho realmente foi longo, que mesmo a gente saindo a tarde, chegamos no local com o sol se pondo. Pierre parou com o carro. Saí primeiro, indo para o porta malas.

Ele é destravado. Levanto a tampa, pego uma pistola e um facão. Tudo é suficiente para matar aquele bosta.

- Tem certeza que só quer isso? Pensei que fosse escolher mais coisas.

- Isso é o suficiente - fecho o porta-malas

Aproximo do Pierre e deixo um beijo em seus lábios.

- Eu te amo... - sussurro

- Tem que me prometer que vai voltar viva... - ele encarou meus olhos de uma forma triste - Da mesma forma que prometi não intrometer, você precisa me prometer que... vai voltar viva.

- Eu prometo. Voltarei viva para você, Pierre. Mas quero que... se não for eu saindo daquele galpão, você pega a metralhadora que tem no porta-malas e descarrega o pente nele.

- Porra! Você prometeu e está falando disso? - ele segurou meu corpo.

- Vou tentar não quebrar a promessa, mas quero que você fique preparado, está bem? - alisei seu rosto

Pierre encarou meus olhos profundamente, e por fim, concordou.

Dei uma última olhada para seu rosto, e me virei. Caminhei em direção ao grande balcão abandonado. Não quero que o Pierre ajuda devido a uma coisa.

Shogo focará nele porque sabe que é meu ponto fraco. Se eu perder o Pierre, não sei o que será de mim. Preciso encerrar com isso e ter uma vida tranquila, ao lado da minha verdadeira família, e ao lado dele.

Coloquei a pistola nas costas e tirei o facão da proteção. Aproximei perto das grandes portas, e segurei em uma, a puxando com força para o lado. O lugar é mesmo abandonado, está caindo aos pedaços, mas no centro, tem uma poltrona.

Entro, fechando a porta atrás de mim. Quem sair vivo, passará por esta porta.

Andei pelo lugar, sentindo forte cheiro de poeira. Ele fica nesse fim de mundo? Que ridículo! Esperava mais.

Aproximo da poltrona, ela está vazia e bem velha. Cheia de rasgados e buracos. Olho para trás, e um corpo vem de cima, caindo de pé no chão. O barulho do impacto ecoou por todo lugar destruído.

- Nossa, que chegada triunfal - zombo com um sorriso

Shogo levantou seu corpo, fazendo eu encarar seu rosto. O pescoço está com a grande cicatriz que deixei. Sortudo estar vivo. Ou nem a morte te quer? Que pena, porque agora eu a farei querer.

- Você gostou? - ele sorri torto, tirando das suas costas, um grande facão - O que achou da Alessia? Ela não fica linda sem a pele?

- Você é doente, e vou ignorar suas loucuras. É por isso que eu te matei.