Kristhen

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Kristhen Zillord

Abro a janela do quarto. Eu gosto de ficar embrulhada, mas, ao mesmo tempo, recebendo um vento frio.

- Tem certeza que quer deixar a janela aberta? - ele pergunta, secando seus cabelos

Já vamos dormir, passamos horas no banho. Eu lavei o meu cabelo e o dele, como também peguei algumas coisas da Elaine para cuidarmos da pele. Foi divertido, minha primeira vez fazendo isso com um garoto, uma das lembranças que quero guardar para sempre.

- Tenho. Gosto de ficar embrulhada e sentir o vento gelado sobre mim.

Pierre termina de tirar o excesso de água do cabelo, e pega o secador. Vou para a cama, e já me embrulho, porque o vento que entra faz meu corpo estremecer, ainda mais eu que estou apenas de blusa e calcinha.

Espero ele terminar de secar o cabelo por completo antes de deitar. Pierre termina. Ele guarda o secador, e vai até o interruptor, apagando a luz e se aproximando de mim. Uma claridade ilumina o quarto, o mesmo ligou a televisão, e procurou por qualquer coisa.

Pierre procurou por um tempo, até ele desistir e colocar em um desenho. Seu corpo se aproxima do meu, e logo sinto seu calor.

- Deixa eu ver seu rosto. - toco em sua pele, está bem macia.

Lógico, os produtos da Elaine todos são caros e ótimos para cuidados com a pele. Por isso que aquela mulher parece ter uns trinta anos, engana qualquer um.

- Está macio e bonito - digo o fazendo sorrir

- Pensei que eu já era bonito.

- Mas você é. - beijo ele rapidamente, vendo seu sorriso crescer ao me afastar

Deito sobre seu peito, e Pierre arruma a coberta sobre meu corpo.

- Ah, a gente não foi no enterro da Samy. - olho para seu rosto, e o mesmo me encara pensativo

- Podemos dizer que eu estava muito abalado para poder ir.

Essa seria a mentira que eu daria.

***

Ele está dormindo com um sono bem pesado, e lá fora, o barulho do vento é enorme. Saio devagar da cama, e vou até a mesa onde ele faz seus afazeres do colégio. Procuro embaixo dela por um botão, ele é pequeno, não sei se vou achar de começo.

Passo a mão por toda região, e finalmente acho. Aperto, e escuto algo se abrir. Olho para cama, Pierre se mexe, mas é virando para o outro lado, ficando de costas para mim. Caminho até a parede que se abriu, já que estou aqui, não tem problema eu vir olhar esse lugar secreto.

Passo pela parede, e a mesma se fecha atrás de mim. Por um tempo, tudo ficou escuro, mas logo luzes são acesas, e a visão que eu tenho, faz meu coração quase pular para fora da minha boca.

A linda pedra, fechada em um pequeno cubo de vidro. Brilhosa, e bem cuidada. Já deveria imaginar que estaria aqui no quarto do Pierre. Agora tudo está fácil, porém, como vou tirá-la? Se eu quebrar o vidro, provavelmente vai ativar alguma trava de segurança, e não parece ter nada que tenha algum código para poder abrir o cubo.

Preciso avisar a Kefhera amanhã, e dar um jeito de fazer o Pierre abrir isso. Então... finalmente, tudo estará resolvido. Droga, agora eu estou feliz, e ansiosa para que isso aconteça logo.

Pierre precisa da família dele, de viver a sua verdadeira vida.

Olha isso... Não acredito que após anos a procurando, finalmente a achei, diante dos meus olhos, nesse exato momento.

Dou alguns passos para trás, e empurro a porta, saindo do lugar. Dou mais uma olhada naquela pedra, só tem ela nessa sala, obviamente tem sistema de segurança. Fecho a porta, já armando um plano para fazer Pierre procurar pela pedra em seu quarto, e tentar falar com Elaine para supostamente saber do código que abre aquele cubo.

Caminho até a janela. Fecho ela, e escuto Pierre murmurar meu nome na cama.

- Ah... eu estava fechando, está fazendo muito frio lá fora. - caminho até a cama, e me deito, embrulhando meu corpo

Seus braços logo me rodeiam em um aperto firme e quente. Fecho meus olhos, mas não consigo dormir, agora estou ansiosa para dar um fim nisso.

***

- Estou resolvendo um assunto, o que foi? - alguém geme de dor do outro lado da linha

- Eu achei a pedra. - digo, encarando Pierre de longe, comprando um sorvete

Decidimos sair a tarde. Pela manhã ele fez o café, mas deixou queimar o bacon. Normal, não o julguei, apenas o ajudei a fazer de novo. Agora pela tarde estamos em uma praça, e depois ele disse que iria me levar para casa.

- Sério?!

- Sim! Está no quarto do Reed, na porta secreta. Porém-

- Vamos pegar ela hoje ainda.

- Espera! Porém, está em um cubo de vidro, que provavelmente não quebra fácil. Só está a pedra na sala secreta, deve ter algum tipo de segurança que se tentar arrombar, ficará preso com algo mortal, ou simplesmente o chão se abre, não sei, Elaine não deixaria aquela pedra tão fácil assim. Precisamos de um plano, e eu tenho um.

- Prossiga.

- Falarei hoje com Pierre sobre a pedra, preciso que ele se lembre onde ela está, e converse com Elaine tocando nesse assunto. Ou, conversando com ele sobre isso, ele se lembre de algum código para poder abrir aquela caixa de vidro. É simples, mas pode funcionar

- Por que acha isso? Por que acha que ele não desconfiaria de você?

- Porque ele gosta de mim... No momento, a única pessoa em que ele acredita, sou eu.

- Hm... boa menina... Mas você sabe que vai sofrer com ele quando o deixar, não sabe?

Aperto o celular na minha mão, enquanto o vejo a distância. Sua cabeça se vira para mim, e um sorriso sincero e bobo fica sobre seu rosto. Ele acena, voltando com sua atenção para o atendente

- Eu sei.

- Te criei com os treinamentos mais rigorosos possíveis para fazer você não sentir nada por ninguém, mas acaba sendo impossível, além disso, você é humana, sempre sentirá algo, mesmo que rejeite isso para si mesma pelo resto da vida. Enfim, espero que consiga superar tudo isso e seguir em frente, mesmo sendo... difícil. Faça com que ele se lembre Kristhen, e finalmente vamos para casa.

Continua...

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