Sendo tímido e sozinho, Reed Walsh não consegue se aproximar de ninguém, ou fazer amizade. Filho de um empresário mais rico dos Estados Unidos, ele tem tudo que quer, e na hora que quer. Porém, sua timidez o impede de fazer muita coisa.
Quando seu...
E se eu fugir...? Não! Terei que abandonar o meu curso, e não quero fazer isso. Droga! Estou perdida e sozinha nessa.
Ele pode querer se vingar... Pierre ainda deve me odiar pelo que fiz no passado... mesmo sabendo que foi para o proteger.
- Ei!
Olho para a porta, tirando a mão da boca.
- O que está fazendo garota? - a gerente pergunta, me olhando de cima a baixo - Você tem que trabalhar, não está no seu horário de folga. Tem clientes para servir.
- A-Ah, eu já vou. Só estava...
Não consigo dizer, porque se eu contar outra coisa estarei mentindo, e prometi que nunca mais faria isso.
- Só volta pro trabalho!
- Sim, sim. - caminho até a porta, e passo por ela, indo até o balcão.
Tiro o bloco de notas do meu bolso, e anoto o pedido de um cliente. Coloco seu nome, e rasgo a folha, deixando no balcão atrás de mim. Pego a bandeja e o papel, indo até a mesa da cliente.
Tento parecer normal. Deixo um sorriso no rosto, e coloco o prato dela sobre a mesa.
- Mais alguma coisa?
Ela nega com um sorriso. Apenas me afasto e volto para trás do balcão. Deixo a bandeja em cima do balcão da cozinha, e a cozinheira me olha estranho, mas apenas me viro.
Mordo a pelinha da minha boca, pensando em tanta coisa que pode acontecer com o Pierre aqui. Talvez eu posso ser finalmente presa pelos crimes que cometi. Ou então ser morta pela mãe dele. Agora que fiz tantas promessas e não posso quebrar, esse garoto aparece.
Estou tão na merda... Deveria pedir ajuda? O que eu faço!?
- Oi!
Um estralo de dedos na minha frente, faz eu erguer meu olhar. É a garota que está com o grupo dele.
- Ah, oi. - lhe dou um sorriso
- Então, eu queria pedir um bolo para levar. É um presente para minha mãe. Ela sempre amou muito bolo, pode faz um de morango, balinha e chocolate? Pode ser médio.
- Claro! Fazemos encomendas também como presente.
- Mas não cobra entrega e a embalagem?
- Não! Quando é presente apenas o bolo é cobrado - sorrio, terminando de anotar o que ela pediu - Apenas me diz o nome da sua mãe e o seu. Fazemos cartas também.
- Ah, não! Apenas o bolo mesmo - ela coloca uma mecha de cabelo branco atrás da sua orelha - Me chamo Haydée, e o nome da minha mãe é Nayla Vinceti
O quê? Só pode ser brincadeira... Não sabia que Nayla tinha outra filha praticamente da idade de Pierre... É adotada? Não se parece muito com nenhum deles.
E olhando agora para o rosto do Pierre, esses dois são muito diferentes. Ela tem olhos castanhos, e todos Vinceti tem olhos pretos.
O sorriso dos dois também não se parecem. Olhando demais para o Pierre, ele parece perceber meu olhar, porque também me encara de volta.
Desvio quase na mesma hora, e anoto os nomes.
- Me fala seu endereço e quando você quer a entrega.
Ela diz tudo certinho, e eu apenas anoto. A doce garota me agradece com um grande sorriso, e volta para sua mesa. Me viro para a cozinha
- Lily, temos um bolo para entregar daqui a três dias.
- É comigo mesmo. - outra cozinheira vem até mim
Entrego o papel a ela. A mesma observa, e vai até a geladeira. Nunca vi uma mulher gostar tanto de fazer bolo.
Vou até a vitrine do lado, e pego um prato de bolo para servir os amigos do Pierre. Os pedidos já estão prontos, sempre rápido para não perdermos clientes. Pego uma bandeja e coloco um prato por cima, e logo após os outros.
Caminho até a mesa deles, falta trazer o resto dos cupcakes. Me aproximo da mesa, e coloco o prato na frente de cada pessoa que pediu.
- Posso trazer os outros cupcakes?
A garota concorda com a cabeça... E eu estou sentindo seu olhar, idiota! Por que está me encarando, Pierre?
- Mais alguma coisa?
Eles apenas dizem que está bom, então apenas me retiro sem olhá-lo. Não vou ficar o encarando como se o conhecesse, prometi que iria seguir em frente, e vou, mesmo com ele... tão próximo.
Volto para o balcão e pego o resto dos cupcakes. Levo para a doce garota, e depois volta para o caixa. Tem apenas eu como garçonete porque pela manhã não tem muito movimento, e para eu receber um bom salário, tenho que trabalhar sozinha.
Mas agora eu adoraria ter outra garçonete para fazê-la atender eles...
***
Quem pagou tudo foi o garoto de cabelos vermelhos, Pierre apenas saiu, e eu fiquei aliviada por não olhar em seus olhos novamente. Limpo a mesa deles, e o único que não comeu foi o Pierre.
A estrela que ele pediu continua inteira. Pego o prato, mas o papel que estava abaixo dele chama a minha atenção.
"Para você, Kris. Ainda ama as estrelas, certo?"
Amasso o papel em minha mão, e apenas caminho até a cozinha. Empurro a porta e entro, jogando o papel fora, e dando o bolo para uma cozinheira.
Você não existe para mim, Pierre. E vou fazer de tudo para que assim continue. Minha vida está melhor esquecendo o meu passado, e você é o garoto que mais me traz lembranças das coisas que agora preciso esquecer de novo.
Já segui em frente, e você também precisa seguir.
Continua...
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