Kristhen

76 - Fim do livro I

TRÊS MESES DEPOIS - México, Acapulco

Kristhen Zillord

Três meses já se foi, mas ainda penso nele, em cada momento que vivemos juntos. Não consigo esquecer Pierre, ele me atormenta diariamente, em minha cabeça com os momentos bons que tivemos.

Deveríamos ter ido para França, mas Kefhera quer esperar um pouco para acalmar os pais de Pierre. Eu já deveria saber que quem contou tudo para Pierre, foi a própria mãe, aquela mulher cretina...

Ela já estava nos observando... Fiquei tão feliz de estar com Pierre, que não prestei atenção de ter alguém por perto da gente.

Suspiro, e olho para o teto da sala. Estou sem fazer nada. Elaine morreu queimada em sua casa, os policiais nunca procuraram pela morte da mulher, apenas alegou que foi um acidente. Ela pagou pelo que fez com a filha dos Vinceti, não sinto pena daquela mulher. Nunca vou saber do motivo de Elaine ter colocado uma bomba no nosso carro aquele dia, que quase levou à morte de "Reed".

Ultimamente estou muito decaída. Não tenho ânimo para nada, nem para comer direito. Apenas quero ficar deitada, em meu quarto, sozinha, e pensando em tudo que aconteceu.

Abaixo minha cabeça quando Kefhera se senta na minha frente. Em suas mãos tem uma pasta, e a mesma sorri.

- Quero... te contar uma coisa.

Me ajeito no sofá, esperando ela dizer.

- Nessa pasta... tem tudo sobre a vida de vocês...

Encaro sua mão, ela alisa a pasta, e depois me olha, suspirando.

- Então...? - digo - Tem aí quem é meus verdadeiros pais?

- Sim. - ele sorria vagamente - Eu quero te dar isso.

- Por quê?

- Porque... o nosso trabalho aqui, já acabou.

- Como assim? - ergo uma sobrancelha

- Vou te contar toda a verdade, Kristhen. Algo que escondi durante toda minha vida. Igual a você, eu fui criada para ser uma assassina, porém, me apaixonei por alguém que não devia. Tivemos um relacionamento, mas não durou por muito tempo. Nos meus vinte anos, o amor da minha vida morreu tentando achar esta pedra - ela levanta, em minha frente

Kefhera pegou todos os pedaços da pedra, e a colocou de novo, polindo em seguida, a tornando nova novamente.

- Esta pedra foi a causa dos La Mort existir. Antes, era uma mulher cruel que tomava de conta. Aquela mulher realmente castigava quem desobedecia uma regra, era... cruel. - Kefhera encara a pedra em sua mão - Essa pedra não pertence a minha família, e sim, a uma família russa. Na verdade, a máfia russa, uma das mais perigosas no mundo do crime. A pedra estava perdida a anos, e eles não encontravam de forma alguma, então, foi aí que a La Mort nasceu. - seus olhos pretos vêm até mim, e a mesma suspira - Fomos criados para acharmos a pedra, e fazermos trabalhos para dar dinheiro para essa família russa. Como ninguém se importava muito com a pedra, o dinheiro acabou vindo em primeiro lugar durante alguns anos. Mas o antigo chefe da máfia morreu, dando lugar para a filha dele. Aquela mulher desejou ter a pedra, a todo custo.

- Então ela mandou nós buscarmos a pedra novamente?

- Sim, só que dessa vez, com tempo. Tínhamos apenas cinco anos para achar a pedra, porém, aquela mulher acabou vendo que era muito. Então insistiu para que a pedra fosse encontrada este ano. Caso contrário... meu filho iria morrer

- Filho?! - a olho perplexa, segurando minha boca para não cair no chão

- Sim. Com meus vinte anos, o amor da minha vida se foi, mas acabou deixando uma vida em minha barriga. Eu amava aquele homem, e o bebê é a única lembrança que eu podia ter dele. Então escondi meu filho até a sua chegada, e foi assim por um tempo. Consegui cuidar dele até seus cinco anos, porém... A nova chefe descobriu sobre, e o tomou de mim. Essa foi a ordem que ela me deu, traga a pedra, que seu filho sairá vivo. E também, se devolvermos a ela, a La Mort irá parar de existir, e todos, finalmente serão livres