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Kristhen Zillord

— Você gosta de alguém? — pergunto antes de responder sua pergunta

— Não sei dizer... Foi amor à primeira vista, você acredita nisso?

— Não. Mas me diz o que você sente por ela.

— Nunca falei com ela... Mas sinto nervosismo, meu coração acelera quando ela sorri, conversa, ri, ou faz qualquer coisa. Tenho arrepios, e amo observá-la como também ouvir sua voz. É doce, como mel... são músicas para meus ouvidos. Gostaria de ficar mais perto, de poder elogiá-la, dizer que é a mulher mais linda que já vi. Queria entregar rosas devido ao seu perfume esplêndido... Mas... acho que ela me acharia estranho.

Esse daí está apaixonado por alguém que nunca conversou, ou talvez nem saiba que existe.

— Sim, você está apaixonado — digo — Isso é amor.

Levemente um sorriso vai crescendo no rosto dele. Agora eu estou com pena, não sei se essa menina gostaria dele.

— Você acha que consigo mudar até o final do ano e falar com ela? — ele se vira pra mim, começando a beber o que fez

— Claro. — observo em silêncio ele beber aquilo tudo em segundos

— E como eu faço isso? — ele limpa sua boca após beber tudo

— Comece com um "bom dia".

— E se ela não me responder? — ele coloca a garrafa na mesa

— Manda ela ir se foder.

— O quê? — ele me olha com espanto — Não!

— Só estou brincando. Tenta de novo no próximo dia, e por aí vai.

— Ah... certo

Ele apenas se vira e vai até os pesos. Continuo no mesmo lugar, observando cada movimento. Reed usa blusa regata, e cada movimento que faz, seus músculos aparecem.

Talvez eu não tinha percebido seus músculos quando ele desceu as escadas.

— Por favor... não fique me olhando fixamente — ele pede

Olho para seu rosto, Reed está vermelho. Não acho que seja o peso, e sim, vergonha.

— Mas as pessoas vão te olhar assim quando for fazer algo, senhor Reed. Quer dizer, Reed.

— Eu sei, mas...

— Já apresentou trabalho?

— Não. Sempre fazia manuscrito e ficava com a metade da nota, ninguém nunca quis fazer grupo comigo porque eu nunca tenho coragem de apresentar pra sala. — ele começa a contar bem baixo cada movimento

Já deveria imaginar, não sei porque perguntei isso.

Ele termina e passa para outro, e por aí vai. Reed tenta ao máximo não me olhar, enquanto eu observo cada passo e gesto que faz. Foi duas horas treinando, é claro que descansou por alguns minutos antes de continuar.

Reed está fazendo outra vitamina para tomar. Observo os ingredientes que coloca, ele segue certinho o que provavelmente sua nutricionista disse.

Ele vira lentamente sua cabeça pra mim, isso foi estranho.

— Deseja perguntar algo?

— Quanto... de altura você tem? — pergunta, descendo lentamente seu olhar pro chão

— Um e oitenta.

— Ah... — ele ri, parece nervoso — Você que é mulher... qual é o seu tipo?

— Quer saber se eu ficaria com você?

— Não! — ele me olha mais nervoso ainda — Quero saber se... Samy gosta de garotos altos

— Você terá que perguntar pra ela, ou... descobri por boatos. Tem mulheres que gosta de homens da altura delas, tem outras que gosta de homens baixos, e tem as que gosta dos altos.

Ele permanece em silêncio, e começa a sacudir sua garrafa. A porta atrás de mim é aberta, chamando minha atenção.

— Senhora Zillord, a senhora Walsh está te chamando no próprio quarto dela. — uma empregada me mostra seu sorriso simpático — Por favor, me acompanhe.

Peço licença ao Reed, e sigo a empregada pela enorme casa. Subimos até o terceiro andar, não imaginava vir tão cedo aqui. A sigo pelo grande corredor, e finalmente chegamos no quarto. A porta se abre, vejo um homem de terno preto com maletas no chão.

— Por favor, escolhe. — Elaine pede com um sorriso em seu rosto

Olho para as maletas que possui armas, e todas são do meu estilo. Não deveria ter dito isso.

Escolhi praticamente tudo, mas Elaine continuou com seu sorriso, não acho que se importou com o preço que isso tudo irá ficar. Agradeço a ela por me dar as armas, claro que terei que usar apenas quando ele for sair de casa... Porém, no colégio irei levar coisas mais leves, como facas.

Levar uma arma não vai cair bem pra mim.

O senhor pega o cheque que a senhora Walsh lhe dá, e se retira com um pedido de licença.

— Como foi conversar com o Reed?

— Ele se abriu um pouco, conseguiu falar normalmente. — fecho a maleta das facas — Foi melhor do que pensei.

— Isso é bom! Vejo que ele progrediu muito. Reed consegue fazer amigos, ele só precisa de um empurrãozinho, mas meu tempo para ele é pouco, e o Phillip quase não fica em casa.

— Tenho certeza que ele irá conseguir se enturmar rápido estando comigo.

— Espero que sim. Essas armas são presentes por aceitar ajudar meu filho com a timidez. — diz

— Obrigada! — lhe dou um enorme sorriso — Estou feliz com todas elas.

— Fico contente! Sua matrícula no colégio já está feita. Paguei por tudo, como também pelos seus materiais, não precisa se preocupar.

Gente rica é foda...

— Ah! — ela ergue seu dedo — Caso alguém esteja fazendo bullying com o Reed, eu quero que você bata nessa pessoa, até ver o sangue ou a carne viva, ok? Nunca sei o que acontece no colégio, ele não me conta, e não quero meu filho sendo vítima do bullying.

— E seu eu for expulsa?

— Não será! — ela joga seus cabelos e senta na grande cama — Uma quantia certa pro diretor, e ele mantém o bico fechado.

Não gosto desse tipo de situação, resolver tudo com dinheiro. Mas como não é comigo, estou foda-se pra isso, só vou obedecer a ordem que foi dada.

Continua...

NOTAS DA AUTORA

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NOTAS DA AUTORA

Obrigada por ler! Não se esqueçam de votar, me ajuda muito a continuar com a história. Vejo vocês depois, beijos da flocos ❤️❤️

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