Capítulo 05

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Anahí Giovanna Puente Portilla

Quando cheguei à minha casa, já era fim da tarde. Logo que entrei pela porta deparei-me com minha irmã, que levava o nome de Marichello assim como minha mãe. Ela estava sentada ao sofá junto com minha sobrinha, Ana Paula.

Aninha como chamamos, é a criança mais doce que poderia conhecer. Mesmo sendo de uma família rica desde o nascimento, ela nunca esboçou qualquer tipo de coisa que a deixasse parecer comigo. Eu agradecia por isso. Era amiga de todos na escola, independente de raça ou o quanto sua família tinha de bens. Ela via o interior das pessoas de um modo único, era uma estrelinha que veio para nossa família nos alertar, ou melhor, me alertar de que o caminho que eu seguia não era o certo.

- Tititi. – Veio ela correndo aos meus braços, peguei-a no colo e ela encheu minhas bochechas de beijos.

- Minha princesinha. – Sorri. – Como está?

- Muito bem. Estava te esperando.

- Aé?

Logo Marichello veio até mim, cortando o nosso assunto e me cumprimentando. Ainda com Aninha no colo lhe dei um beijo em cada bochecha.

- Tem certeza que não há problemas de ficar com Aninha essa noite? – Mari me pediu de um jeito estranho. Ela tinha negócios de trabalho a resolver, e viajaria agora voltando só no outro dia pela tarde.

- Claro que não. Ela fica a noite comigo. Amanhã de manhã tenho compromisso, mas ela ficará muito bem com Linda. Linda é quase parte da família, você sabe, podemos confiar nela inteiramente.

- Sei sim. – Mari disse sorrindo.

Linda era funcionária da família há pelo menos vinte anos, já não era tão "linda" quanto antes, mas era uma senhora bem cuidada e que gostava de ser a governanta da casa. Na realidade não era uma simples empregada, cuidara de mim desde pequena e não abri mão de seus cuidados após isto. Ela sempre fora eficiente, pontual e eu faria o que estivesse ao meu alcance para que ela se sentisse em casa e parte da família. Creio que ela já se considerava assim.

- E como foi o encontro com as meninas hoje Any? – Mari disse sentando-se ao sofá enquanto aguardava o taxi que a levaria ao aeroporto.

- Péssimo. Não as aguento mais Mari. Sinto que perdi a essência, a essência que nossos pais nos deram. Não quero isso para mim.

- Não perdeu não. Se houvesse perdido Any, não estaria dando-se conta, e não estaria tentando mudar. É o fato de apenas não se deixar mais levar pelas influencias.

Eu sorri. Entendia o que ela queria dizer. Não importa quão forte fosse minha personalidade, admitindo ou não eu tinha me deixado influenciar pelo meio. O assunto não durou muito mais, logo fomos levar Marichello até o taxi.

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora