Capítulo 44

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- Eu tenho que ir agora minha filha. Prometi levar Ana Paula cedo.

- Como? Eu já tenho que ir? – Abraçou-se então a Julia. – Mesmo? – Seus olhos eram tão lindos, me lembrava muito os do gatinho do Schrek quando queria algo.

- Mesmo! Mesmo! – Henrique falou decidido. – Mas se Alfonso não se importar, e Julia quiser, posso levar ela junto até sua casa, e depois trazê-la de volta, já que tenho de ir para o hospital.

Julia então correu até seu pai, e lançando o mesmo olhar que Ana Paula havia feito para o avô.

- Por favor.

- Por que não. Claro que pode ir, mas se comporta, e obedeça ao senhor Henrique.

- Claro papai.

Então ele se abaixou e ela lhe deu um beijo e abraço forte de despedida. Logo Ana Paula, Julia e meu pai já não estavam mais lá. Sobrava apenas Miguel, Alfonso e eu. De algum modo não via Linda por perto e nenhum outro funcionário, estava em uma situação completamente incomoda.

Sentei-me no sofá e Miguel não saia da minha volta, me chamando de mãe o tempo todo.

- Vamos ter que explicar ao Miguel.

- Ele é muito pequeno. – Alfonso fitou. – Ainda não entende.

- Sou tão parecida assim com Judy?

- Na realidade não. Judy era morena, de olhos castanhos e cabelos ondulados. Uma mulata de dar inveja, e de arrancar olhares. – Ele sorriu de canto, parecia feliz em se lembrar dela. – Ela era incrivelmente sexy e autoconfiante. – Neste momento não parecia mais que ele nos comparava, mas apenas que recordava das lembranças boas vividas com a esposa que já havia morrido. – Era complicado sair com ela na rua, todos a comiam com os olhos, e igualmente ela somente queria a mim. Mesmo quando ficou grávida pela primeira vez, achando que com inchaços e a barriga iria perder a beleza, e ainda sim era única. Ao mesmo tempo em que sabia impor respeito, ninguém lá de onde eu moro nunca se atreveu a faltar com respeito a ela. Por muitas vezes me perguntava o que ela havia visto em mim. – Finalizou com um sorriso.

- Ela parecia ser incrível.

- Nisso vocês são iguais, você também é muito incrível. E acredito que por trás de Sophia, você deva ser uma mulher extremamente forte.

- Aí que você sem engana Alfonso...

- Poncho. – Ele interrompeu.

- Poncho. – Anahí sorriu. – Sempre fui criada em uma caixinha de cristal, intocável. Fiz medicina, vivi meu conto de fadas. Iria casar-me cedo com alguém que nem tinha tido uma relação sexual. Acordei para a vida quando naquele fatídico dia o encontrei com outra. Depois de Sophia tornei-me sim uma mulher forte, que morreu naquele acidente. – Olhei para o teto, talvez a gravidade fizesse as lágrimas ficarem dentro de meus olhos se olhasse para cima.

- Você teve um choque de realidade não é mesmo?


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Acabo sofrendo junto com essa mulher...TADINHA!

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora