Capítulo 75

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- Tem certeza menina? – Ela me olhou, enquanto eu conseguia fazer Poncho se sentar na calçada.

- Claro que tenho. – Levantei Poncho colocando-o sentado no chão, ele havia ficado ferido na cabeça por conta do tombo.

Quando vimos estávamos todos nos hospital. Poncho havia desmaiado por conta da batida, tivemos de chamar a ambulância, e logo estava Poncho em uma cama de hospital fazendo uma tomografia e eu na porta, junto com a senhora que dava seu depoimento ao policial.

- Eu estava passando e vi aquele homem – ela apontou para o quarto – prendendo as mãos da moça contra o carro e indo beijar ela. Como a gente sabe que a criminalidade está alta, peguei e dei uma bolsada no sujeito que caiu no chão. Ela uma moça tão bonita, não poderia ser violentada na rua, em plena luz do dia.

Eu queria rir ouvindo aquilo, mas tinha de confessar que seria muito efetivo caso realmente tivesse sido molestada. Ela tinha o que naquela bolsa? Chumbo? No mais o policial a liberou depois que eu disse que não prestaríamos queixa.

- Ele irá ficar em observação por mais algum tempo e depois poderá ir para casa. Mas pode entrar para vê-lo. Ele não pode dormir de modo algum.

- Obrigada. –Disse a enfermeira que saiu, e entrei no quarto.

Ao vê-lo deitado na cama, tão vulnerável em uma roupa de hospital senti-me mal, lembrei-me de Sophia e senti-me tonta rodeada de tantas lembranças. Uma pisada em falso e achei que iria para o chão, mas consegui me reerguer.

- Como você está Poncho?

- Melhor. – Ele sorriu. – Aquela senhora é maluca.

- Ela se acha uma heroína. – Pisquei para ele. – E então? – Fitei seu cabelo, aliás, a falta dele. – Pelo visto querendo ou não ganhou um novo corte de cabelo.

- Sim, rasparam em volta do corte e pedi para tirarem tudo, no corte ainda está mais baixo, mas perdi a cabeleira.

Olhei o cabelo dele, talvez um centímetro e meio agora para cima, antes era bem mais cabeludo.

- Mas ainda temos que dar um jeito nessa barba. – Sorri.

- Anahí...

- Tudo bem, não vamos discutir agora.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro. – Disse puxando a cadeira do acompanhante para mais perto da cama e me sentando novamente.

- Por que disse que eu era seu namorado?

Ruborizei por um momento, não pensei que ele havia prestado atenção nisso. Recompondo-me expliquei:

- Ela achou que você estava querendo abusar de mim, dizer que era meu namorado era a maneira mais fácil de salvar sua vida, da vovózinha maravilha. – Sorri. 


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Só eu sinto que ele vai ficar decepcionado?! :(    

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora