Capítulo 42

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Anahí Giovanna Puente Portilla

Quando vi Alfonso na porta do quarto de Sophia nem acreditei. E quando me disse que estava em minha casa quase tive um choque. Os últimos três meses haviam sido péssimos. Primeiro tentei voltar a vida fútil que eu vivia, pensei que conseguiria voltar a ouvir as conversas sobre as viagens de Bibiana e sobre as roupas de Lola. No começo até consegui, mas nada dava certo.

Depois me decidi encontrar somente com Maite, ela era nova, porém muito centrada, e embora não tenha falado para ela nada de Sophia – eu preferia que ninguém soubesse – ela sabia que havia que havia algo errado.

O pior de tudo é que de alguma maneira, Lola, Bibiana e Maite souberam de Alfonso, e quando puxaram o assunto, nada me caiu tão mal quanto aquilo.

- Fiquei sabendo que ajudou um mendigo. – Disse Lola.

- Era um mendigo de verdade? – Bibiana complementou.

- Me diga Bibiana, como seria um mendigo de mentira? – Falei cínica, sem nenhuma paciência para aquele tipo de complementação.

- Ouvi falar que eles geralmente são rudes. – Lola não errou nessa parte, Alfonso não era rude com as palavras, mas seu jeito inteiro era rude, sua forma de andar, seu tom de voz, embora as palavras fossem doces. Não vou dizer que isto era um defeito, pelo menos não para mim.

- E ele ficou mesmo em sua casa? – Bibiana arregalou os olhos. – Ele te roubou alguma coisa?

- Ele era um mendigo Bibiana, e não um ladrão.

- Mas isso não é praticamente a mesma coisa? – Lola sorriu, e vi Maite ao fundo percebendo que eu podia matar qualquer uma das duas a qualquer minuto.

- O fato de ele trabalhar e lutar pela sobrevivência dele e dos filhos, não faz dele um ladrão.

- Mas pobre é assim mesmo. – Bibiana disse com desdém. – Isso deve ser falta de televisão, daí eles só podem fazer sexo. Quantos filhos ele tem? Uns dez ou mais?

Eu já estava cansada daquele assunto, e também sem disposição para brigas. Foi então que Maite se pronunciou pela primeira vez desde que o assunto começou.

- Any, pode me acompanhar até o banheiro?

E foi assim que ela me arrancou dali antes que eu arrancasse a cabeça daquelas duas. E me perguntei por que ainda fazia isto. Se elas soubessem como o assunto "Alfonso Herrera" mexia comigo, elas não iriam meter-se deste jeito.

Alfonso agora tinha ido. Dei uma ultima olhada em Sophia e levantei-me. Iria até lanchonete comer algo. Fui pegar minha bolsa, e vasculhando ela para achar meu celular deixei minha agenda cair, abriu em uma página chave.

Daqui uma semana teria uma festa beneficente para crianças de um orfanato. Tinha prometido ir, eu sempre ia todos os anos. Iriam também Lola, Bibiana e Maite. Todas com seus respectivos pares, e eu novamente só.


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É só chamar o Ponchito senhorita! ;)

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora