Ao chegar em casa pude ver Poncho dormindo sentado no sofá. Ele acordou ao ouvir o barulho da porta se fechando.
- Poncho, o que faz aqui? Por que não foi dormir? – Olhei o relógio e já passavam dar três.
- O que aconteceu Any? Todos ficaram preocupados, e Fábio soube ser muito discreto. Estávamos aflitos.
- Estávamos?
- Sim, Linda, Julia, eu... Os demais funcionários. – Suspirou visivelmente cansado. –Todos.
- Sophia acordou. – Disse finalmente correndo para seu abraço, e nesse momento parece que Poncho despertou, e me abraçou, colocando minha cabeça sobre seu peito e acariciando meus cabelos.
- Eu disse que isso iria acontecer. – Beijou-me o topo da cabeça. – E como ela está?
- Fraca, desorientada e com muitas dores. – Suspirei. – Mas está acordada, e suas chances agora são um pouco melhores.
- Eu te falei que as coisas dariam certo. E agora só vão melhorar.
- Queria ter toda sua autoconfiança senhor Herrera. – Sorri, levantando meu olhar para o dele.
- Deveria ter. – Sorriu para mim de volta.
Por um momento senti vontade de beijá-lo, e seu olhar me dizia que tinha a mesma vontade, porém nossas vontades esvaneceram com um choro que vinha do quarto de Sophia.
- Miguel acordou. – Murmurei com meus lábios tão perto dos dele.
- É. – Suspirou frustrado dando alguns passos para trás.
Fomos até o quarto de Sophia, e Miguel estava de pé no berço chorando no berço, irritado.
- Agora deu para fazer isto. – Poncho bufou. – Acordar no meio da noite por nada e chorando. – Mas logo o estresse de ver o menino fazendo birra passou, claramente ele não conseguia ficar bravo com o filho, pegou-o no colo, e o menino se abraçou com força ao pai.
- Você nunca pensou que ele possa ter sonhos ruins? – Aproximei-me, e logo o menino quis desvencilhar-se do colo do pai para vir para o meu.
Sentei-me na poltrona que ficava ao lado do berço, usava-a para amamentar Sophia quando ela era um bebê somente.
- Como?
- Pesadelos Poncho. Você nunca teve pesadelos? Sophia tinha muitos quando era pouco mais velha que Miguel, acordava duas ou três vezes a noite chorando desesperadamente. – Falei enquanto sentia o menino se acalmar em meu colo.
- E como resolveu isto?
- Cantando para ela antes de dormir, contando histórias calmas. E nas noites mais agitadas a trazia para dormir comigo e assim ela se sentia segura, no meio da noite levava de volta para sua cama e seu sono era tranquilo.
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Aiiin, Miguel seu fofo. Por que atrapalhar justo agora?!
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...