- O que houve? – Disse já indo pegar minha bolsa.
- Sophia acordou. – Ele falou sério.
Senti ficar estática por alguns segundos, mas isto logo passou. Peguei minhas coisas correndo e fui para o carro junto de meu pai. Tivemos de ir com Fábio, nem eu e nem meu pai tínhamos condições de dirigir. Durante todo o trajeto eu tremi, e Fábio também não parecia estar completamente tranquilo.
Todos amavam Sophia.
Ao chegar a porta do quarto, meu pai segurou meu braço, e me fixou os olhos.
- Anahí, você não pode chorar. Sophia está acordada e todas as suas reações podem assustá-la. Nós não sabemos o que ela sabe, do que ela se lembra e nem sabemos como vamos encontra-la. Independente disto, você tem que controlar suas emoções, e estar preparada para tudo. Vou lhe dar quinze minutos com ela, antes de levarmos para a tomografia.
- Apenas quinze? – Senti meu coração apertar, eu queria entrar naquele quarto, pegá-la em meus braços e nunca mais soltar.
- Sim, é crucial levarmos ela para o exame o mais rápido possível.
- Tudo bem. – Aceitei resignada, era para o bem dela.
Entrei no quarto a passos lentos e Rodrigo estava lá. Não parecia fazer contato com ela, apenas observava a menina de costas para ele.
- Ela reclamava de dor de cabeça. – Disse para meu pai que me seguida. – Demos uma medicação leve que não atrapalhará os exames.
- E como ela está?
- Não sei exatamente, fora a dor de cabeça ela não disse absolutamente nada entendível.
Terminando de ouvir a conversa dos dois, me aproximei da cama, lutando contra minhas lágrimas e sentei-me ao lado da cama hospitalar, na cadeira, puxando mais próxima de minha filha. Peguei sua mão e ela me fitou os olhos.
Aqueles pequenos e arredondados olhos azuis, fitando os meus. Pareciam vazios, não de emoção, mas de lembranças. Por um momento pareceu se esforçar para se lembrar quem eu era.
- Oi minha fadinha. – Disse baixinho, sempre a chamar por esse apelido, desde que nasceu. Minha mãe no dia do nascimento de Sophia me levou um pingente, ao qual eu tinha guardado, e era uma fada, ela disse que era minha filha.
Quando sofreu o acidente, eu coloquei o colar com o pingente no pescoço de Sophia, mas dentre as baterias de exames, preferimos tirar o mesmo, e o deixava em uma caixinha guardada em minha casa, para dar a Sophia quando ela acordasse.
- É a mamãe. – Murmurei pegando uma de suasmãozinhas, ela apertou meu dedo, e soltou um sorriso pequeno, escondido nocanto do lábio.
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Ai gente, Sophia acordou *-*
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...