Capítulo 16

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Alfonso ajeitara tudo e então voltou para a sala. Eu ainda estava de pé no meio da sala olhando para o nada, confesso que por alguns segundos nem notei sua presença. Querendo admitir ou não, estava apavorada de estar naquele lugar.

- Por que está fazendo tudo isto? – A voz dele era seca e pude voltar a realidade em questões de segundos.

- Do que está falando?

- Levar-nos ao hospital. Roupas, comida. Eu sinceramente não entendo por que você está fazendo isso. Não necessita ajudar-nos.

- Eu preciso sim Alfonso, mais do que imagina. – Lembrei-me de tudo que havia passado durante o dia, e de me sentir mais fútil do que jamais fora em toda minha vida. E por alguns segundos meu pensamento também foi esse:

Por que ajudava aquelas pessoas?

Por que eu realmente queria ajudar? Ou aquela era mais uma maneira de aumentar meu ego? Sinceramente, no momento eu não conseguia responder, porém de tudo que acontecera, a única coisa que me de que me lembrava era de ter ficado desesperada vendo aquela criança extremamente mole e descoordenada no colo da irmã que mal tinha forças para segurá-lo.

Aquele sentimento de desespero era sincero. Talvez pela lembrança que me trouxe.

- Eu não entendo. – Novamente me arrancou de meus pensamentos.

- Nem eu Alfonso.

- Pode me chamar de Poncho. E, eu realmente gostaria depois do hospital de buscar Julia e vir para casa dormir.

- Por que é tão difícil aceitar minha ajuda? – Respirei pesadamente.

- Desculpe, não quero parecer ingrato, mas ninguém nunca ganha nada de graça, ainda mais quando se vive como eu vivo. E ainda não entendo o que quer de mim, mas se você é como aquelas pessoas que acha que podem adotar crianças para que tenham uma vida melhor. Quero que saiba que nunca abrirei mão de Julia e Miguel.

O que ele acabara de dizer? Uma pontada atingiu-me. Ou seria um soco no estomago. Ofendida Anahí não pode controlar o tom de sua voz.

- Como?

- É isto mesmo. Eu nunca abriria mão de meus filhos, posso ser pobre, mas tenho como cuidá-los e sustenta-los.

- Percebo. – Murmurei irônica. Com vontade de dizer-lhe muitas verdades e minha paciência havia se esgotado. – Como é o seu sobrenome?

- Herrera. – Respondeu seco e desconfiado.

- Senhor Herrera, nunca pensaria em roubar os filhos de ninguém se é isso que pensa de mim, sinto muito. A única coisa que eu vi foi uma criança quase morrendo em um carrinho de bebê e assim como prometi no dia do meu juramento, fiz de tudo para salvá-lo. – Respondi ríspida e sem importância.

- Juramento?

- Sou formada em medicina senhor Herrera, e meu juramento além de meu dever é ajudar quem necessita. Como seu filho. – Respirei pesadamente. – Agora vamos, temos que vê-lo no hospital e depois trago o senhor e sua filha para casa. – Dei as costas.


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E então o que estão achando?

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O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora