- Então agora você vai ser um menino corajoso e vai entrar lá sem chorar? – Fora a parte que peguei da conversa de Poncho com o menino.
- Que nem o Hulk? – Disse aquela voz infantil.
- Que nem o Hulk. – Poncho afirmou. – Por quê?
- Por que o Hulk é forte e não chora. – Afirmou o menino fazendo uma voz grossa como a de um super-herói.
- Isso mesmo. – Poncho fez um cafuné no garoto.
- Mamãe! Mamãe... O moço podia ir comigo tomar o remédio não é? – Gabriel começou a puxar a calça jeans que a Alessandra vestia insistentemente, fazendo-a chacoalhar um pouco.
- Oh meu amor, ele deve ter mais o que fazer e...
- Eu posso ir com ele. – Alfonso se intrometeu. – Se você não se importar é claro.
Alessandra olhou com duvida para Poncho e depois para mim. Eu lhe lancei um sorriso confiante. Sabia exatamente o que fazer, era só Poncho se sair bem. Não demorou muito mais para Alessandra concorda-se fazendo Gabriel soltar um pequeno grito de alegria. Poncho e Gabriel entraram na sala para a quimioterapia, e durante todo o processo o menino ria e conversava com Poncho alegremente.
- Isso é um milagre. – Alessandra murmurou chorosa depois de alguns minutos fitando os dois pelo vidro da porta.
- O que você acharia se tivesse ele na sua casa cuidando do menino enquanto estivesse trabalhando com seu marido? – Joguei verde finalmente.
- Nossa, seria ótimo. Nunca consegui ninguém que tivesse paciência com Gabriel, ou que conseguisse o fazer agir assim. Olhe, ele está sorrindo. – A loira esboçou um sorriso. – Porém ele deve ter muitos afazeres, um emprego e ele nunca largaria tudo que ele faz para cuidar de uma criança. E...
- Eu acho que ele adoraria. – Falei animada com um sorriso travesso.
- Como?
- Ele é uma pessoa de renda muito baixa Alê. Ele se mata para conseguir sozinho sustentar seus dois filhos, e não consegue um emprego descente por conta do horário para cuidar das crianças.
- Você não pode estar falando sério? – Ela fitou-me de canto um pouco desconfiada. – E a mãe das crianças?
- Morreu. Ele cuida sozinho dos filhos. Acho que é por isto que leva tanto jeito.
- E você acha que ele aceitaria? Nossa... – Alessandra teve que retomar o folego por alguns instantes apenas pela ideia. – Eu seria capaz de pagar o ensino dos filhos deles, dar vida de rei a eles. Só de ter alguém de confiança, que conseguisse controlar o meu filho, que cuidasse dele com carinho enquanto eu não estou.
- Ele é de confiança sem dúvida. A questão é que ele vai achar que é esmola, que tu só irá oferecendo emprego por que eu pedi. Não por que você realmente precisa, por que ele merece esse emprego.
- E como não iria merecer? Olhe para aquilo? – Alessandra olhava emocionada. – É tão raro ver Gabriel assim.
Ficamos ali até o fim da quimioterapia deGabriel, depois fomos comer algo. Alfonso estava feliz e agitado, querendosaber sobre o menino, a história dele, mal ele sabia que Gabriel era o meninoque mudaria sua história. E neste momento não seria eu quem iria contar.
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Ponchito, finalmente as coisas começam a mudar pra ti. E com teu próprio esforço! <3
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...