Capítulo 104

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- Poncho, pode ficar na minha cama e descansar um pouco. Eu preciso de um banho. – Sorri para ele. – Gelado de preferencia.

- Quer companhia? – Ele me fitou maliciosamente levantando a cabeça para me admirar.

- Não. – Disse firme, porém sem ser fria.

- Está certo então. – Fitou-me contrariado.

Não é que eu não o quisesse comigo no banho, a questão é que o queria dentro de mim. Amaldiçoei-me quando abri o chuveiro e a água gelada caiu sobre mim, eu estava quente, muito quente e aquela água parecia que ferveria em contato com minha pele que já estava toda arrepiada. Depois de alguns minutos troquei a água gelada pela morna que era muito mais agradável e terminei meu banho. Vesti-me lá mesmo.

Chegando em meu quarto, ainda pensando em Sophia. Além disto, eu tinha que tirar outra conversa a limpo e não esperaria, seria exatamente naquele momento. Poncho estava deitado, pensativo, mas não dormindo.

- Poncho, temos que conversar. – Falei séria, sentando ao lado de seu corpo.

- Achei que chegaria enrolada em uma tolha. – Ele sorriu e sentou-se na cama. Ao ver meu ar sério, ele endireitou-se. – O que foi?

- Eu falei com Julia hoje. – Suspirei. – E ela me disse muitas coisas...

- Julia é apenas uma criança, o que ela diz não se escreve. – Ele fitou-me sério. – Mas se ela foi grossa ou mal educada me fale que darei um corretivo nela que ela...

- Ela não foi grossa comigo, - me adiantei em falar – nem mal educada. Pelo contrário, ela me disse algo que me deixou pensativa. Ela disse que eu te fazia feliz, disse também que ficava triste longe de mim, e ansioso quando ia me ver.

- Ela disse isso? – Percebi que ele engolira seco, estava o colocando mesmo sem intensão contra a parede.

- Sim. Sei que ela pode ser só uma criança, mas ela não me admitira isto com tanta facilidade se não fosse isso que ela vê. E eu preciso saber Poncho, o que está se passando contigo? Eu preciso saber se você está levando isto mais a sério do que queríamos, se sente algo mais forte, eu preciso estar ciente do que sente para que eu não te machuque. Meu coração está fechado desde o acidente e isso faz dois anos. Eu queria que você fosse sincero comigo, somos dois adultos e creio que não precisamos de rodeios como dois adolescentes.

Talvez eu tivesse sido mais direta do que queria, eu não queria dar-lhe a entender que eu o amava, também não queria dizer que não amava. Não era algo que eu podia afirmar ou negar, pois era algo que nem eu mesma sabia.

Poncho abriu a boca para me responder quando o telefone começou a tocar, vi que ele gesticulou algo como "merda", mas foi inaudível. Quase ri, mas minha ânsia pelo telefone era muito maior.

- Alô... Sim, sou eu... Já saiu da cirurgia?... Ótimo, estou indo para aí agora. – Tenho certeza que tinha um sorriso em meu rosto.

- E então Any, como foi?

- A cirurgia foi ótima, Sophia ainda está dormindo, mas eu vou para lá de qualquer jeito. Prometo que como algo quando estiver lá. – O vi sorrir quando disse isso. – Tchau. – Num impulso, lhe depositei um beijo nos lábios e me aprontei para sair.


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PQP, nada ajuda. Merda mesmo Poncho! u-u' kkkkkk

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora