- Meu pai não é nada seu, não é nem parente da sua lavadeira querido. – Disse irritada. – Se você quisesse teria me contado. Você não tem ideia do quanto eu sofri descobrindo assim, não é só a descoberta, é a mentira também.
- E você acha que eu não sofri? Todo esse tempo guardando tudo isso sozinho? Era meu filho também.
- Sabe por que você sofreu sozinho? – Nem esperei que respondesse, era uma pergunta retórica. – Por que é um idiota. Quando começamos a ficar juntos, achei que tínhamos um pacto de contar tudo e não esconder nada, por que é assim que se constrói um relacionamento. Foda-se o que meu pai queria, você não foi capaz de me contar a verdade. E se não é capaz de dividir sua tristeza e problemas comigo, quem dirá dividir sua vida? Você teve mais de seis meses para me contar Alfonso.
- Onde você está querendo chegar Anahí?
- Eu estou querendo dizer que nunca mais quero te ver. Que não quero mais conversar contigo, ou ter qualquer vinculo. Se quiser trazer as crianças para ficar com Julia ou com Aninha, não vou privar. Os amo demais e a culpa de tudo isso não é deles. Mas não estarei aqui para te receber.
- Anahí... – Murmurou
- Não quero desculpas Alfonso. E se não quiser trazer as crianças não vou te implorar para isto... – O interrompi.
- Nunca privaria...
- Ótimo. – O interrompi novamente. – Não temos mais nada o que conversar.
Apontei para a porta indicando o local de saída. Minhas lágrimas estavam quase escapando de meus olhos, precisava que ele fosse antes que eu desmoronasse. Meu coração doía. O acompanhei até a sala.
- Crianças, vamos? Sophia tem que descansar. – Percebi que ele também estava rouco, com a voz embargada.
- Tchau Any. – Julia disse prontamente, ela sabia que o clima não estava bom. Ela era uma menina esperta. Em outro momento pediria para ficar mais, porém naquele momento sabia que não deveria desobedecer.
- Tchau mamãe. – Aquele tom infantil, e as palavras que ainda saiam emboladas, de Miguel me fez soltar um sorriso triste, quando ele correu até mim e me implorou um colo, o peguei e ele me abraçou forte.
Minhas lágrimas começaram a escorrer, não havia mais nada que as fizessem segurar. Gemi baixinho ao soltar Miguel no chão, não pelo peso, porém pelo aperto no meu coração. Parecia que Alfonso ao levar o pequeno levava um pedaço do meu coração. Algo me dizia que não veria as crianças com tanta frequência, e amava Miguel como um filho.
Recompus-me. Tentei conter meu choro, e consegui por algum tempo. Marichello e Ana Paula logo foram embora, e restou somente Sophia e eu naquela casa enorme. Logo um a um dos empregados foram ver a pequena Sophia, e então a campainha tocou. Foi quando me recordei de Rodrigo, ele disse que iria vê-la, mas eu não queria ver ninguém.
- Linda, eu estarei no meu quarto. Fique com Sophia e somente me chame depois que Rodrigo for embora. Não quero falar com ele, e nem com ninguém.
- Está certo. – Disse ela contra gosto.
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Eita, a coisa tá séria
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...