Haviam se passado alguns meses desde a festa e muitas coisas haviam mudado nos últimos tempos. Sophia havia acordado do coma a uma semana e estava sendo preparada para a cirurgia, os riscos eram grandes, mas era sua única chance, não havia outras opções. Poncho havia voltado para sua casa, levado Miguel e Julia com ele. Julia ficou contente, ela definitivamente não nos queria tão próximos, eu não a julgava era somente uma criança. Ele voltou ao trabalho dele como catador, e dependia somente dele mesmo.
Ainda nos víamos, com menos frequência, muito menos. Desde a festa não tivemos nenhuma relação íntima se quer. Sentia falta dele, muita falta. Ele era um bom amigo, e querendo ou não admitir, um bom amante.
- E como estão as coisas? – Conversamos como dois estranhos no saguão do hospital.
- Estão bem, Julia tem melhorado na escola e Miguel está com saudades. Ele está cada vez maior, como crescem.
- Deveria ter trazido ele para me ver. – Sorri.
- Eu até pensei nisso, mas sei que hoje é a cirurgia de Sophia, creio que esteja com o coração na mão. – Disse enquanto nos dirigíamos ao elevador.
- De verdade estou. Hoje é tudo ou nada, e estou tentando ser confiante.
O silêncio nos rondou mais um pouco. Não sabíamos o que falar, estávamos emocionalmente distantes, mesmo não perdendo o contato, percebi que pouco a pouco Poncho foi sutilmente desprendendo-se de mim.
O que eu poderia fazer? Fui eu quem disse sexo sem compromisso. Deveria estar mais que satisfeita com isso.
- A casa está vazia sem vocês lá. – Disse finalmente quebrando o gelo, quando chegamos ao andar. – Linda me perguntou por Miguel hoje, todos nos acostumamos com a presença de vocês. Sentimos saudades.
- Eu também sinto saudades de vocês, e as crianças também. Quer dizer, Julia está contente, devo admitir. Mas Ana Paula fazia muito bem a ela.
- Por que não voltam?
- Any, eu te expliquei milhões de vezes. Não quero isto. Quando estiver tudo certo com Sophia faremos o combinado, Julia e Miguel ficarão com vocês e eu encontrei um emprego descente, no entanto agora, isto é tudo que tenho. – Ele sorriu para mim.
- Você ainda está fedendo. – Sorri para ele.
- Eu sei, é difícil tirar o cheiro do lixão de mim. – Ele riu complacente.
- Vou lhe doar limões. – Brinquei.
- Limões?
- Quando fazia medicina uma vez tivemos que mexer em um corpo em decomposição. Apenas limões tiraram o cheiro terrível que eu fiquei. – Fitei-o sorrindo com a recordação. – Eu estava ficando com um menino na época, e quando ele sentiu o meu cheiro no corredor do prédio, ele nunca mais falou comigo. Desviava de mim todas as vezes que me via, tentando evitar um encontro. – Ri baixo.
- Que idiota. – Poncho bufou. – Eu nunca te evitaria independente do cheiro que estivesse. – Ele levantou o olhar para mim.
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Hmmmmmmmmmmmmmmm.... Herrera ta querendo ein ;)
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...