- Any, como você está? – Ela se aproximou, e eu abri espaço para que ela pudesse chegar até Anahí, que não respondeu. – Fiquei sabendo do que aconteceu e achei melhor vir para cá.
- Onde está Julia e Aninha? – Ela disse ainda vidrada em Sophia.
- Fábio levou elas e Linda para casa. Aninha está tão feliz com a nova amiguinha. – Então a moça virou-se para mim. – Você deve ser Alfonso, não? Sou Marichello irmã de Anahí, prazer. – Ela sorriu dando-me a mão.
- Prazer. – Também lhe estendi a mão, cumprimentando-a.
- Posso ficar um pouco sozinha? – Anahí murmurou, e sem opção Marichello e eu saímos do quarto.
A convidei para ir até o quarto de Miguel, queria coloca-lo no berço já que já estava impaciente no colo. E fomos para lá.
- Você deve ser a mãe de Ana Paula não? – Tentei puxar assunto.
- Sim. – Ela sorriu gentilmente, enquanto brincava com Miguel que tentava ficar de pé no berço, isso me alegrava já que ontem ele mal conseguia mexer os braços.
- Eu achei que era de Anahí a primeira vez que vi. E eu posso estar errado, mas quando perguntei se Ana era filha dela, ela me disse que não tinha filhos.
- Você não está enganado. – Marichello parou de prestar atenção em Miguel e virou-se para mim. – Além dos enfermeiros e médicos que cuidam dela, somente Rodrigo, meu pai, Linda e eu sabemos de Sophia. Ninguém mais.
- Eu, eu não entendo...
- Bem eu acho que quem tem que te contar tudo, isto se ela se sentir a vontade é Anahí. Mas basicamente as chances de Sophia acordar do coma são de menos de um por cento, depois de quase dois anos Anahí se conformou e seguindo o conselho de meu pai começou a se desprender, a vir cada vez menos, até que a uns quatro meses atrás ela decidiu que não viria mais. Estava conseguindo reorganizar sua vida, mas parece que voltamos a estaca zero. – Marichello suspirou, e eu achava isto tudo muito estranho, talvez seja por isto que ela continuou a falar. – Eu sei que pode parecer estranho uma mãe abrir mão de um filho mesmo que as chances sejam poucas, mas a quatro meses atrás, Anahí pesava quase a mesma coisa que Julia pesa hoje, tinha tonturas e desmaios seguidos e talvez se continuasse assim partiria antes que Sophia. Anahí é uma pessoa forte, se isso acorresse com Aninha eu com certeza não estaria mais viva.
Fechei os olhos e tudo começara a fazer sentido, pelo menos uma parte de tudo. O motivo por Anahí não atuar mais em medicina, e talvez até o motivo por ela querer nos ajudar tanto.
- Quantos anos Sophia têm?
- Fará quatro no mês que vem. Tinha somente dois quando ocorreu o acidente.
- Ela é tão pequena.
- É por isto que é um milagre tão grande ainda estar viva. – Marichello explicou. – Todo o problema que tem é neurológico, por isto faz fisioterapia, recebe alimentação, para que cresça normalmente, porém uma morte cerebral pode ocorrer a qualquer momento. Está tudo muito danificado.
- E quais as chances de ela acordar?
- Mínimas, não existe uma cirurgia se quer para correção. E mesmo que acordasse não saberíamos os danos que isto causaria, o que ela seria ou não capaz de fazer, e como seria seu desenvolvimento. – Estava tão distraído olhando Miguel que quando voltei meus olhos a Marichello ela também chorava.
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Pra quem não ia falar nada, Marichello até que abriu bem a boca kkkk. Sério, vai dizer que não dá vontade de chorar... Pobre Any e pobre Soph <3
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O mendigo ✖ AyA {finalizada}
RomanceAnahí é uma menina muito doce no meio de tanto tubarão. Querendo ou não as vezes sente-se afetada pelas amizades que tem em volta, e por vários momentos tem medo de perder sua própria essência. Em uma bela noite está brincando em uma praça em frente...