Capítulo 38

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Aquele beijo foi tão doce, tão terno. E ela se deixou levar, e eu também. A porta do quarto estava fechada, porém não trancada. Mas quem iria vir incomodar agora?

Fui deitando-a na cama sem parar de beijá-la. E o beijo continuava cada vez mais profundo. Suguei sua língua para minha boca e depois ela fez o mesmo, exploramos a boca um do outro sem pressa e com desejo. Logo minhas mãos fizeram o que queriam fazer a muito tempo: Acariciá-la.

Elas começaram tímidas, pela barriga, invadindo por baixo de sua blusa, e escorregando pela lateral até as costas, e seu corpo se arqueou para grudar mais no meu. Eu estava quente, duro e querendo possuí-la.

Mas ela não me deixaria chegar muito longe, assim que terminamos o beijo, ela me olhou e em seu olhar tinha medo, o medo de uma principiante. Uma principiante com uma filha? Não, isso não podia.

- Está tudo bem? – Perguntei por fim, sabendo que isto poderia acabar completamente com o clima.

- Na realidade não. – Suspirou. E ao contrário do que imaginei, ela não fugiu de mim, levou sua mão em meu rosto e o acariciou. – Não se importaria se ficássemos apenas nos beijos, não é?

- Claro que não, adoro seus lábios. – Depositei um beijo em seus lábios. – Quer me contar? Ou está entre os assuntos que você não fala?

- Na realidade está, mas posso te falar. – Ela sorriu. – É que não sou muito experiente neste tipo de coisa.

- Como assim? Você tem uma filha, teve um relacionamento duradouro, e o Rodrigo. – Estranhei.

- Nunca te contei como acabou meu relacionamento duradouro, não? – Fiz que não com a cabeça. – Resumidamente acabou no dia da despedida de solteiros. Eu era virgem, e ele me dizia que ele também, decidimos que guaríamos castidade até depois do casamento, e nossa primeira vez seria na noite de núpcias. Conhecíamo-nos desde os treze anos, e namorávamos desde os quinze. – Ela não parecia tão desconfortável para falar isto, quando se sentia em relação a filha. – No dia da despedida de solteiro, o encontrei bêbado e com duas na cama. Estava arrasada. E como Rodrigo sempre havia sido um bom amigo, e sempre se mostrava muito interessado a mim, decidi que seria com ele.

- Você era virgem quando ficou com Rodrigo?

- Sim.

- E se arrependeu?

- Na verdade não. Ele fora carinhoso comigo, e disto não posso culpa-lo. Protegemo-nos mesmo que não tenha funcionado, e ela fora muito bom comigo. Depois daquele dia, nunca mais deitei com nenhum outro homem, e fora por isto que meu pai ficara tão furioso.

- Não é para menos. Espero que Julia se mantenha casta até os cinquenta. – Pisquei e Anahí não pode deixar de rir.

- E é por isto que não quero me envolver com você.

- Por conta da minha condição financeira? – Indaguei.

- Não. Por conta da minha condição emocional.

 

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora