Capítulo 31

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- Quando Soph completou dois anos, Rodrigo apareceu na festa de aniversário. Era a primeira vez que via Sophia. Os olhos eram meus, o nariz era meu, mas todo o resto era dele, e ele percebeu isto. Tentou desculpar-se e disse que queria participar da vida de Sophia, mas eu não queria mais, quando eu precisei dele, ele não quis, e agora... Agora eu não iria aceitar. Dois meses depois do aniversário de Sophia convidei minha mãe para sairmos um pouco, havia discutido com Rodrigo e precisava espairecer. Coloquei Soph no bebê conforto e minha mãe ficou do lado do passageiro. Fomos ao shopping, fizemos umas compras, tomamos um sorvete e tudo funcionara bem, eu estava novamente feliz.

Anahí então começara a se desprender em lágrimas, com certeza de toda a história essa era a parte que mais doía.

- Quando estávamos voltando, coloquei uma música clássica, Soph adorava dormir ao som de música clássica. Minha mãe e eu riamos conversando banalidades, e dois segundos de distração olhando o banco de trás para ver se Soph havia pegado no sono foram o suficiente para um caminhão desgovernado por um motorista bêbado acertar nosso carro em cheio. – Neste momento peguei a mão de Anahí que convulsionava em lágrimas. – Minha mãe morreu na hora e Soph sofreu uma pancada forte na cabeça, e eu não consegui protege-la. Não consegui sair do meio dos destroços para pegar minha filha. E depois de falhar como mãe, eu falhei como médica, pois não consegui curá-la.

- Não é culpa sua. – Tentei acalmá-la.

- É claro que é. – Ela gritou. – Desde então eu não atuo mais com medicina e muito menos fico sozinha com crianças. – Suspirou. – E claro, me tornei uma pessoa mesquinha, com amigas mesquinhas e... – Anahí se calou. – Esquece...

- Você não é mesquinha Anahí.

- Claro que sou...

- Não é, se fosse por que teria me ajudado?

- Não foi você mesmo que disse que eu queria algo em troca? – Falou de modo irônico, mas em seguida se acalmou. – Me desculpe, eu não estou bem.

- Tudo bem.

Levantei-me e arrastei minha cadeira para o lado dela. Num gesto impulsivo sentei-me e levei meu braço em volta dela, acercando para mim. Abracei-a e de algum modo ela se aninhou em meu abraço. Dei um beijo no topo da cabeça.

- Tudo vai ficar bem. – Murmurei.

- Por que todo mundo mente pra mim? – Ela levantou a cabeça, me olhando tão fixamente nos olhos.

- Talvez pelo mesmo motivo que você mente dizendo que está tudo bem quando na verdade não está. – Suspirei. – Mas não estou mentindo, eu realmente acho que vai ficar tudo bem. – Levei minha mão livre a seu rosto acariciando-o.

- Queria ter tantas esperanças quanto você.

Olhei aqueles lábios e sabia que não resistiria por muito tempo mais, ela estava vulnerável, e provavelmente repugnaria um beijo.

- Você pode ter, é só questão de querer.

Não consegui segurar mais, seus lábios estavam tão próximos dos meus, que os encostei nos dela. E depositei um beijo em seus lábios, que logo foi aceito, mesmo surpreso aprofundei o beijo. Seus lábios eram simplesmente deliciosos.


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VEM ME CONSOLAR HERRERA?! Queria um consolo desses. <3

O mendigo ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora